Ingrato?

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Roseanne Park Pov.

Me estremeci toda ao sentir um beijo delicado sendo depositado em meu pescoço, automaticamente os pelos do meu corpo se eriçaram pelo contato direto, mas permaneci de olhos fechados, adoro quando ela me acorda desse jeito. É por isso que eu sempre finjo que estou dormindo, só para que ela continue com o carinho até me dar por vencida. Seu corpo cobriu o meu, me aquecendo de prontidão naquele seu quarto frio por conta do ar condicionado. Lalisa pressionou os lábios em minha bochecha, senti o seu sorriso se formando ali, um suspiro baixo escapou de mim. Como eu posso ser boba por ela? Qualquer coisa eu já estou nos suspiros ou arfando, Lalisa consegue acabar comigo em um estalar de dedos. Sua boca se arrastou pela minha bochecha até o meu ouvido, sua língua brincou com o meu lóbulo antes de suga-lo lentamente e lá estava eu estremecendo novamente. Depois a sua boca foi para perto da minha, roçando nossos lábios vagarosamente, sua respiração está batendo em meu rosto e eu queria que ela me beijasse naquele momento. Definitivamente esse é o melhor jeito de ser acordada, ninguém nunca me acordou dessa forma, mas a Lalisa faz questão de fazer isso e eu amo os beijos dela, amo o seu carinho que tem comigo.

Abri meus olhos deparando-me com as esmeraldas me fitando intensamente, apoiei minhas mãos entrelaçadas em sua nuca, nossos olhos ficaram se encarando até que em sincronia, descemos o olhar para as bocas. Engoli um bolo que se formou em minha garganta, sentia a minha boca seca, eu queria dizer algo, eu preciso dizer algo. Parecia o momento perfeito para o que eu tanto quero dizer, Lalisa me deu um longo selinho e voltou a me fitar, como se soubesse que eu estava querendo dizer algo. Ela apenas me esperou, eu via um brilho diferente em seus olhos castanhos, um brilho nunca visto antes.

- Lili... – Envolvi o seu rosto em minhas mãos – Eu preciso te dizer algo...ou eu vou enlouquecer.

- Diga, minha rainha – Lalisa sorriu marota.

- E-eu...e-eu – Gaguejei miseravelmente – Estou apaixonada por você.

- O que? – Lalisa arregalou os olhos.

- Estou apaixonada por você – Repeti com lentidão e logo acrescentei – E eu te amo.

- ISSO SÓ PODE SER SACANGEM – Lalisa berrou me assustando, sua risada maquiavélica ecoou pelo quarto – Não me faça rir uma hora dessas, Rosé.

- Lalisa...

- Pelo amor de Deus – Lalisa negou com a cabeça ainda rindo – Está ficando maluca? O que temos é apenas um contrato e nós estamos curtindo ele, apenas ficando.

- Mas...

- Se enxerga, o que eu poderia ter com você além de uma boa trepada? – Lalisa me olhava indignada – Nosso lance é apenas beijos e sexo, nada mais que isso.

- E-eu te amo – Repeti em um sussurro.

- Faça-me o favor – Lalisa revirou os olhos – Eu não te amo, eu não estou apaixonada por você, pra mim, você é nada. Só quero saber dos nossos momentos na cama.

Foi então que me sentei imediatamente na cama, um alto grito escapou de meus lábios e só então percebi que tudo aquilo foi uma merda de um pesadelo. Meu peito subia e descia descompassadamente, minha respiração está ofegante e eu sentia a minha pele pegajosa por conta do suor frio que eu tive. Passo a mão pela testa, arrancando uma mecha de cabelo que grudou lá e a passando por trás da minha orelha. Mas que merda foi aquela? Encarei o lado da cama não a vendo, meu Deus, isso foi real mesmo? Será que eu me enganei ao pensar que foi um sonho? Desde a nossa noite, eu passei a dormir todos os dias com a Lalisa, é claro que não rolou nada demais apenas dormíamos abraçadas e pronto. O desespero retornou, ela seria capaz de me usar como um objeto? Será que eu só valho isso para ela? Só então percebi as lagrimas escorrendo pelo meu rosto, quentes, deixando seu rastro em minhas bochechas e se perdendo em algum momento.

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