“Se exponha aos seus medos mais profundos; depois disso, o medo não terá poder nenhum.”
Jim Morrison
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DramaQuase não peguei no sono durante a noite, estava inquieta. Acordei antes do despertador tocar, com Krypton se mexendo na cama, mas continuei deitada, tentando matar o pouco de tempo que me restava, olhando para o teto. Entretanto, era difícil conseguir ficar imóvel em uma única posição quando se estava desperta. Resolvi levantar e procurar pelo controle remoto da televisão, que ultimamente tinha se transformado no brinquedo preferido do Krypton, e acabei encontrando o danadinho embaixo da cama. Desci, peguei, puxei as cobertas para subir na cama novamente e vi uma mancha escura no lençol.
– LEEENAAAA! – gritei em desespero, rezando para que ela ainda estivesse em casa.
– O que aconteceu? – perguntou Bryan, trombando-se na minha porta, e chegando mais perto de mim.
– Vai chamar a Lena – pedi ao Bryan, agarrando seu braço para ter firmeza. Eu me sentia fraca e a sensação era de que a qualquer momento eu desmaiaria.
– Ela já foi trabalhar – disse ele, preocupado, e então agarrou meus braços e me chacoalhou. – Fala, o que foi?
Apontei para a cama e esperei que ele entendesse sozinho, seus olhos fixaram na mancha de sangue fresco.
Bryan me enrolou no cobertor que estava ao pé da cama e me pegou no colo logo em seguida. – O elevador estava demorando muito, então Bryan optou por descer os sete lances de escada comigo nos braços. Quando finalmente chegamos à garagem.
Me colocou no banco de trás, dando a volta no carro para ir ao hospital. Isso não podia estar acontecendo, eu não deixaria, eu tinha que ser forte.
– Lena – disse Bryan ao telefone –, prepara uma equipe de obstetrícia, estou levando Kara para a emergência. – Não consegui entender a resposta, mesmo que sua voz estivesse tão alta a ponto de eu poder ouvi-la. – Ela teve um sangramento – disse e esperou pela resposta. – Kara, você está
sentindo alguma dor? – perguntou para mim, ainda com o telefone no ouvido, olhando pelo retrovisor. Neguei. – Estou indo o mais rápido que posso – voltou a falar com Lena e encerrou a ligação.Chegamos ao hospital em tempo recorde. Dr. Arthur já me esperava na recepção com dois enfermeiros e Lena, que veio correndo ao meu encontro e me tirou do carro nos braços, colocando-me numa cadeira de rodas. Entramos apressados e percorremos alguns corredores. Quando viramos no que pensei ser o último deles, já que Lena tinha desacelerado a corrida, demos de cara com Alex, que estava com a cabeça abaixada lendo algo em uma ficha, e a levantou assim que ouviu a movimentação de muitos pés correndo no chão de linóleo.
– O que está acontecendo? – perguntou, encurtando nossa distância em uma corrida.
– Agora não – respondeu Lena
Dr. Arthur proibiu que todos entrassem comigo, menos seus enfermeiros.
– Fique calma, Kara – ele me pediu quando recomecei a chorar. Eu queria Alex comigo tivesse a forçado mais a barra para me acompanhar. – Vamos fazer outro ultrassom, tudo bem?
Não respondi, queria apenas que ele fizesse o que tivesse que ser feito e me dissesse que meu filho estava bem.
– Pronto, menina, já pode ficar mais calma – disse o médico, sorrindo, não consegui fazer o mesmo até ouvir as batidas do coração do meu filho preencherem a sala. O alívio foi tão grande que eu não sabia nem se ria nem se continuava a chorar. – Não precisa chorar, o bebê está saudável, foi só um sangramento corriqueiro e sem motivo aparente.
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A Garota dos Olhos Verdes - Supercorp
عاطفيةQuando Kara era criança ela foi ao seu primeiro casamento, ela se apaixonou pela cerimônia, e quando uma música tocou uma moça toda de branco entrou pela porta da igreja com buquê de pétalas amarela e foi a direção ao rapaz que estava com os olhos m...