UM DIA DE FOLGA

89 18 83
                                    

Depois da conversa com os professores, cada um foi para o seu canto, Nyzan e Rema foram para o quarto, Bellinda, Fana e Laenny foram a cozinha ver algo para comer, Djony ficou deitado no sofá, Nina chateada com Ten, foi para rua, começou a andar pela floresta, Ten foi atrás dela. A lua iluminava o reino, nuvens lindas pairavam no céu, a brisa era boa.

- Posseidon, porquê que não falaste a verdade para eles? — O esperando na porta do seu quarto, Odin questionou.

- Qual verdade? — Abrindo a porta do quarto respondeu.

- Não te faças de parvo, sabes bem do que falo! — Respondeu irritado Odin.

- Achas que os novatos que nunca viram guerras alguma, aceitariam matar inocentes só para quebrar a maldição? Claro que não! — Disse ele.

- Não importa, p#rra!!! São eles que deviam escolher permanecer ou voltar para casa! — Falou, abanou a sua cabeça, bateu forte na parede.

- Odin, o que vem em primeiro? — Adan questionou.

- O reino, é claro! — Odin respondeu.

- Então? Ainda achas que fiz mal? — Adan insistiu.

- A questão não é essa! Não devemos decidir por eles irem atrás da morte! — Odin berrou, saiu, deixou Adan sozinho.

Ten se aproximou do local em que Nina havia parado, ficou ao lado dela olhando para o precipício que tinham a sua frente.

- Vais contar ou nem por isso? — Virando o olhar para ele, perguntou.

- Bem, eu acabei a entrar aos cavaleiros por dois motivos, quando entrei na arena para parar a tua luta... — Ela não o deixou terminar de falar.

- Correção, salvar-me. — Disse ela.

- Como queiras. Odan gostou da minha forma de lutar, procurou-me, mas eu recusei. — Disse.

- Não parece, visto que estás aqui! - Respondeu ironicamente.

- Sim, mais tarde a Hemaga Marie entrou em contato também, falou-me dessa maldição, eu já havia ouvido sobre isso quando éramos crianças, pensava serem lendas urbanas, mas quando ouvi da Hemaga não consegui ser novamente cético sobre o assunto. Haveria guerra, querendo ou não! A melhor forma de ter a minha Mãe e irmã protegidas seria perto do castelo, ninguém consegue invadir enquanto a Hemaga estiver no seu melhor, eu confiei a segurança delas na Hemaga, ela prometeu-me cuidar delas, e como sabes, eu faço tudo por elas. — Explicou ele.

- Falta o outro motivo. — Disse ainda olhando para ele.

- Ah, minha Mãe acabou de apanhar uma doença estranha durante o torneio... Para tratar essa doença precisava do dinheiro que não tenho, a minha entrada ao esquadrão dava o aval para ela ser cuidada pelos melhores médicos do reino. — Enquanto ele falava os seus cabelos brancos voavam.

- Não precisavas carregar esse fardo sozinho, não precisas esconder a lágrimas, nós estamos aqui para te ouvir e ver chorar quando for necessário. — Mel e Sany saíram por trás das árvores quando Nina disse essas palavras. Angel também estava ali perto a ouvir tudo.

- Obrigado, pessoal! — Respondeu sempre olhando na mesma direção.

- Não precisa esconder, eu vi a lágrima caindo do seu rosto. — Falou a Sany, ela foi a primeira a chegar perto dele e dar-lhe um abraço caloroso, depois um beijo no rosto, ficaram ali os quatro por um tempo, depois Nina e Mel se retiraram, de mãos dados Sany e Ten ficaram deitados ali.

Mais uma semana se passou, os treinos finalmente haviam acabado, de momento eles só estariam ali até segundas ordens. Enquanto isso na capital, a Hemaga andava pelas ruas, brincava com as crianças, as pessoas admiravam muito a Hemaga Marie pela sua gentileza, era uma fantástica líder, se preocupa com todos. "Hemaga, Hemaga, Hemaga..." pessoas gritavam enquanto ela caminhava, acenava de volta com um sorriso em seus lábios, abraçou algumas crianças que encontrou pela rua. O dia era de sol, graças às árvores espalhadas pelo reino as pessoas não sentiam tanto.

"Obrigado por cuidar do reino, Senhora Hemaga", "Nós somos gratos por tudo", eram umas das frases que ela ouvia. Percorreu o reino todo, enquanto caminhava pelo reino pensava "Se eu não os proteger, quem fará isso? Se eu desistir do ataque ao reino dos anjos caídos e a maldição ser ativa novamente, conseguirem manter o meu povo todo vivo... ", enquanto se perdia em pensamentos, sentiu que alguém estava a puxar suas pernas, olhou para baixo, era uma criança de 4 anos, estava a sorrir para ela, a Hemaga sorriu, a pegou, brincou com ela por um tempinho até a sua Mãe chegar e agradecer, a Hemaga se levantou, sorriu e voltou para o castelo onde Odan a esperava, ela convocou-o.

No reino Fire, o clima de tensão era maior, as crianças estavam presas iguais animais, os seus pais eram obrigados a continuar a trabalhar para os rebeldes denominados como Yala, para ninguém fugir do reino eles fizeram isso. "Eu quero ver a minha Mãe", uma criança gritava da sua sela, além de estarem dentro de uma sela, elas tinham coleiras nos seus pescoços, eram alimentadas uma vez ao dia.

"Aquela fraca que se denominava como rainha está morta, nós os (Yala) tomamos o poder, as nossas ordens são a nova lei, terão os vossos filhos de volta quando vermos que vocês são confiáveis, só assim, enquanto isso, elas ficarão presos", falou o homem que vestia uma batina enorme, com o símbolo de uma cruz.

Ele desceu as escadas ao lado dos seus inferiores, os homens que tinham fé numa entidade agora espalhavam o terror pelo reino. As cidades estavam destruídas.

De volta ao monte Kazuca. O sol nasceu, depois dos trabalhos, Sany saiu com Nina e Mel, Djony ficou a conversar com Bellinda.

- Toma cuidado para não se machucar, mais novo. — Disse Bellinda.

- Não entendi, velhota. — Falou ele quando se dirigia para o Sofá.

- Quem é a velhota? — Perguntou rispidamente, ele sorriu, apontou para ela. Olhou para ele, continuou a falar.

- Me refiro a Sany. — Voltou a falar Bellinda.

- Ela é como uma irmã, não se preocupa com isso. — Falou já deitado no sofá.

- Irmã igual os pais dela eram, não é? — Voltou a atirar, por trás da porta Laenny se fartou de dar gargalhadas, ouviu essa parte da conversa.

- Não, não desse jeito. — Respondeu sem jeito.

- É bem visível que gostas dela, mas ela gosta do rapaz de brinco. — Falou Bellinda.

- Desculpa-me intrometer na conversa alheia, ela gosta do Angel? — Questionou Laenny.

- Não desse cara de brinco, do outro cara, o novato. — Falou ela.

- Hum, acho que ela tem mal gosto, o Djony é mais bonito e forte. Ele é o tipo de homem que toda a mulher procura. — Atirou Laenny. Djony ficou sem palavras, só concordava com a cabeça.

- Não acho que isso seja verdade, aos meus olhos o Anon é mais bonito, sobre a força não sei, ainda não o vi lutando. Mas o que importa aqui não é o que nós achamos, mas sim a Sany. — Voltando ao assunto principal, Bellinda falou, depois tomou um copo de água.

- Ela não gosta dele, e nem sei o porquê que falamos disso. — Falou Djony chateado.

- Estou preocupado, não posso ter um colega magoado, a dor do coração é incomparável. — Disse Bellinda sorrindo.

- Amiga, sempre apaixonada por ele? Supera isso. — Laenny disse.

- Ele? — Questionou Djony curioso.

- Ela tem um... não, vários fraquinhos pelo Nyzan, mas ele já tem namorada. — Falou ela.

- Chega, não estou interessado nesse vosso assunto! – Disse a levantar para ir embora.

- Não importa, vou contar na mesma, o Nyzan namora a Fana. — Falou mesmo sabendo que ele não estava interessado.

Lá fora Ten conversava com Angel no top do monte, Angel está com o cabelo preso, Ten continua com ele solta. Durante o tempo que estão em treino o visual deles tem mudado, uns ficaram um pouco mais altos, musculosos, cabelo maior, outros cortaram o cabelo.

- Não gostas de estar aqui? — Perguntou Ten do nada.

- Aqui onde? — Questionou Angel.

- Nesse esquadrão. — Falou ele.

- Ah, gosto, é bem divertido quando estamos todos, apenas não sou apreciador do novo líder. — Sem rodeios falou.

- Então, é por isso que querias lutar contra os teus velhos colegas? — Perguntou Ten.

- Não gosto de injustiças, isso irrita-me! Até parece que ela é culpada de ter nascido assim. — Disse Angel aparentemente chateado.

- Infelizmente quando és pobre isso acontece muito, infelizmente. — Olhando para o campo de treino, Ten falou.

- Sei como é...

- Certeza?

- Sim! Já agora, o seu oponente está a treinar, não devias fazer o mesmo? — Olhando para o campo também, falou.

- Não preciso de tanto treino assim, vou vencer. — Amarrando o cabelo que estava se movendo com o vento, falou.

- Quanta confiança, espero bem.

- Pode deixar.

- Então, quando é que vais oficializar o namoro?

- Qual namoro?

- Não precisas fingir, está bem na cara, todo o mundo vê!

- Não sei que falas.

- Fica assim! — Angel se virou, foi andando, Ten foi atrás dele.

- Angel, qual é a tua história? — Perguntou Ten.

- Sou um jovem do Reino Herz, não tenho pais nem irmãos. — Disse ele, não parou de andar.

- Entendo... — Olhando para baixo respondeu Ten.

- Acho que não! Eu tinha um irmão gêmeo, ele e os meus pais foram mortos durante a última guerra, até hoje não sei como sobrevivi... vivi num orfanato durante um tempo, aos 8 anos fugi de lá, comecei a viver na rua, procurei emprego, uma senhora generosa deu-me emprego, uma cama para dormir, comida na mesa e uma educação, sou grato a ela, ela é como uma Mãe para mim. Ela sempre me disse que a violência gera violência, por essa eu não gosto de lutar. — Disse Angel enquanto caminhavam em direção a casa.

- Acho que eu já ouvi falar de ti... Se violência gera violência, então porquê que estás num grupo de cavaleiros? — Perguntou Tem confuso.

- Um homem sozinho não consegue mudar o mundo, e antes de mudar o mundo, deves mudar a ti mesmo, depois as pessoas ao teu redor, e assim vais crescendo. Os cavaleiros mágicos prezam pela paz, em primeiro o nosso reino, depois o nosso reino, depois o nosso reino... E depois a paz mundial. — Deixou claro ele.

- Entendo...

- Pensei que dirias isso é ser egoísta, não devias focar apenas em nós, os outros também precisam de paz. — Contou ele.

- Eu? Nunca falaria isso!

- Bom, infelizmente já ouvi isso de alguém... — Eles haviam acabado de chegar em casa.

Nina, Mel e a Sany foram passear pela montanha, acabaram a encontrar a Fana, caminharam juntas, durante o percurso conversavam sobre homens, Fana colocou no ar a possibilidade de a Nina ter um sentimento pelo Ten, Sany ficou pasma, Nina explicou que eles são irmãos, nunca sentiram nada fora da amizade um pelo outro, Mel disse ser verdade, Sany se sentiu mais aliviada, Mel colocou no ar da possibilidade da Fana gostar de Angel, ela disse que não, o seu coração já tinha dono e era o Nyzan, elas admiraram, ela tentou deixar claro que não apoia a atitude dele, mas não podia fazer nada, Sany disse para ela não se preocupar com aquilo. A noite já estava perto, começaram a voltar, Mel revelou que tem um fraquinho por um dos cavaleiros, mas não revelou quem.

Chegaram a casa, os outros já estavam dentro, como sempre, espalhados, Nina, Mel e Sany se juntaram ao Ten que estava com Angel. Djony, Elly, Laenny e Bellinda estavam juntos num lugar, Kay estava perto dos líderes, menos Odin, ele havia saído com a sua namorada, Rema, Nyzan e Fana em outro lugar. Mas havia uma interação entre eles, estavam se divertindo bastante, Ten contou aos amigos com saudades da sua Mãe e irmã, ela falav com muito carinho.

- A Tina é bem divertida, sempre me faz sorrir de alguma forma. A minha Mãe sempre cuidou de nós com amor e carinho, ela ama ser nossa Mãe. Sinto saudades de vê-las a sorrir. Antes de vir para cá, nós os três fizemos um jantar delicioso, ah, foi tão bom. — Ten estava a falar quando foi interrompido.

- Hey! — Durante a conversa que havia na sala, Nyzan se dirigiu ao Ten com essa palavra, Ten o ignorou, estava a rir com os seus amigos, Nyzan saiu do seu lugar, parou na frente da Sany, Ten a tirou de lá, a colocou de lado. -Amanhã vamos resolver o nosso problema. — Falou orgulhosamente.

- Eu não tenho nenhum problema, mas se quiseres tanto lutar, amanhã estarei disponível! — Respondeu com um sorriso nos lábios. Nyzan concordou com a cabeça, se retirou, Rema se virou para o Djony, disse que seria perda de tempo lutar contra ele, um calouro não está à altura de um veterano, a luta deles havia acabo de ser encerrada. Angel olhou para Ten, se sentiu feliz por ele, visto que Nyzan não desistiu do combate só mostra o quanto ele acha Ten forte, ou um adversário a altura. Já era hora de dormir, cada um foi para o seu canto, Ten beijou Sany e foi dormir.

O Mundo AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora