Capitulo 16

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Um novo dia chegou e pouco depois de acordar a mais nova seguiu até sua casa. Mesmo que quisesse, não poderia ignorar o fato de ter que lidar com Elisa e os problemas que vieram juntos com ela.
A partir dessa semana não teriam mais treino, já que desde a volta de Rosamaria da Itália, haviam treinado intensamente todos os dias. Como estavam liberadas, se deu a liberdade de apenas aproveitar um pouco de seu tempo sem fazer nada, sua casa até que enfim estava arrumada, tudo relacionado ao vôlei estava acertado, a única coisa que precisava de atenção no momento era sua vida pessoal, mas isso era o que Rosamaria menos queria pensar.
Marcou de tomar café junto das outras jogadoras, porque mesmo na folga gostavam de estar juntas. Iriam a uma padaria perto do clube.

-Bom dia pras mulheres da minha vida.-falou Carolana que estava de bom humor porque sua noiva estava de volta ao seu lado.

-O que uma mulher não faz na vida da outra, né? Certeza que a noite foi boa.-falou Gabi.

-Como se você não tivesse chego aqui de bmw, não é Gabriela.-provocou de volta.

-Vocês querem parar de serem insuportáveis e decidirem o que vão comer?-foi a vez de Thaísa.

Escolheram o que iriam comer e iniciaram conversas entre alguns grupinhos, um deles com Thaísa, Sheila e Rosamaria.

-Carol não vem?-questionou a mais nova.

-Carol é velha, não aguenta mais esse ritmo não.-falou Thaísa que fazia questão de perturbar a mais velha até mesmo quando ela não estava perto.

-Não, Rosa. Ela disse que preferia passar um tempo sozinha.

-Deve ter ido caçar alguma novinha por aí.-dessa vez Thaísa falou com o intuito de provocar Rosamaria, mas não por brincadeira, queria que a mais nova se atentasse sobre suas ações.

-Ontem uma mulher pediu o número dela na fila do parque.

-Ela deu?-Sheilla perguntou.

-Sim, mas também seria constrangedor negar, né?

-Claro que não, se a gattaz quisesse negar, negaria.

-Thaísa.-Sheilla falou firme.

-Não menti.-falou se virando para conversar com as outras mulheres que estavam ali.

-Querendo ou não ela tem razão, Rosa.-encerrou o assunto e passaram a participar da conversa animada que todo grupo tinha.

O resto da manhã se passou rápido, terminaram de comer e combinaram de fazer algo durante a tarde, mas infelizmente Rosa não participaria. Mais cedo havia combinado com Elisa que se encontrariam para conversar.
As horas se passaram rapidamente e logo Rosamaria já se encontrava de frente para a mulher esperando algum resquício de coragem para começar a falar.

-Elisa.-quando finalmente tomou coragem foi interrompida.

-Não Rosa, me deixa falar. Sei que não cheguei aqui da forma mais agradável possível e sei que não fiz o certo em não contar sobre estar num time brasileiro nessa temporada, mas eu só achei que seria diferente. Na minha cabeça eu conseguiria me manter longe de você e não sentiria falta de estar ao seu lado todos os dias, de dividir minhas alegrias e minhas tristezas com você. Eu pensei que era forte e teria muito mais determinação por você estar do outro lado das quadras. Mas não, assim que cheguei aqui, que provei das comidas que você sempre me falou, que tive toda a experiência incrível de conviver com os brasileiros, me veio você na cabeça. Eu te amo Rosa, não quero estar no mesmo país, no mesmo estado, na mesma cidade e não poder ter você comigo.

De novo todas aquelas palavras que Rosamaria temia, tudo que queria ouvir era "não quero mais você" "não vou insistir", mas não. Outra vez se via em cima do muro.

-Lis, é lindo que você tenha todo esse sentimento por mim, eu fico tão feliz em saber que você quer estar ao meu lado mesmo depois de ter lutado contra isso. Mas eu preciso pensar, eu preciso entender tudo que eu sinto aqui. Eu te amo, amo muito, mas tem a Carol e eu não posso simplesmente ignorar tudo que vivi com ela.-a mulher respondeu mesmo sabendo que estava apenas tentando ganhar tempo para finalmente tomar coragem e assumir para si mesma sua decisão.

-Jura, Rosamaria? Caroline é madura, já viveu muitas experiências legais, já viajou e hoje prefere uma vida mais calma por aqui. É isso que quer pra você, levar uma vida sempre igual? Ter a mesma rotina? Que eu me lembre foi por isso que acabou. A Carol merece alguém que queira o mesmo que ela, alguém para formar uma família e viver a típica vida de casada.

De tudo que Elisa já havia dito em todo o tempo que estiveram juntas, aquilo foi o que mais machucou. E para piorar, é algo que fazia sentido, o ritmo da vida de Carol era completamente diferente do que ela queria para sua vida. Já havia pensando bastante para que pudesse fazer o certo, mas sempre que esse pensamento chegava em sua mente, o afastava.

-Não precisa responder, Rosa. Mas você sabe que eu tenho razão.-terminou sua fala deixando um beijo na bochecha da outra mulher e a deixando novamente sozinha no apartamento.

Em seu sofá, Rosamaria pensava no que havia sido dito pela italiana, fazia tanto sentido a visão que ela tinha sobre gattaz. Não seria como se estivessem na mesma sintonia, a maior já era uma mulher feita com diversas experiências na bagagem, enquanto ela ainda tinha muito pra viver. Mas também não era como se Carol fosse a privar de viver tudo isso, mais do que tudo, a mais velha sempre prezou pelo bem e conforto de todos ao seu redor, principalmente de Rosamaria.
Se lembrava também das palavras de Roberta, ela sabia que já havia feito sua escolha, sabia que não teria mais como adiantar muito para que colocasse as cartas na mesa. Mas se sentia insegura, tinha total noção de que dependendo de qual fosse sua escolha, isso refletiria no time e na vida de todas que conviviam com a jogadora.


Boa noite, minhas gatinhas. Eu espero que vocês gostem do capítulo e não queiram matar a Elisa.

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