God's And Angels: Repostagem

Embalada

O que você acha sobre músicas de embalar?

O que você sente quando ouve uma música de embalar?

Sinceramente... Eu sempre as achei estranhas.

Não pergunte porque.... Mas a verdade é que eu também não saberia explicar a razão pela qual sinto isso.

Minha mãe sempre me cantou muitas quando eu era criança... Mas nunca gostei delas.

Sabe aquilo que eu sentia era estranho... Eu odiava as letras daquelas músicas mas eu amava ouvir as melodias saindo da boca de minha mãe... A voz de minha mãe era mágica independentemente de a música ser boa ou ruim.

A voz dela me fazia sentir menos sozinha... Eu sinto muito a falta dela. Por vezes é como se algo faltasse em mim... entende?

E é nessas horas que eu me arrependo de nunca ter dado o devido valor a cada música de embalar que ela me cantava....

Por coincidência, no meu sonho conheci alguém com a voz tão bela quanto a dela.

Mas era uma voz diferente...

Penso que talvez fosse mais doce e suave... Era um deleito para quem a ouvisse.

A voz dela era tão bela quanto as rosas que ela plantava em todo o reino.

A paisagem daquele Anjo cantando com a melodia do vento e com as rosas balançando ao seu sabor é sem dúvida alguma uma das coisas que eu mais sinto falta desde que acordei...

/..../

"Menina dos olhos tristes
o que tanto a faz chorar?
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Vamos senhor pensativo
olhe o cachimbo a apagar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Senhora de olhos cansados
porque a fatiga o tear
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Anda bem triste um amigo
uma carta o fez chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

A lua que é viajante
é que nos pode informar
o soldadinho já volta
está mesmo quase a chegar

Vem numa caixa de pinho
do outro lado do mar
desta vez o soldadinho
nunca mais se faz ao mar"

Ela cantava enquanto apreciava o cheiro de uma das rosas e enquanto uma leve brisa passava, balançando os seus longos cabelos negros.

- Nunca tinha ouvido essa senhora... É nova?

O Anjo rodava o caule da folha em seus dedos, ignorando os espinhos que feriam a sua pálida pele. Ela respirou fundo e deu um sorriso, pensando em uma forma de responder a Konan, uma das suas fieis conselheiras.

- Não ouvi os seus passos...

- Eu não vim caminhando senhora...

- Entendo...

Konan tinha a habilidade de se transformar em um negro corvo, o que fazia com que Hinata por vezes não desse conta que a mesma a observava. Konan não fazia por mal... Não era como se desconfiasse de Hinata até porque não havia razão para isso. Mas o Anjo passava muito tempo sozinha, convivendo com os próprios pensamentos e isso a preocupava muito. Havia dias tão deprimentes, a ponto de Hinata somente dirigir palavra ao seu filho Eiko um garoto de apenas 9 anos que portava cabelos negros e olhos onix que era amado incondicionalmente pelo Anjo.