Hostil

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Hinata On

O cheiro húmido da chova me fez despertar.

Fechei o livro e o posei sobre o meu colo, fechando os olhos e deixando que aquele cheiro entra se em meu corpo e acalmasse minha mente.

Depois de respirar fundo algumas vezes, me levantei da poltrona e fui até á janela que se encontrava aberta.

Deixei que o vento gélido toca se em minha pele o que fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

De seguida olhei para o céu.

Estava escurecendo e as nuvens cinzentas e carregadas anunciavam mais uma longa noite chuvosa.

Não me impressionou... De certa forma eu até gostava.

Vesti minha capa.

Caminhei lentamente pelos corredores do palácio até chegar ao grande portão de entrada. Acenei ao pequeno homem que se apressou a abrir o mesmo.

- Tem a certeza que quer sair senhora? As nuvens parecem estar muito carregadas hoje.. Pode chover a qualquer instante.

Sorri para o homem.

- Não se preocupe comigo Choji será uma curta caminhada... Está escurecendo, você já devia ter ido para casa

Choji baixou o olhar.

- Eu não poderei ir agora...

- Porque não?

O encarei preocupada.

Eu sabia que a família dele encarava sérios problemas. A sua mulher estava permanentemente doente e para acompanhar a mesma também se encontrava grávida.

- Para ser sincero senhora eu preciso de dinheiro para conseguir pagar um bom médico para a minha mulher... Se ela continuar assim, poderá não aguentar ter nossa filha.

É verdade que todos aqueles que vagam por esses reinos estão mortos... Mas aqui você também pode voltar a morrer. A partir do momento em que sua alma falece, você perde força e deixa de ter controle sobre o seu próprio espírito passando a ser uma alma perdida. Essa é a razão pela qual protejo tanto o meu povo. Meu reino além de ser cercado por milhares de rosas ( sendo elas protegidas por um alto muro) é protegido também por centenas de militares e pela densa floresta que cerca todo o reino. Dessa forma tenho a certeza de que todos estão protegidos.

Fui até ao homem, ergui a sua cabeça fazendo o me encarar e coloquei um saco de moedas de ouro em sua mão direita.

- Não... Eu não posso aceitar... Eu não posso...

Diz tentando me devolver, uma ideia que rejeitei de imediato.

- Não se preocupe...

- Mas eu não terei como devolver esse dinheiro todo senhora...

O homem parecia desesperado o que me fez dar um sorriso.

- Não precisa devolver... Faça disso um presente para a criança que nascer.

A chuva que começa a cair disfarçava as lágrimas que começavam a descer pelo rosto do homem que me fez uma vénia.

- Muito obrigado...Muito obrigado senhora... Muito obrigado... Eu não sei como lhe agradecer.

- Vá para casa...

- Mas eu...

- Vá para casa... A noite é perigosa.

E dito isso, abandonei o palácio e comecei a caminhar pelas ruas do reino, sentindo meus pés descalços tocarem na calçada molhada.

Eu gostava daquilo.

God's And Angels: RepostagemOnde histórias criam vida. Descubra agora