A víbora que devora o lobo

52 7 18
                                    

Só uma apresentação básica dos irmãos Wolf. :) 

Muito obrigada à quem me incentiva a continuar a escrever, vocês são demais. <3 

**********************

Londres, 7:45 am.

A cama parecia estar tentando engolir o homem loiro, seu coração batia tão rápido que o fazia querer vomitar. Havia sonhado com ela novamente, sua Kim Jisoo. No sonho ela corria à frente dele e a única coisa que ele conseguia fazer era correr pesadamente e sem sucesso a seu alcance. Ela sorria tão docemente fugindo dele que dava nó em seu estômago imaginar que outra pessoa fosse ver aquele sorriso além dele.

Ele se levantou, odiando a ideia de ficar longe de seu grande amor. Ou como diria sua irmã, sua obsessão. Nem o banho gelado fazia aquela sensação de mal estar passar. 

Ele se arrumou, colocando sua gravata azul, aquela que uma vez ela havia dito ser sua predileta. Ela disse, não disse? Ou ele havia imaginado? 

Claro que sim, ela disse que combinava com seus olhos. Em sua cabeça, ele jurava que sim.

Desceu as escadas do apartamento de luxo em que vivia, indo direto para a cozinha. Tentando comer ao menos um pouco, coisa que ele mal conseguia ultimamente. A empregada chamou sua atenção.

─ A senhorita Bae Joohyun está aqui, senhor.- Disse anunciando a entrada de sua irmã. 

Sua irmã adotiva linda, muito mais rica e poderosa que ele. 

─ Irene.- Disse a contra gosto.

─ Thomas, você está um lixo.- Se sentou na outra ponta da mesa.─ Nós temos a coletiva da ONG, preciso de você lá.

Jooohyun (Ou Irene, como seu pai adotivo havia colocado), tinha uma ONG que apoiava meninas ao redor do mundo a conseguirem educação de qualidade. O que, claro, era fachada para seu esquema de sequestro e tráfico sexual. 

Thomas revirou os olhos azuis. 

─ Honestamente não sei pra quê precisa de mim. Todos os olhos estão na tão amada Irene Wolf, não no irmão Thomas.- Irene suspirou.

─ Perder aquelazinha te deixou amargo, irmãozinho.- Se levantou e foi até a janela da sala de jantar, olhando os trabalhadores lá fora cortarem a grama. Ela sorriu para eles e acenou, dando bom dia, como a boa samaritana que era.─ O nosso pai quer você lá. E se o todo poderoso primeiro ministro quer, pode ter certeza que é melhor ele conseguir. 

O pai deles era o primeiro ministro da Inglaterra e chefe do partido conservador, Ian Wolf, o homem mais poderoso e conhecido do país. 

─Lembre-se que quanto mais você cooperar comigo, mais rápido eu te devolvo seu brinquedinho.- Seus olhos se iluminaram como se ele fosse uma criança que acabara de conhecer o papai noel.

─ Você sabe aonde ela está?- Disse ansioso.

─ Em algum ponto do meio do mar ela descobriu aquele rastreador mixuruca que você colocou nela.- Disse enojada, revirando os olhos.─ Mas não se preocupe, eu sei exatamente para onde ela está indo.- Disse docemente.— Você sabe que tenho uma ajuda especial de alguém na equipe que vem tentando nos eliminar.

─ Eu quero ir até ela.- Disse fazendo menção de se levantar, ignorando todo o resto que ela havia falado, mas ela segurou seu ombro e o fez se sentar novamente.

─ Se você não começar a colocar a cabeça no lugar, juro que mato a sua garota e depois você.- Disse mudando completamente seu tom, indo de doce para ameaçadora em milésimos de segundos.─ Já está me dando dor de cabeça demais essa sua historinha e sua obsessão.- Ficou de frente para ele.─ Eu tenho paciência porque sei que aquela garota te distrai e você não enche a porra do meu saco, mas se você sair um pouquinho que seja da linha, Tommy, você já era.- Disse quase cuspindo seu escárnio pelo irmão.— E nem o todo poderoso primeiro ministro vai conseguir te salvar. 

Disse soltando seu ombro e passando a mão no lugar amassado. 

─ Faz a barba, corta esse cabelo e põe um sorriso bonito no rosto irmãozinho.- Ela sorriu docemente.─ Logo vocês se reunirão, prometo.- Deu as costas para ele, mas retornou com aquele sorriso plastificado no rosto.─ E troca essa maldita gravata, você tem usado essa porcaria a semana inteira.- Seu tom foi ameaçador, mas o sorriso não sumiu.

Ele voltou a respirar depois que finalmente Irene o deixou sozinho na sala de jantar.

Um arrepio cruzou a espinha de Thomas. Sua irmã era assustadora, principalmente quando sorria. Apesar de parecer doce, ele sabia exatamente do que ela era capaz. Era como se realmente fosse uma víbora pronta para envenená-lo a qualquer momento.

Mas mesmo assim ele estava feliz, sua irmã sabia de Jisoo. Logo logo ela voltaria para ele.

Ele sorriu, voltando a tomar seu café da manhã e pensando em como daria as boas vindas à sua amada.


Mercenárias - Livro IWhere stories live. Discover now