Sin Contrato

Sedutora barata

Roseanne Park Pov.

A noite atingiu em cheio e o sono bateu, mas o problema aconteceu quando pisei os pés em meu quarto. Tinha acabado de desejar boa noite para a Lalisa no meio do corredor, cada uma foi para o seu quarto e cá estava eu, isolada e tentando me adaptar no meu mais novo lar. O sono desapareceu quando me deitei na cama extremamente confortável e macia, eu tinha apagado todas as luzes, tentando fechar os olhos e cair no mundo dos sonhos mas isso não aconteceu. A maldita ilusão tomou conta de mim ao pensar que eu fosse me adaptar tão fácil assim, estava bom para ser verdade mas eu sabia o motivo. Lalisa conseguiu me entreter o dia inteiro, eu não pensei em minha família, mas agora a saudade bateu, quando minha muralha desmoronou e o meu pensamento foi direto para a saudade. Tenho que me acostumar nessa mansão, dormir nesse quarto tão vazio e solitário, tenho que acostumar com a falta de Alice me acordando todas as manhas bem animada, a comida da minha mãe vai fazer falta e os abraços calorosos do meu pai que receberei de vez em quando, e não todos os dias como eu estava acostumada. Eu me sentia uma criança com medo do bicho papão naquele momento, só queria estar enfiada no meio dos meus pais, dormindo abraçada com eles e tendo a Alice praticamente em cima de mim, para tirar aquela saudade e o sofrimento do meu coração. Mal notei que as lagrimas caiam fervorosamente pelo meu rosto, deixando seu rastro de sofrimento e se perdendo no meu pijama.

Me levantei não aguentando ficar deitada e banhada nas lagrimas, na penumbra da noite, caminhei entre tateio até a janela. A abri com delicadeza para não causar barulho naquele silencio intenso, apoiei meus cotovelos e pousei o meu queixo em minhas mãos, respirando o ar puro que trazia lá de fora. De repente, as minhas mãos estavam cheias de lagrimas, eu chorava em silencio mas em algum momento da minha perdição, um soluço alto escapou de meus lábios e o meu fungar se fez presente, quebrando o silencio de meu quarto. Parecia que eu estava sendo torturada, eu sentia uma angustia tomar conta de mim, eu nunca tinha sentido algo antes. Mas é claro, eu nunca fiquei longe dos meus pais, sempre morei com eles.

- Rosé? – A porta rangeu de leve pelo empurrar fraco que a Lalisa deu – Está tudo bem?

- E-está – Gaguejei miseravelmente – O que faz acordada, Lili?

- Sua voz indica outra coisa – Lalisa acendeu a luz, o quarto ficou prontamente iluminado – Pude escutar o seu choro lá do quarto.

- Achei que eu estivesse chorando em silencio – Passo a mão por meus olhos, tentando inutilmente limpar as lagrimas.

- Nossos quartos são encostados – Lalisa se aproximou cautelosamente – Escutei seu soluço e seu fungo, imaginei que estivesse chorando.

- Eu só sinto saudade... – Mordo o meu lábio, as lagrimas não paravam de escorrer – É tão difícil de acostumar.

- Eu imagino o quão difícil seja para você – Lalisa me puxou para seus braços, me embrulhando em um abraço reconfortante – Eu também não estava conseguindo dormir.

- Desculpa se atrapalhei.

- Vem comigo.

Lalisa me arrastou para fora do meu quarto, sua mão no vão de minhas costas me guiando para dentro do quarto ao lado. Eu não sabia o que ela queria, porque me trouxe aqui? Como se soubesse de minha pergunta silenciosa, ela me puxou para a sua bela cama de casal e lá me fez deitar, o que aceitei de bom agrado sem questiona-la. A garota-propaganda desligou a luz antes de vir para a cama e deitar ao meu lado, o quarto está gelado por conta do ar condicionado, o que me fez puxar o lençol e me cobrir até acima dos meus seios. Mesmo estando tudo escuro, a pequena luz que vinha do lado de fora da janela, adentrava no quarto e me permitia ver vagamente o seu rosto. Percebi que a Lalisa está virada para mim, seus olhos me encarando cuidadosamente, senti a sua mão pousando em minha bochecha, afagando carinhosamente e ao mesmo tempo tirando os resquícios de lagrimas.