☪ Capítulo 1 - Os Blackheart ☪ Espúrio ☪

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⊱ Espúrio

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Românticos, os românticos são aqueles que enxergam amor e luz onde talvez só haja sombra. Veem diamantes e ouro em apenas poeira e carvão. Beleza na feiura. Eles são os que veem tanto que esquecem de enxergar. Talvez os românticos sejam apenas aqueles iludidos com um título mais bonito. Mas os libertinos, estes são os que na maioria das vezes confundem liberdade com libertinagem. São os que reconhecem a perversidade e se viciam com ela. São eles que não embelezam corações pecadores, mas sim seus pecados luxuosos. Libertinos não se viciam em pessoas, mas sim em sentimentos. Nos sentimentos de prazer, paixão e falsa liberdade. Eles sentem necessidade de reviver estes sentimentos dia após dia, mesmo que isso os corrompa. Mas quem pode negar, o sentimento de atração e paixão, com uma pitada de ilusão sempre é bem-vinda, nos deixa em alerta, vivos e repletos de adrenalina. São estes sentimentos que nos fazem sentir mais jovens, pois ser libertino é pensar de forma imatura e superficial. Mas para Garret a libertinagem não eram só prazeres momentâneos, também eram formas de escapar de dores internas, mesmo que ele não conseguisse escapar das consequências de seus atos de luxuria.

Os dias e noites podiam ser chuvosos que isso não o impediria de ir aonde ele mais quisesse, Garret gostava da paz de sua casa, mas desprezava estar com sua família vinte e quatro horas de seu dia. A missão de suportar o mau humor de seu pai, as perversidades de sua prima Scarlet e suas tias quando motivadas a irritar, era uma tarefa mais que infeliz. A residência podia sim ser calma e silenciosa, mas enquanto seus residentes estivessem separados e fora de intrigas. Por isso que o jovem lorde optava por permanecer longe da mansão, principalmente quando entediado, era conhecido na cidade por fechar bordeis e frequentar noite após noite o lupanar Afrodite onde não havia uma só meretriz que não o conhecesse e gostasse de sua presença maliciosa.

Mas assim como encantava as jovens da noite, Garret enfeitiçava as jovens do dia. Poderia ser a mais pura jovem, ciente sobre suas vulgarizes, que ela cederia aos olhos azuis de Garret. Espertas eram as que se mantinham afastadas do moreno, pois as que almejavam por mais que sua companhia acabavam de corações partidos e desiludidas, infelizmente estas eram inexistentes.

Garret reconhecia seu poder de persuasão sobre as moças, lhe causando confiança que lhe proporcionava ainda mais simpatia. As pessoas gostavam do jovem Blackheart, mesmo sabendo sobre sua vida noturna, ele era o tipo perigoso difícil de não gostar. Simpático, extrovertido e inteligente, possuía um dom para o galanteio e uma conversa descontraída, era belo, o mais belo da atual geração de sua família, um verdadeiro Narciso que de vista é perfeito, mas de alma confusa mesmo que boa. Garret era um rapaz de cabelos negros que passavam da altura de seu pescoço, seus lábios tentadores e levemente rosados, olhos azuis que transmitiam a tempestade que suportava em seu interior, pele branca devido ao pouco sol que conseguia pegar nesta cidade de dias cinzas, suas vestes eram na maior parte escuras, estava sempre bem trajado com a moda do país a vitoriana-moderna.

Assim como tantos, Lucille Reed fora enfeitiçada pelo jovem lorde. A garota era sua amante a mais tempo do que conseguia dizer, e mesmo que não sendo a única na vida do lorde, ela ainda tinha esperança de que o herdeiro Blackheart a permitisse entrar e residir em seu coração. Mas quanto a ele, este preferia seguir com a beleza do desapego e manter seu relacionamento com a garota da forma que estava.

– Pensei que viesse mais tarde. – Falou a jovem observando o amante vestir sua roupa intima.

– Eu teria feito isso, se não estivesse evitando os sermões do meu pai. – Respondeu o rapaz tornando a deitar-se com a companheira.

Almas Fúnebres - O Lorde e a FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora