Capitulo 4

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-Licença, véia.-brincou sabendo que Carol sempre leva na brincadeira quando a chamam de véia.

-Vem, o seu tá na xícara, ainda passa a manhã sem comer?-Rosamaria sorriu com a pergunta pois Carol não havia esquecido que a menor não sentia tanto apetite pela manhã.

-Sim, só o café me basta, obrigada.

-Sabe, você deveria arrumar logo aquele apartamento, olha que bagunça. -Gattaz brincou olhando para o apartamento da mais nova.

-Ih, ao invés de apontar você podia me ajudar, não acha?

-Feito! Depois do treino vou contigo pra lá. Agora agiliza que nós estamos atrasadas.

Partiram para o clube, todas as meninas se juntaram antes de iniciarem o treino para parabenizar a mulher que retornou para o time. Após alguns minutos de comemoração Thaísa a puxou para um canto para que pudessem conversar a sós enquanto as outras começavam a se preparar para o jogo.

-Que saudade. Como está sendo?

-Tem sido tranquilo, Tata, ela me ajudou com algumas coisas e vai até o apartamento depois daqui para ajudar a terminar de organizar.

-Ela ainda te ama, você sabe disso, não é?

-Sei, mas não sei como agir sobre isso. É difícil dizer que não senti nada quando a vi de novo, mas não deu certo a primeira vez, não quero ter que passar por tudo de novo.

"Meninas, vamos"

Ouviram de longe o treinador gritando e então seguiram para partida.

Horas mais tarde, já se sentiam cansadas, apenas se despediram e partiram cada uma para sua casa.
Depois de um banho, Gattaz seguiu pra o apartamento a frente, cumprindo com o combinado de ajudar na mudança. Bateu na porta e foi recebida por uma mulher com os cabelos bagunçados e um pijama que Carol se lembrava bem. Havia presenteado a mais nova em seu primeiro aniversário de namoro.

-Oi! Entra, eu tô terminando o café e já começamos aqui. Acha melhor a sala ou os quatros primeiro-falou indo em direção a cozinha.

-Acho que a sala precisa mais que os quartos.

-Certo. Aceita? -ofereceu se referindo ao café recém preparado.

-Por favor.

Conversaram coisas sobre o dia a dia e o time, por algum tempo antes de realmente começarem a arrumação.
Arrumaram todo o ambiente colocando cada coisa em seu lugar rapidamente enquanto conversavam animadas sobre a história dos livros da estante, sobre as louças antigas que Rosamaria havia herdado da vó e outros mil assuntos que vinham fácil quando se tratava das jogadoras.

-Olha, meu bem! A primeira vez que fomos ao nosso restaurante.

-Meu deus, a carinha de criança que é tinha.

-E ainda tem, né, cada vez mais bonita.

-Tá querendo me conquistar, Caroline?

-Eu ja conquistei, você só precisa ceder.

-Acho que terminamos. Muito obrigada, Carol.-Tratou de mudar de assunto, pois sabia que se se aprofundassem naquele, todas as dores retornariam.

-Entendi, já vou indo. Boa noite.-Gattaz falou num tom triste pela mudança da mulher a sua frente.

Carol então seguiu para seu apartamento, se sentia triste, sem saber muito o que fazer, queria Rosa de volta, ainda a amava muito para deixar a situação assim, mas entendia o lado dela em não querer tentar novamente, então assim que adentrou seu apartamento, fechou as cortinas para que a vizinha não lhe visse chorar. Ela chorava pela dor que sentia em ter terminado aquilo que jurava ser para toda vida, por não ter insistido mais e deixado Rosamaria partir. Em meio às suas lágrimas ouvir o toque baixo de seu telefone, ao visualizar o rosto da pessoa que ligava sentiu um aperto no peito mas tratou de atender.

-Oi-disse num tom triste.- esqueci algo aí?

-Carol, abre a cortina, por favor.

-Diz- Falou abrindo a cortina olhando para a loira.

-Não gosto de ver você triste assim, ainda mais sendo por minha causa.

-O que me entristece não é você, é a situação. Tudo isso tem sido difícil, Rosamaria.

-Pra mim também, te garanto.

-Acordamos cedo amanhã, boa noite.- disse encerrando a ligação e fechando novamente a cortina.

Queria saber se vocês estão gostando das interações delas e se querem mais flashbacks por capítulo.

De onde eu te vejoOnde histórias criam vida. Descubra agora