5 Capitulo

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- Quem é? - perguntei com uma vozinha doce, embora não me parecesse nenhum vizinho sedento por uma xícara de açúcar.

- Lena. - Grande coisa, quem era Lena?

- Pois não? - Eu já estava perdendo a paciência. Jason ia matar a próxima vítima e eu detestava pausar o filme bem nos momentos mais cruciais.

- Será que você pode fazer o favor de me deixar entrar? - Acho que a paciência dela, se é que ela tinha alguma, também não estava presente.

- Por que eu faria isso? - perguntei rispidamente. - Eu nem sei quem você é. Sinto muito, não tem ninguém em casa.

- Realmente não deveria ter ninguém em casa - disse sarcasticamente - mas pelo visto tem você.

- Faz sentido - respondi pensativa. - Volta outra hora.

- Eu. Moro. Aqui.

- Onde?

- Aqui.

- Tá, isso você já disse, em qual apartamento?

- No que você está. - Ela já tinha desistido de tentar soar grosseira a essa altura.

- Duvido muito. Minha irmã e um tal de Bryan não estão em casa, a outra está em outro lugar, e além de mim não mora mais ninguém aqui.

- É eu sei, a Alex está no hospital e Bryan tá viajando e EU estava em um congresso, mas voltei mais cedo. Será que você me deixar entrar, por favor?

Ah, a ficha caiu.

- Você é a outra? - perguntei confusa.

- Lena, eu sou a Lena! - berrou. - Eu sou a outra - respondeu, agora mais calmamente.

- Mas como posso ter certeza? E se você for Jack, o Estripador?

- Talvez eu vire quando conseguir pôr as mãos no seu pescoço - ela disse tão baixo, que duvidei ter ouvido. Outro motivo para ela não entrar. - Você está com seu celular?

- Não tô não, Jack.

- Então vai pega-lo.

Obedeci ao Jack, o Estripador, e fui atrás do celular, que estava no sofá. Como mágica, assim que o peguei na mão, chegou uma mensagem

    Alex;)

    Vejo que já conheceu Lena.
    Será que AGORA DÁ PARA VOCÊ
    DEIXAR ELA ENTRAR EM CASA, SUA
    DESMIOLADA?

Ops. Acho que dava sim. Ela não podiam me culpar, pois eu não sabia quem morava ali, estava sozinha, carente e assistindo a um filme do Jason. O que ela queriam que eu fizesse? Abri a porta bem de mansinho e meu queixo caiu instantaneamente.

Eu estava diante de uma deusa grega. Que tinha raiva, pelo visto, porque só faltou espumar pela boca quando entrou em casa e passou por mim a toda velocidade.

- Eu... é... desculpa... - tentei, mexendo meus pés um por sobre o outro, para disfarçar a vergonha.

- Jason, é? - perguntou, apontando para televisão sarcasticamente.

- É um ótimo filme - justifiquei.

Mas ela simplesmente me deu as costas e foi em direção ao último quarto, o que ficava de frente para o meu, entrou e bateu a porta. Quem mandou esquecer as chaves? Mesmo depois de ter partido, seu perfume ainda estava no ambiente. Amadeirado. E minha boca ainda estava aberta. Deus, que eu não tivesse babado na frente daquela Mulher! Ok. Vamos analisar a situação. Ela não era só bonita. Ela tinha aquele tipo de beleza da qual as pessoas têm até medo. Não era saudável ser tão atraente. Mas os olhos... Os olhos foram o que me prenderam... Verdes. Tanta beleza em alguém tão pouco educada e tão pouco carismática era realmente um desperdício. Ignorando o fato de estar na casa dela, voltei para o filme e para o sorvete, mas não antes de responder à mensagem da Alex.

A Garota dos Olhos Verdes - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora