O Velho Que Amava O Por Do Sol II

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O Velho Que Amava O Por Do Sol

O Último Livro de Jiraya

CAPITULO 1

Foi em uma manhã fria de dezembro que tudo começou.

Lá fora, o vento uivava e arrastava a neve que caia aos montes...

Minha mãe, me disse que nesse dia nevou como nunca antes havia nevado e que o vento, era de tal forma bravio, que se ouvia os ramos podres das árvores caindo.

Porém, por muito frio que embalasse aquelas terras, a pequena casa de madeira se mantinha firme pois estava prestes a receber uma linda criança.

Os ventos, abafavam os gritos dolorosos da mulher que agarrava firmemente a mão da outra mulher do seu lado. O suor escorria pela sua testa, e seu rosto era ocupado pela vermelhidão... Seus longos cabelos negros, colavam no seu rosto com uma facilidade inexplicável, mas isso não importava.

A beleza naquele momento não importava...

Mas a força... De aguentar as dores de dar à luz... Isso sim, era importante.

Nasci eu, então, naquela fria manhã de dezembro.

Meu rosto era banhado pela tristeza de ser retirado do ventre da minha mãe, e pelo rosto de minha mãe as lágrimas de alegria se misturavam com a dor de não ter o seu marido presente naquele momento... Vivendo aquele belo... Aquele magnifico... Aquele maravilhoso e único momento.

Foi perto do cais, observando os navios embarcar, que foi feita a minha infância preenchida também pelo amor materno.

Meu pai era Capitão de mar, e com ele por muito tempo partilhei esse grande amor pelo oceano e pelos seus mistérios. Também, por esse mesmo motivo, só conheci meu pai aos 7 anos, após a longa viagem a África.

Achei muito estranho... O meu pai.

Era totalmente diferente daquilo que tinha imaginado...

Suas barbas eram longas e desdenhadas.

Seu cabelo era, também ele, longo e espigado.

Tinha um ar cansado o meu pai... Tinha um ar muito cansado.

A primeira vez que o vi, foi no cais quando o navio dele atracou. Minha mãe, aos prantos, se agarrou a ele e eu perplexo com aquela cena só consegui ficar ali... Estático... Prendendo a minha própria respiração.

"Então é esse o meu pai?"

Não me lembro bem do que pensei no momento, mas me lembro dessa pergunta vaguear na minha mente.

Ele veio até mim, de braço dado com a minha mãe ainda banhada em lágrimas, e se baixou ao meu nível. Me encarou e eu engoli em seco, mas acabou sorrindo e eu acabei sorrindo também.

Me recordo de no inicio o ter achado demasiado rude e mal educado.

Não gostava do jeito de como ele tratava minha mãe...

Reclamava de tudo.

Do seu cabelo...

De suas roupas...

De sua comida...

De tudo.

E minha mãe sorria... Como se nada daquilo a afetasse...Como se aquilo não a magoasse.... E isso era ainda mais irritante, porque eu sabia que magoava.

God's And Angels: RepostagemOnde histórias criam vida. Descubra agora