☪ Capítulo 1 - Os Blackheart ☪ Espelhos ☪

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⊱ Espelhos

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  Espelhos, e se sua alma estivesse querendo refletir o que está dentro de você, mas o mundo e o medo de que ele te impõe não permitisse que você evidenciasse? Espelhos são símbolos de pureza, da verdade e da sinceridade. Traduz o verdadeiro conteúdo dos corações dos homens e também o da sua consciência. As vezes os olhos e a mente podem te enganar, te fazer ignorar, iludir-se, mas seu coração e alma sabem que o que está dentro de você pode se refletir mesmo que tente a todo custo evitar. Dizem que devemos virar os espelhos ou cobri-los quando alguém morre e cobertos devem ficar durante o dia e a noite em que o defunto fora velado, pois se não a alma do falecido pode ficar presa em tal artefato. Não é incrível o poder que o espelho tem sobre a alma? E se talvez, a sua alma quisesse tanto, desesperadamente, se revelar? Mostrar-te o que você realmente é por trás do corpo que ela habita? E se ela, mesmo que por alguns segundos, refletisse para você o que você tanto tenta esconder em sua mente e para os demais?

O espelho sabe quem você é, mas e você? Sabe quem você é ou quem você oculta ser?

Era um dia cinza e chuvoso como qualquer outro nesta cidade de chuva e prata. A mansão Blackheart se encontrava em profunda tensão, onde as pessoas eram obrigadas a se calarem, não pelo prazer do silencio, mas para evitar a discórdia e a intriga que a situação preparava em aguarde da primeira fala. O café havia sido servido ao modo luxuoso, guloso, ao estilo burguês de se viver, mas o que podia ser uma refeição deleitosa por demasiados sabores, se tornou uma refeição sem gosto e insatisfatória. Em um dos assentos da cumprida mesa do café da manhã, estava a jovem Lucille Reed a ser introduzida de maneira brusca a família. A esta altura ela já estava feliz com sua conquista, mas apreensiva, pois ao que aparentava, tal família jamais seria a sua e seu jovem lorde não a pertenceria sem resistir.

– Warren. – Chamou lady Lorena.

– Sim, me lady?

– Os aposentos da senhorita Reed já foram providenciados?

– Na verdade me lady, achávamos que senhorita Reed se estabeleceria junto ao jovem, lorde Garret, em seus aposentos!

– Pois não irá! – Corrigiu Garret em evidente incomodo – Preparem um quarto para ela, de preferência longe do meu!

– Veja como fala com a mãe de seu filho, Garret! – Ralhou o senhor da casa. – A de tratá-la muito bem durante sua estadia na residência!

– Pois então, Warren, coloque-a no quarto mais afastado do meu, de preferência em uma das torres. Assim ela não terá a desgraça de conviver tão próxima aos meus maus modos que meu pai tanto insiste que tenho que eliminar. Afinal é inaceitável que um jovem lorde se porte com ódio e frustração após ser enganado por uma falsa dama! – Rosnou atirando garfo e faca para dentro do prato, causando o som que recordará a todos de sua audição.

– Não lhe enganei em nada! – Respondeu senhorita Reed se sentindo humilhada.

– Ah, não? Pois então me recorde como durante todas as nossas intimidades eu sempre fui cuidadoso e precavido, mas estranhamente existiu uma em que não fui e isso resultou no que você diz ser meu filho

Já. Chega!

– Oh não, meu pai. Eu estou apenas tentando compreender como de todas as meretrizes que me deitei e fui meticuloso quanto a prevenções de bastardos, como apenas está jovem dama conseguiu engravidar de mim? Será que somente eu me pergunto isso? Talvez eu esteja insano, pois ao que parece eu sou o único a pensar que isso me parece um golpe muito bem orquestrado pela senhorita Reed!

Almas Fúnebres - O Lorde e a FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora