REINER P.O.V.
Eu chego na casa de Bertholdt, toco em sua campainha, e ele prontamente atende.
- Reiner! Você está bem?
- Eu tô com cara de quem está bem, Bertholdt?
- C-Calma, Reiner... eu só estou tentando ajudar...
Eu respiro fundo, tentando acalmar meus nervos.
- Desculpa, é que... eu estou desesperado. Você... teve alguma notícia da Aurora? - Eu sento no sofá, e Bertholdt senta ao meu lado.
- Ainda não. Eu pedi pra Annie ligar para ela, mas Annie não me deu nenhum retorno ainda.
Assim que Bertholdt termina de falar, a campainha toca novamente, e ele se levanta para atender. Quando ele abre a porta, eu vejo que era Annie.
- Annie, oi! E aí, soube de alguma notícia da Aurora? - fala Bertholdt.
- Não, ela não quis me contar nada. – Ela responde. – Disse pra eu perguntar ao Reiner. E que bom que ele já está aqui, me poupou do esforço de ir atrás dele.
Ela estava com uma expressão séria e com certeza estava irritada, muito mais do que o habitual.
- Annie...
- Não tem essa de "Annie", Reiner. Desembucha. O que você fez?
E então eu conto toda a história, com vergonha do que fiz, me sentindo idiota. Eu olho para o rosto de Bertholdt, que estava perplexo, e Annie, que estava vermelha de raiva. Quando eu termino de falar, ela chega perto de mim e me dá um soco, e eu nem tento revidar, ou me defender.
- Você é idiota, Reiner Braun??? É sério que você foi burro ao ponto de achar que Pieck era santa e Aurora não descobriria nada?! E tudo por uma merda de pulseira! – Então ela me dá outro soco. – Você tem ideia da merda que você fez??? É como se ela tivesse passando pela mesma coisa que ela passou com o marco!!! – Ela me dá vários socos, alternados com cada palavra que ela diz: - Você. É. Um. Filho. Da. Puta!
Bertholdt finalmente chega perto de Annie e a segura, e ele parecia estar com mais medo dela do que eu estava.
- Annie, para! Isso não vai ajudar, só vai piorar tudo!
- Eu não ligo! Eu quero acabar com a raça desse desgraçado!!!
- Annie, eu juro, eu não fiz por mal! Eu só pensei nela, só pensei na Aurora!!! – eu respondo desesperado, limpando o sangue que saía pelo canto da minha boca.
- Vai se foder, Reiner! Quer que eu acredite que beijou Pieck pela Aurora? Me diz em que merda de realidade isso faz sentido? Foda-se a pulseira, tá vendo o que essa merda de pulseira custou? Você é o cara mais burro que eu conheço, malhou tanto a porra dos braços que esqueceu de malhar o cérebro, porque essa porra que tu tem dentro do teu crânio tá atrofiada!
- Eu sei bem o que me custou!!! Eu só quero uma oportunidade pra me explicar pra ela, você precisa me ajudar!!!
- Não vou te ajudar com nada! Nem comigo ela quer falar, disse que vai passar dias sem o celular, mas disse que eu não me preocupasse, pois ela viajaria com o Jean... me alivia que ele esteja com ela, ao menos isso nessa situação toda.
- Viajar... com o Jean? Pra onde?
- Não sei, Braun, e nem quero saber. Melhor pra ela, que vai ficar longe de você! Tomara que eles dois fiquem juntos e ela esqueça de você, porque você não a merece!
- NÃO!!! – Eu grito quase que involuntariamente pelo medo de a possibilidade de Annie se tornar real, e os dois se assustam. – Ela não pode... ela me ama, eu sei disso, e eu a amo demais... isso não está certo, ela não me deixa conversar, explicar meu lado...
- Você merece isso, Reiner, por fazer o que fez. Não me interessam se suas intenções eram boas... – Ela fecha os olhos, com o cenho franzido, pendendo a cabeça pra trás. – Ah, merda, eu não gosto nem de imaginar o que ela está passando... da ultima vez ela demorou meses pra se recuperar, não quero ver ela daquele jeito de novo...
O silêncio se instaura no ambiente por um momento, mas logo Bertholdt quebra o silêncio pesado o ar:
- E aquele dinheiro, Reiner... do que era?
- Era a minha parte no cruzeiro que íamos fazer amanhã. Ela deve ter cancelado, e o dinheiro voltou pra ela...
- Ou ela só devolveu sua parte e cobriu com o próprio dinheiro, e levará Jean com ela. Pra mim parece muito mais sensato. – Diz Annie, com os braços cruzados, olhando pro nada. – Enfim, eu vou embora. Amor, leva esse imprestável pra casa dele, e vamos lá pra casa?
Bertholdt olha pra mim, com uma expressão acolhedora, e logo depois vira para Annie.
- Eu vou ficar com ele aqui, acho que não é bom deixa-lo sozinho hoje. Mas amanhã eu passo na sua casa pra irmos à praia, tudo bem?
Ela me olha com um olhar de desaprovação, e então responde:
- Que seja. Vou ficar esperando você amanhã, então. Boa noite. – Ela lhe dá um beijo rápido, e vai embora.
Eu sento novamente no sofá, e Bertholdt vai na cozinha, voltando com um copo de água. Eu fico admirando o líquido cristalino dentro do copo, enquanto digo:
- Eu sei que fiz merda, Bertholdt, mas eu quero consertar... eu não quero perdê-la... nós mal tivemos tempo, eu só quero que ela me escute... mesmo que ela nunca me perdoe, eu quero ter a oportunidade de pedir perdão...
Bertholdt senta do meu lado, colocando sua mão em meu ombro.
- Então lute por ela, corra atrás. Não desista dela, arrume uma maneira pra que ela te escute. Eu vou tentar convencer Annie a te ajudar, apesar de provavelmente eu sofrer muito pra conseguir alguma coisa com relação a isso dela...
- Ela tem razão, eu sou um idiota..., mas eu juro, eu juro que eu só imaginei os olhos dela brilhando quando visse a pulseira que ela tanto queria... eu fui ingênuo demais... e agora o Jean está lá, consolando-a... Merda, o que eu fiz?
- Olha, o Jean está com ela a anos, e eles nunca namoraram. Eu não acho que isso vá mudar agora.
- É, você tem razão... eu espero que você esteja certo, e Annie errada. Mas só de pensar nisso, eu fico louco...
- Então não pense! Pense apenas em uma forma de reverter isso tudo!
- Eu preciso saber quem estava com a Pieck nessa armação... porque ela não fez tudo sozinha, com certeza combinou com alguém para bater as fotos e mandar para Aurora...
- Olha, eu tenho um palpite... pode ser o Marco. – Fala Bertholdt.
Eu não tinha pensado nele nesse tempo todo, mas fazia todo o sentido. Ele provavelmente estava com raiva pela surra que eu e Jean demos nele, e se aliou a Pieck, que também tinha raiva de Aurora, e bolaram esse plano.
- Reiner, você precisa descansar... pode dormir aqui em casa hoje, não tem problema. Eu tenho uma cama extra o quarto de hóspedes.
- Obrigado, Bertholdt, eu acho que vou aceitar. Não estou com cabeça para dirigir...
Eu tomo um banho, e Bertholdt me empresta um de seus calções de dormir. Eu o visto, e vou para o quarto. Eu deito na cama e milhões de coisas passam na minha cabeça, e o medo de nunca mais ter Aurora comigo me consome, me deixando ainda mais exausto psicologicamente. Depois de um tempo olhando para o teto, eu adormeço. Um sono sem sonhos.
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Fila Ranqueada - Reiner Braun
FanfictionAurora Laurent é uma estudante do quarto semestre na Universidade de Paradis, e em seu primeiro dia de aula, viu um aluno novo, que veio transferido de outra cidade. Nunca teve iniciativa de se aproximar do loiro, mas o destino uniu os dois da forma...