Nunca um sem o outro

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As coisas estavam indo muito bem para os meus amigos, e eu ficava feliz com isso. A única coisa que faltava era que Reiner se resolvesse com sua família para que a felicidade fosse completa. Eu ficava ansiosa demais todos os dias esperando uma resposta sobre o assunto, mas não o pressionava. Dificilmente via Christa na faculdade, e eu agradecia por isso, pois as poucas vezes que eu tive que presenciar o teatrinho deles, me fazia ficar com o sangue fervendo de ciúmes.

Nós já estávamos praticamente como namorados, andando pra lá e pra cá juntos, ele ficava o fim de semana comigo, as vezes ia na minha casa à noite, e eu adorava tudo isso. Minha mãe ficou irada quando eu disse que tínhamos ficado, mas eu expliquei pra ela toda a situação, e ele estava lá comigo, contando tudo pra ela. Eu pedi que ele fizesse uma exceção ao menos para ela, pois do contrário, ela nunca seria a favor de nós dois estarmos juntos mesmo sem ele ter terminado o seu relacionamento, o que é totalmente compreensível.

Quase duas semanas depois, ele está comigo na faculdade. Era uma sexta, e eu perguntava se ele passaria na minha casa no dia seguinte.

- Claro que vou, mas hoje eu queria sair um pouco com você, mais tarde. Se você quiser, claro.

- Sair pra onde?

- Pra praia. É inadmissível que você more tão perto da praia e não vá lá. E não tente dar desculpas, você disse que não gosta por causa do sol, e eu estou chamando para irmos hoje á noite.

Eu o olho relutante, enquanto ele me olha com determinação, e eu me dou por vencida.

- Tá, você me refutou. Eu vou sim, mas eu vou querer tomar água de coco. E não vamos caminhar muito!

- Mas você é bem chatinha com essas coisas, não é?! – Ele diz, rindo.

- Sim... desculpe, eu sei que as vezes eu posso ser meio difícil de lidar...

Ele me abraça e deposita um beijo no topo da minha cabeça, dizendo:

- Não tem porquê pedir desculpas, eu amo você assim, do jeitinho que você é.

Era inevitável, eu sempre me derretia quando ele expressava seus sentimentos por mim, e tudo aquilo parecia um sonho do qual eu não queria acordar. Nós mantínhamos uma certa distância na frente das pessoas na faculdade, mas as vezes, era inevitável ficar tão longe dele. Meu corpo precisava dos seus carinhos como eu precisava de ar para sobreviver. Eu não sabia o que ele tinha, mas eu sentia uma euforia avassaladora, e tudo em mim ainda pulava quando o tinha perto de mim.

Á noite ele me liga, dizendo que já estava me esperando. eu desço, e nós seguimos no carro dele ate a praia, que ficava a apenas alguns quarteirões da minha casa.

- Por que você não tem carro, Aurora?

- Ah, não sou muito fã de carros. Tô juntando minha grana pra comprar minha moto dos sonhos: uma Harley Davidson!

- Elas são lindas, mas são caras para um caralho. Eu apoio você comprá-la apenas se eu andar com você nela! – diz ele, com um sorriso no canto da sua boca.

- Tá combinado, então. – Eu respondo, enquanto afago seus fios dourados.

Nós chegamos à praia, e Reiner logo se atenta a comprar Água de coco, e eu abro um sorriso largo. Ele vem em minha direção, e me entrega o coco com um canudo.

- Obrigada, amor, você lembrou mesmo das minhas condições. Que atencioso!

- Claro que sim, como eu vou esquecer?!

Nós começamos a caminhar na orla da praia e conversamos sobre qualquer coisa, e logo eu descobri que iria adorar caminhar com ele: nunca faltava assunto para falar, e ele era divertido. Eu o observava enquanto falava de algo, e sob a luz da lua, e com a brisa do mar bagunçando seus cabelos dourados, ele ficava mais lindo ainda. Nós caminhamos por algum tempo, e depois paramos em uma parte da praia, onde tinha menos pessoas ao redor. Ficamos sentados na areia, de frente para o mar, observando as ondas que se formavam e vinham em nossa direção.

Fila Ranqueada - Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora