“Uns querem um final feliz. Eu só quero a parte do feliz, do final eu não quero nem saber.”
Caio Augusto Leite*****
Elas viveram felizes para sempre
Um ano e meio depois.
– Está nervosa? – perguntou meu pai, enganchando o braço no meu.
– Não – respondi confiante. – E você? – perguntei, virando para olhá-lo.
– Não – respondeu balançando a cabeça. – Desta vez não.
A marcha nupcial começou a tocar e as portas da igreja foram abertas. Eu não estava nem um
pouco nervosa, eu transbordava de alegria, felicidade e esperança. Agarrei com força meu buquê de rosas brancas, pisei no tapete vermelho e olhei para o altar. Meu coração se encheu de amor quando meus olhos encontraram com os dela. Ela era linda.Ela me olhava como se nunca houvesse visto tamanha beleza, e quando nossos olhares se
cruzaram, ela abriu um grande sorriso e, imperceptivelmente, enxugou uma lágrima que teimou em escapar e estava quase escorrendo de seus olhos, mas ela não precisava ter se dado ao trabalho.Ninguém prestava atenção à sua emoção.
Ninguém exceto eu. Durante minha caminhada pelo tapete vermelho, busquei por outros rostos. Nia e Bryan estavam de mãos dadas no altar e Alex sorria. Como já era tradição, voltei meus olhos para a noiva.Ela esfregava as mãos uma na outra, apreensiva. Não tirou seus olhos dos meus nem por um segundo. Fui entregue a ela por um pai sorridente. Ela pegou minha mão e me puxou para perto, sussurrando em meu ouvido:
– Foi como você sempre sonhou que seria?
Olhei para seus olhos verdes e depois por cima de seu ombro em direção à nossa filha, que dormia no colo do meu futuro sogro.– Não, Lena. – Ela sorriu e semicerrou os olhos. – Foi muito melhor.
passagem de tempo
Não é que no final as coisas deram certo? Encontrei o amor da minha vida, já estávamos juntas e felizes há alguns anos. Lizzie chegou ao mundo em uma noite chuvosa. Lena não só assistiu ao parto, como quase desmaiou quando resolveu olhar para o corte da cesariana por cima do lençol. Ninguém no hospital lhe deu mais paz depois disso.
Lionel acabou se tornando um avô exemplar e arrumava briga com qualquer um que dissesse que ela não era sua neta. Minha filha teve sorte.
Há poucos dias saiu o resultado do processo de maternidade sócio-afetiva que Lena abriu de livre e espontânea vontade sem me contar. Só descobri seu segredo no dia em que fomos ao cartório incluir o sobrenome Luthor na certidão de nascimento da Lizzie, que contava até então, apenas com o meu sobrenome.
Depois que chegamos em casa no dia em que nos reconciliamos na praia, Nia me contou todos os detalhes de como ela havia chegado no apartamento querendo matar Lena depois de ter me deixado na casa dos meus pais, e de como Bryan havia tentado consolá-la. Furiosa com a irmã, ela acabou descontando sua raiva no coitado, chamando-o de tapado aos berros, dizendo-lhe que todos os homens eram iguais, todos uns idiotas que não davam valor ao amor de uma mulher. Ele a empurrou até o sofá e a beijou, simples assim. Disse que já estava apaixonado por ela havia muito tempo, mas que tinha dúvidas se ela sentia o mesmo (e depois se sentia no direito de não ter gostado de ser chamado de tapado).
Ela me disse que foi como se borboletas voassem dentro de seu estômago, mas eu conhecia a sensação. Se eu soubesse que apenas alguns gritos seriam suficientes para que Bryan assumisse seus sentimentos, eu mesma teria berrado com ele por horas até que ele admitisse. Eles não se desgrudaram desde então.
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A Garota dos Olhos Verdes - Supercorp
RomanceQuando Kara era criança ela foi ao seu primeiro casamento, ela se apaixonou pela cerimônia, e quando uma música tocou uma moça toda de branco entrou pela porta da igreja com buquê de pétalas amarela e foi a direção ao rapaz que estava com os olhos m...