Almas Fúnebres - O Lorde e a Feiticeira

☪ Capítulo 1 - Os Blackheart ☪ Madrugada ☪

⊱Madrugada⊰

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    Quando o sol se põe e a lua surge no véu negro do céu para embelezar a escuridão e iluminar as trevas, estrelas e corujas são as únicas a testemunharem a beleza dos que dançam pelas ruas noturnas ou a depressão dos que se escondem nas sombras. Silver-Sky, a cidade da evolução, a capital de um país vitorioso e purificado, um lugar que mesmo pouco abençoado pelo sol, mas batizado pela chuva, ainda consegue ter suas belezas durante o dia, mas todos sabem, que é na noite que podemos ser quem realmente somos, mesmo que ocultados pelas sombras, e enquanto o dia faz desta cidade a capital da glória, a noite revela a beleza e a depressão da realidade em Silver-Sky, que durante o dia é beata e durante a noite é a puta mais desejada. Pecados, o que pode ser pecado para um conservador é a benção divina de um libertino, aquele que põe a face aceita pela sociedade durante o dia a tira durante a noite, alguns dançam, outros choram, mas a escuridão abriga a todas as almas conturbadas que almejam liberdade e não a perversidade exposta durante o dia como bondade. Ser uma criatura do dia pode ser mais assustador do que uma da noite, existe uma beleza gloriosa nos que são julgadas aberrações pelos que vivem sob a luz do sol.

Quando a chuva parou naquela madrugada, não foi pelos que já viviam em Silver-Sky, mas sim para os que atravessavam as ruas molhadas e escuras em uma negra carruagem, cuja janelas eram escuras o bastante para esconder os passageiros que carregavam a beleza e a depressão dos que vivem a noite. Relâmpagos iluminavam o céu, quem estivesse nas ruas pouco iluminadas pelos postes dos bairros mais nobres, veriam o que parecia ser uma assombração, uma imagem tão obscura que parecia ter vindo do além-túmulo, a carruagem do Diabo. Duas carruagens, uma seguida da outra, ambas puxadas por quatro cavalos negros que corriam velozmente pelas ruas de paralelepípedo, ecoando pelos becos e casas próximas por onde passavam, o som de cascos a correrem e o relinchar de cavalos induzidos a irem o mais rápido que conseguiam.

As carruagens passaram por diversos lugares e pessoas, passando por um lugar muito que bem conhecido pelos amantes da luxuria, filhos de quaisquer entidades que admirassem os luxos da vida boêmia, pessoas estás como Garret, que fugido de casa, abrigado pela madrugada, foi parar no único bordel da cidade, Afrodite, o paraíso para aqueles cuja os olhos admiram o lado erótico da vida. No momento que adentrou o estabelecimento foi muito mais que observado, fora julgado por cada olhar focado em seu ser. Tanto os clientes, quanto as prostitutas e os amigos boêmios de Garret, o olharam com surpresa e pena, sabiam que ele não devia estar ali, desde a última polêmica o envolvendo que Garret não pisava em tal prostibulo, ou em qualquer lugar festivo e lascivo. Foi obrigado por seu pai a substituir festas e orgias pelo emprego de auxiliar, o tempo que antes gastava com as meretrizes e suas festas luxuosas, agora Garret gastava trabalhando, quando o fim de semana chegava o jovem lorde não possuía um tostão sequer, tudo ia direto para as necessidades de Lucille e seu suposto filho. Mas desta vez, Garret preferiu pensar em si, um rapaz jovem atormentado por seus erros, fugiu do que ele chamava de prisão e em um ato de impulso e desejo, um toque de desespero, correu para o estabelecimento de Madame Libidine onde foi recebido por ela. A mulher tentou persuadi-lo a não fazer a besteira de seguir naquele lugar, se chegasse aos ouvidos do Lorde Blackheart que seu filho passou a noite no bordel o castigo que o jovem receberia seria severo e Madame Libidine possuía muito apresso por Garret para permitir tal enrascada. Mas não teve argumentos que o convencesse de sair, fez questão de pagar a entrada no Afrodite e contratar os serviços de uma das garotas, se juntando a seus amigos de mesmos hábitos que ele em conversas e risos acompanhados pelas prostitutas.