I- A primeira falha de muitas

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Para quem for ler (o que eu duvido muito): alguns tópicos pesados, deixo de antemão.

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Chovia forte do lado de fora da cabana. Não era uma tempestade, mas o vento fazia as árvores chacoalharem de um lado para o outro incessantemente. 

A mulher apertou a capa preta contra o corpo e passou pelos dois seguranças, apenas acenando com a cabeça e lhes entregando uma boa quantia em dinheiro num envelope. Para eles era estranho ver mulheres naquele lugar procurando por aquele tipo de atividade. Ainda mais uma mulher naquele nível de beleza e sofisticação. Na cabeça deles era muito bárbaro que uma quisesse fazer aquilo, supondo que mulheres são seres dóceis e gentis. 

— Aproveite bem a noite, senhora.- O menor deles disse. Tinha uma cicatriz que pegava de um lado ao outro no rosto. 

— Como a senhora está pagando a mais, pode fazer o que quiser e nós não incomodaremos. Literalmente o que quiser. - Seu sorriso esquisito e a frase quase fazendo o estômago da mulher revirar. —Estamos à sua disposição.- Disse de maneira maliciosa. 

Apenas assentiu sem dizer nada e passou por eles, entrando na porta que abriram. 

A cabana estava meio iluminada por dentro, era aconchegante até. Ela retirou a capa, sua roupa era preta também. Usava um body por dentro da calça jogger e um coturno, seus braços bem definidos à mostra. Balançou um pouco os cabelos loiros para tirar a água que escorria por seu rosto, descendo até o tecido do body. Se sentou de maneira elegante na poltrona de frente à cama e observou, seu olhar era indiferente para a outra mulher. 

Ela estava ajoelhada no centro da cama, recostada sobre os calcanhares, suas mãos repousavam levemente sobre as coxas claras. "Submissa" Ela pensou. 

A lingerie preta e o roupão de seda davam um contraste muito grande com sua pele; Seu cabelo preto ia ondulado até a cintura. A respiração calma fazendo seu peito subir e descer era o único indicativo que era uma mulher e não uma boneca. 

— Eu fui designada para ser sua companhia pela noite, senhora. Meu nome é Kim Jisoo. - Ela não levantou a cabeça em momento algum, o foco de seu olhar era suas mãos. A cascata de cabelos pretos escondia suas feições. Sentia sua pele arder sob o olhar da outra. 

—Hm.- Levantou as sobrancelhas. 

Jisoo percebeu que ela se levantou indo até lá e sentiu a cama afundar um pouco atrás de si. Não viu seu rosto, mas Jisoo nem precisava. Todos eles eram iguais, homens e mulheres. Todos eram monstros e tinham a cara do que eram. 

Jisoo sentiu seus dedos passando por seu pescoço, tirando o cabelo do caminho, passando-o para a lateral. 

Ela passou o que pareceu uma eternidade apenas respirando o perfume levemente cítrico da cliente, nenhuma se movia. Apenas esperava, como sempre, o comando de quem estava pagando. Quando a outra falou, Jisoo sentiu um arrepio, sua espinha ficou gelada. 

—Você está com medo, Kim Jisoo?- Disse de maneira sombria. 

—Não, senhora.- Mentiu, assustada pelo tom baixo da outra. —Fico feliz em te satisfazer. 

A outra suspirou e pegou levemente no cabelo da morena. 

—Bom, pois não quero que fique.- Jisoo sentiu que ela trançava seu cabelo devagar, metodicamente, passando o dedo na coleira de couro em seu pescoço. Depois do que pareceu outra eternidade, ela falou: — Preciso que faça uma coisa pra mim. 

— Tudo o que a senhora desejar.- Sua voz soou manhosa, como era ordenada que fizesse. 

—Eu preciso, Jisoo, que me conte quando e por onde o Lobo chegará aqui. 

Mercenárias - Livro IWhere stories live. Discover now