Segredo

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Nós não demoramos muito a chegar na casa do loiro, pois ele morava a poucos quilômetros da faculdade. Ele abriu a garagem de casa, e estacionou o carro. Descemos os dois, e ele se dirigiu até a porta lateral que dava para sua casa, abrindo a porta e entrando, e eu entrei em seguida

- Reiner, seus pais não vão achar estranho eu estar aqui?

- Eu não moro com meus pais, moro sozinho.

- Ah, sim...

Nós entramos, e a casa era bem aconchegante, e tudo estava muito bem arrumado. Eu percorri meus olhos por tudo, enquanto ele se direciona pra cozinha. Tinham alguns porta retratos de fotos dele com a família e amigos no rack da sala, e percebi que não havia nenhuma foto dele com a namorada.

- Você quer comer algo? Eu não cozinhei nada, mas a gente pode pedir alguma coisa. Uma pizza, talvez?

- Eu não tô com fome, mas pede. Mais tarde com certeza a gente vai ficar com fome. – eu digo, e ele sorri pra mim maliciosamente.

- É, provavelmente vamos ficar famintos. - Ele volta da cozinha com uma garrafa de rum na mão, sorrindo. – A gente pode continuar a festa aqui mesmo, só nós dois.

Ele começou a mexer no celular, provavelmente pedindo a pizza. Ele ainda estava com a camisa aberta, e agora, com a luz acesa, eu podia nitidamente ver praticamente todo o seu tronco, e era maravilhoso, uma verdadeira tentação.

Mas era inevitável, sempre que eu começava a pensar nas coisas que queria fazer com ele, eu lembrava da condição dele, e me sentia um lixo por estar passando por cima dos meus princípios.

- Reiner, eu ainda não estou confortável com tudo isso... Apesar de eu gostar de você, eu não quero ser sua amante. – disse, de uma vez. Queria que ele soubesse que as coisas não eram tão simples pra mim, como eu me sentia com relação a tudo o que estava acontecendo entre nós

Sua expressão ficou séria, e ele colocou a garrafa no balcão. Ele chegou perto de mim, segurou minha mão e me levou até o sofá, sentando nele, e eu sentei em seu lado.

- Aurora, Tem uma coisa que eu quero te contar, mas por favor, você precisa manter em segredo. Até mesmo do Jean.

- Tudo bem, eu prometo. Fala logo, você tá me deixando preocupada.

Ele olhou fundo nos meus olhos, e depois suspirou.

- Meu namoro com a Christa é de fachada. Nós só fingimos na frente de todos, mas na realidade, não nos suportamos.

Aquela informação me pegou desprevenida.

- O quê?! Você tá brincando comigo, não é?!

- Não, eu tô falando muito sério. E eu já não aguentava mais esconder isso de você.

- Tá, espera, eu não tô entendendo mais nada. Vocês não namoram de verdade, é isso? Mas ela te beijou naquele dia, e pra falar a verdade, aquilo me deixou bem mal!

- Naquele mesmo dia eu briguei com ela justamente por que ela fez isso, e não estava no acordo. Ela queria conquistar o Galliard, e eu queria tirar os meus pais do meu pé, então ela deu essa ideia, e eu aceitei.

- Galliard, irmão da Pieck?

- Ele mesmo. Inclusive, a Christa está com ele nesse exato momento. E com isso, eu posso me fazer de vítima pros meus pais porque a minha "namoradinha" me traiu, eles vão parar de encher o meu saco e eu vou estar livre pra ficar com quem eu quiser. Pra ficar com você.

- Tá, mas o que seus pais tem a ver com essa história toda?

- Meus pais trabalham com os pais da Christa desde que nós dois éramos pequenos, e quando criança, nós éramos amigos. Só que ela e os pais vieram transferidos para Paradis, e eu fiquei em Marley, e isso me distanciou dela. A questão é que nossos pais sempre diziam o quanto seria bom que nós ficássemos juntos, mas eu nunca quis isso, e ela também não. Nós nos falávamos pelo telefone, chamadas de vídeo, e ela foi ficando uma megera com o passar do tempo, mas nossos pais achavam que estávamos às mil maravilhas.

Fila Ranqueada - Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora