Fila Ranqueada - Reiner Braun

Ano novo

Dois dias depois, chegamos na Itália, e era tudo mais perfeito do que eu sempre vi em fotos e todas as vezes que pensava como seria estar naquele país. Pra ser mais específica, fomos até Veneza, um dos destinos mais românticos de toda a Itália. Sim, eu tinha planejado com esse intuito, pois estaria vindo com Reiner. Eu estava agora com Jean, não sei exatamente o que tínhamos, mas ele decidiu chamar de "demo de namoro". Eu achei engraçado, mas isso me lembrou" P.T.", do jogo "Silent Hills": uma demo de um jogo que nunca foi lançado. E acho que o que tínhamos estava destinado a esse mesmo fim: durar por um curto período de tempo, e depois, nada.

Eu decidi tentar de coração, mas eu sabia que provavelmente não daria em nada. A única coisa que eu pensava era que no fim dessa história toda, alguém provavelmente sairia ferido.

Mas não quis pensar em nada disso por enquanto, quis apenas aproveitar a viagem com Jean.

E Jean era perfeito.

Não que ele não fosse antes, eu sempre apreciei todas as qualidades dele quando nós éramos apenas amigos "normais". Mas agora eu estava conhecendo um outro lado dele, um lado romântico. Sempre muito atencioso, cuidadoso, um ótimo ouvinte, sempre dando exibições de afeto em público, e na cama...

Bom, acho que a melhor definição para isso era "perfeição". Ele sabia exatamente a hora de ser carinhoso e a hora de ser safado, eu via nos seus olhos o desejo que ele tinha, e nos últimos dois dias, nós mal saíamos do quarto, porque estávamos sempre...

Bom, você entendeu.

Eu gostava daquilo, gostava mais do que eu esperava que gostasse, mas eu ainda tinha uma sensação ruim no fundo do meu peito. Eu só tentava afastar esses pensamentos, e era mais fácil fazer isso quando eu via um sorriso radiante no rosto dele.

Aproveitamos o máximo de Veneza em dois dias: Piazza San Marco, e a sua infinidade de pombos dos quais eu fiz questão de pegar algumas migalhas de pães e jogar para eles; e nela havia a Basílica Di San Marco e também a torre do campanário, que tinha uma visão estonteante observando do topo. E claro, não podíamos estar em Veneza e não fazer a tour pelo grande canal de Vaporetto, e o tour demorou o segundo dia inteiro. Passamos horas naquelas gôndolas características, observando toda a beleza daquela cidade viajando pelos seus canais, e Jean estava tão animado e maravilhado quanto eu estava. Ver o rosto dele diante de tudo aquilo aquecia o meu coração.

- A gente poderia sair de Paradis e morar aqui, você não acha? – dizia ele, com empolgação. Ele realmente tinha amado Veneza.

Eu ri.

- Seria uma boa, mas acho que temos que nos formar primeiro, e ter dinheiro suficiente pra fazer uma mudança tão drástica assim.

- Eu não me importaria com as condições, se fosse com você. - Ele disse, e beijou carinhosamente os meus lábios. Ao se afastar, ele tinha um sorriso tímido nos lábios. – Desculpa falar essas coisas, mas é a verdade.

- Tudo bem. – Sorri, e depois continuei: - Mas você nunca pensou em prolongar um relacionamento com alguma das garotas que você já se relacionou, Jean?

- Na verdade, uma ou duas me fizeram cogitar a ideia de sossegar, mas acabou que eu preferi continuar solteiro.

No meio do passeio, paramos na Ponte Rialto, e claro que batemos várias fotos pra guardar de recordação. Quando todo o passeio acabou, já era quase noite, e estávamos exaustos. Voltamos para o navio e dormimos a noite toda feito pedras.

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Dois dias depois era a festa de ano novo, e a festa seria no salão de festas principal, mas teriam DJ's na piscina da parte da frente do navio também. Nós ficamos na festa do salão por boa parte da noite, bebendo e dançando. Houve uma hora em que tocaram músicas mais calmas, e nós ficamos apenas abraçados, balançando pra lá e pra cá.