☪ Capítulo 2 - O Lorde ☪ Enfermidade ☪

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⊱Enfermidade⊰

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– Bom dia, me lorde. – Disse Antoniete ao encontrar Louis saindo de seus aposentos na manhã seguinte.

– Bom dia, Antoniete. Como passou a noite você e minha irmã? – Perguntou, pois fora uma das raras noites em que ele não fora solicitado com urgência.

– Sua irmã acordou de um pesadelo, gritou um pouco, mas logo a acalmei e ela voltou a dormir. Por isso não te chamei... Digo, até agora.

– Aconteceu alguma coisa? – Questionou preocupado. Antoniete olhou para os lados discretamente, Louis espelhou o gesto, estava com receio de que alguém a ouvisse.

– Você não tinha me dito que seguia infectando a lady com o vírus? – Sussurrou.

– É claro. Fiz isso ontem durante o banho dela. Por quê?

– Por quê? – Riu irônica – Porque eu acordei com ela em pé, completamente equilibrada e disposta, brincando com os... com os lobos! Até abriu as cortinas e as janelas pra deixar o vento entrar e tirar o odor forte que lhe causava náuseas.

– Mas ela não pode ter se curado assim tão rápido. – Falou pasmo e agitado. – Não tem uma noite que eu não injete o vírus nela, você viu o estado dela ontem...

– Ela está se curando, Louis. Vi ela tirando o véu ainda pouco, o rosto praticamente intacto, sem uma mancha se quer, até mesmo a voz está retornando.

Mas como? – Estava nervoso, balançava os braços freneticamente, sentindo sua cabeça doer, martelar com força.

– Você é o alquimista, diga-me você!

Estavam em meio a perguntas sem respostas, quando um grito os interrompe, era a lady.

Correram com agilidade, adentrando o quarto da feiticeira, a encontrando jogada no chão, encolhida em seu vestido preto tentando esconder sua cabeça a todo custo, gemia e gritava feito um animal rouco e ferido.

O que houve? – Perguntou nervoso Louis, pegando a irmã no colo e a levando com cuidado para cama, onde a própria cobriu-se até a cabeça.

LUZ, LUZ, LUZ! – Gemia e berrava atormentada.

– Luz? – Ficou sem entender, mas como um estalo, ele ordenou. – As cortinas! Feche as cortinas e apague as velas, Antoniete, agora!

Ágil, Antoniete fechou as cortinas e apagou todas as velas enquanto Louis tentava a todo custo acalmar a irmã que se contorcia na cama como se estivesse em um ataque epilético, gemendo e se revirando em uma febre intensa.

– O que houve? Ela estava bem agora pouco! – Disse Antoniete alarmada. – As cortinas já estão fechadas. Está escuro novamente.

SOM, SOM, SOM! – Gritava alucinada.

– Que som? Estão todos dormindo ainda! – Prosseguiu Antoniete. – Isso é sintoma da virose?

ALTO, ALTO, ALTO! – Batia em sua cabeça tentando parar os sons.

– Ela está alucinando, só pode!

– Não, não é sintoma do vírus! – Constatou o lorde. – É a mutação!

Agora?! – Alterou-se. – O que eu faço?

– Tampões, os tampões de ouvido, rápido!

Almas Fúnebres - O Lorde e a FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora