17 Capítulo

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“Sinto ciúmes de tudo o que é meu, e de tudo o que eu acho que deveria ser.”
Bob Marley
                        
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         Dias de branco, dias de fúria

Acordei atrasada na segunda-feira, nada muito fora do meu estado habitual em dias de trabalho. Eu tinha uma enorme capacidade para acordar cedo aos fins de semana e feriados, e para hibernar quando eu deveria levantar minha bunda da cama e ir para o trabalho.

Tomei um banho rápido, vesti a
primeira coisa que encontrei, apanhei uma maçã da fruteira e estava saindo.

– Você mandou alguém olhar seu carro? – me perguntou Lena de cabelos amarado e com vestido preto, entrando na cozinha.

– Mais que droga! – exclamei, jogando as mãos para o alto. Como eu tinha me esquecido que meu carro tinha pifado?

– Toma – ofereceu, jogando as chaves de seu carro no ar. – Vai com o meu.

– Você vai deixar a kah dirigir seu carro, Lena? – perguntou Alex, saindo do corredor.

– Ela já o roubou uma vez e o devolveu depois, não faz mais diferença. – Bem lembrado. – E eu sempre posso pegar uma carona com você.

– Obrigada – agradeci e voei escada abaixo.

Cheguei quarenta minutos atrasada no meu primeiro dia, em parte porque o maldito GPS fez com que eu me perdesse. Demorei pra sair do carro por tá chovendo muito forte.

Claro que esqueci o guarda-chuva. Não preciso nem comentar que só descobri que estava chovendo quando saí garagem, não é? Cheguei à recepção do prédio encharcada, pingando água da roupa e do cabelo.

– Bom dia – me cumprimentou a recepcionista.

– Bom dia, eu começo hoje no J'onzz Advogados Associados.

– Você pode me emprestar seu RG? – Entreguei o documento para a moça.– Só um minuto, vou fazer o cadastro enquanto anuncio sua chega ao Dr.
William Dey.

– Tudo bem – respondi apenas. Eu não conhecia ninguém dessa filial

– Você pode se virar mais para a direita? – pediu a recepcionista. – Preciso tirar uma foto.

– Claro. – Travei o maxilar. Tomara que essa foto não seja a do crachá que eu vou ter quependurar no peito, pensei em desespero.

Assim que ela bateu a foto, um homem bem apessoado de terno saiu do elevador e veio na minha direção. Sorriu e me estendeu a mão.

– Então você é a famosa Dra. Kara? – perguntou, apertando minha mão.

– Então o senhor já ouviu falar de mim?

– Na verdade eu tinha ordens expressas para ir até sua casa buscá-la se demorasse mais dez minutos. – Riu. – É raro Dr. Jhon gostar tanto de um funcionário, por isso estava extremamente curioso para conhecê-la, doutora. – Ele não esperou por uma resposta, fez um gesto para que eu o seguisse e apertou o botão do elevador. – O que está achando da cidade?

– Maravilhosa, doutor.

– Pode me chamar apenas de William.

– Tudo bem, William – sorri. – Pode me chamar de Kara– acrescentei.

– Ótimo.

Chegamos ao 5° andar, onde o escritório ocupava todas as salas.

– Vou lhe apresentar algumas pessoas e depois mostrar sua sala. – Concordei com a cabeça. – Você já está familiarizada com os trâmites do processo criminal, pelo que fiquei sabendo.

A Garota dos Olhos Verdes - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora