Capítulo 25

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Era três de Abril, segunda-feira e último dia de aulas antes das esperadas férias de verão.

Era apenas dia de recolher trabalhos, notas de provas e se despedir.

O final de semana de Brianna havia sido... apático. Parado e sem graça após um passar um período de tempo com o furacão Hector em sua vida.

A garota estava evitando pensar no rapaz, mas vez ou outra o rosto decepcionado dele vinha à sua mente, acompanhado das últimas palavras que ele lhe dirigiu.

"No final, ainda somos o par perfeito. Você jogou tão sujo quanto eu. É, sim! Você é tão traste quanto eu, Brianna! Você não presta!"

Não podia discordar, não é? Havia feito mesmo tudo aquilo e gostava de pensar que não tinha remorso nenhum em suas atitudes.

Distraiu sua mente ao passar um tempo com os pais, deixaria de pensar naquilo, custe o que custasse!

Já Hector estava um caco.

Depois de ter acordado pós-soco-na-cara dado por Joe, o garoto foi com seus amigos até a enfermaria para pegar uma compressa de gelo, sem dizer uma palavra.

Enquanto se dirigiam para fora da escola, Hector encarava as costas de seu amigo.

— Sabe que não vou me desculpar por isso. — Joe olhou de soslaio para ele. Tristan estava um pouco atrás dos dois.

— É, eu sei. Mas é a minha cara que tá doendo.

— Acontece.

Numa situação dessas, Tristan teria rido ou feito alguma piadinha, mas estava distraído.

Como foi que não pensou que seu irmão daria um jeito de se intrometer nas coisas? Será que Brianna sabia do que Troyan havia sugerido quando a aposta surgiu?

O quê será que ele queria com ela, afinal?

— T! — Hector o chamava mais uma vez, ergueu seu rosto — Sei o que tá pensando. Também acho que ele mentiu para ela.

— Bom, deixa para lá. — abanou a mão — E aí, vai fazer o que agora?

— Nada, vou deixar ela em paz e vou ficar na minha. Acabou, lembra?

— Mas você não gostava dela?

— E daí? Nós sacaneamos um ao outro! Acha que vamos sair por aí fingindo que nada aconteceu? — pararam no estacionamento da escola e Hector colocou uma mão no ombro de seu amigo, enquanto Joe entrava em sua picape. — Ela está tão chateada quanto eu, e com razão! Mas não tem o que fazer.

— Ela era legal. E pegou você direitinho!

— É. — Hector solta um riso curto.

— Vai deixar por isso mesmo? — Joe questiona, quando todos já estão sentados e o carro, em movimento.

— Não sei o que fazer, cara.

— Pedir desculpas seria uma boa, talvez? — falou, ironicamente.

Hector olha para Tristan, que dá de ombros.

— Acho melhor considerar, já viu o que dá não escutar o paizão aí.

— É, não quero levar outra surra! — Dá um tapa na cabeça de Joe, que o encara pelo retrovisor. — Foi mal.

Agora sim, Tristan gargalhou alto. Joe sorria discretamente.

Já em casa, sem os amigos para lhe encherem a cabeça, porém também animá-lo, Hector estava sozinho e com a mente toda em desordem.

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