ÚLTIMOS MINUTOS

7 2 0
                                    

-Senhores! — Se levantando, a Hemaga chamou a atenção deles. Todos viraram para ela. Era possível sentir a sua presença, a sua energia estava forte, todos que estavam presentes tremeram de medo. -O juiz e os membros da mesa decidiram isso, mas como a Hemaga, eu ainda tinha a última palavra! — Odan e Oyana não gostaram que ela estava falando, os seus semblantes mudaram. -Hemaga, não! — Odan berrou, alguns dos cavaleiros olharam para ele sem entender nada.
- O que se passa? — Usana questionou a Jerna aparentemente curiosa.
- Eu também não entendi nada. — Ambas estavam perdidas com o que estava acontecendo.
- Odan, não vou poder cumprir a promessa, infelizmente, seu sinto muito. — A Hemaga respondeu-o.
- Não precisa ser assim, Hemaga. — Odan berrou de novo. Odin olhou para o seu irmão confuso.
- Bem, como ia dizendo, vou renunciar o meu cargo para que a Pauna possa assumir a função, assim, ela será a nova Hemaga. Em troca do meu cargo Odan, Sany, Djony e Ten serão soltos. — A Hemaga falou com um sorriso forçado nos lábios. A sala ficou gelada, não acreditavam no que acabara de acontecer. Sany parou de chorar, Djony estava incrédulo. Ten abriu os olhos, Nyzan sentou, Ponela festejou dando um leve salto.
- Com o acordo feito, vocês são livres. Pauna, da primeira família, é a nova Hemaga. — O juiz falou, uma pequena parte de pessoas festejaram, Pauna se levantou sorridente.
A Hemaga saiu com os olhos úmidos, todos os olhares estavam focados nela, Oyana se aproximou rapidamente dela, a levou para as pessoas não notarem. Havia pessoas fora chorando com a decisão da Hemaga. "Desculpa", Marie falou saindo do tribunal. "Hemaga, não nos deixe, por favor", algumas pessoas que estavam fora pediam, ela olhou com os olhos úmidos, permaneceu calada, Oyana a levou.
No tribunal ainda haviam pessoas, Ponela correu para dar os parabéns a sua Mãe.
- Parabéns, Mãe. Você conseguiu! — Entusiasmada falou.
- Obrigado, filha. — Com um sorriso de orelha a orelha, Pauna agradeceu a sua filha. Vendo os cavaleiros mágicos saindo, se aproximou deles. -Um momento, por favor. — Eles pararam, viraram. -Vocês ainda podem ser cavaleiros do reino, apareçam amanhã na reunião, por favor. — Pauna foi educada. Ninguém respondeu, viraram-se para frente, foram andando.
A Hemaga chegou ao castelo, foi se despedir dos seus funcionários em choro.
- Aproveite descansar, Marie, você fez muito por este reino. — Pauna chegou ao castelo, viu Marie a sair. A Hemaga ignorou, foi andando para a sua casa.
Chegando ao castelo da sua família, Marie abriu a porta, o castelo tem três andares e uma torre que chega até ao céu, janelas de vidros, quartos grandes, cozinha, sala, banheiros, a cor de dentro é branca, e castanha fora.
- O que faremos agora? — Oyana questionou triste.
- Aproveitar as férias. — Marie respondeu deitando no sofá.
- Então vamos aproveitar. — Oyana se sentou.
Werna acaba de chegar, fechou a porta com brutalidade.
- O que foi isso? — A Hemaga perguntou erguendo a cabeça.
- Desculpa. — Werna estava olhando para as suas mãos.
- O que aconteceu? — Oyana percebeu. Suspirando, respondeu.
- A Mãe daquele menino de cabelo afro branco, está morrendo no hospital... — Werna não terminou a fala, elas saíram rapidamente.
Já fora do tribunal, Sany e os outros foram andando até os seus familiares.
- FILHA!! — Ena correu para a sua filha, Sany forçou o sorriso chegando perto dela. Djony foi abraçado pelos seus irmãos sorridentes, ele também sorriu. Ten continuou a caminhar juntamente com a Nina ao seu lado, parou, olhou de lado, percebeu que os olhares estavam virados para ele.
- O que foi? — Ten questionou vendo os olhos nele. Mel surgiu correndo, todos viram ela chegar.
- Ten, precisamos ir ao hospital. — Mel relatou em lágrimas.
- O que está acontecendo? — Com os olhos abertos, surpreso, perguntou.
- É a sua Mãe, Ten. — Mel respondeu com dificuldade, Djony, Nyzan e Jerna se aproximaram logo que Mel começou a falar.
- Onde está ela? MEL!!! — Ten gritou bravo.
- No hospital central, Ten. — Mel não parava de chorar. Ten saiu correndo. Sany e Nina foram atrás dele.
Djony se aproximou de Mel.
- Não fica assim. — Falou para ela.
- Para mim ela também é minha Mãe, Djony. — Mel respondeu.
- Vem. — Djony puxou ela para perto de si e abraçou. Nyzan levou a sua família para casa.
- Vamos retirar as nossas coisas do monte. — Laenny falou e foi andando, triste.
- MANOOOO! — Tina berrou vendo Ten entrar como um louco no quarto do hospital, ela correu para o seu colo.
- Ainda bem que você chegou, Ten. Sua Mãe está mal, tem apenas alguns minutos. Sinto muito, gostaria que fosse diferente, aproveite os últimos minutos. — Ten começou a chorar após ouvir a verdade sobre a sua Mãe.
- Mãe? — Se aproximou da cama, ajoelhou ao pé dela, pegou nas suas mãos, falou em soluço. A sua irmã sentou-se na cama chorando.
- Penso que o meu corpo já não aguenta, filho. — Dona Tany falou com bastante dificuldade.
- Não, Mãe, você ainda precisa viver. — Lágrimas caiam dos seus olhos enquanto falava.
- Ten, cuida da sua irmã, não desista de ser um cavaleiro mágico, e seja feliz, filho. Tina cuida do seu irmão, seja feliz, filha, e um dia se torne uma cavaleira mágica igual a Hemaga. — a sua voz mal saia, vinha com dificuldade.
- Depois de tudo o que aconteceu, não posso continuar a ser mais um cavaleiro mágico. Se você se for, o Pai vai ficar chateado comigo, Mãe, por favor, não se vá. — Ten falava com bastante dificuldade.
- O que você prometeu ao Pai? Então proteja o reino, filho. — Ela disse. Tiny adormeceu chorando ao lado da sua Mãe.
- Eu prometi os proteger até chegar o meu dia, mas parece que falhei. Tudo isso por conta dessa obsessão pelo poder! — Ten não parava de chorar. Sany, Nina, Mel, Djony, Hemaga Marie, Odan, Oyana e Nyzan estavam a ouvir tudo por trás da porta sentidos.
- Você fez tudo que estava ao teu alcance. Você tornou-se cavaleiro mágico pela minha saúde, você fez mais que o necessário. Mesmo tendo os melhores médicos, uma hora as pessoas morrem. Para o bem da sua irmã, você precisa proteger o reino, sendo ou não um cavaleiro mágico. — Dona Tany se alegrou lembrando disso.
- Mãe, por favor, não nos deixa, nós precisamos de você. — Ten aumentou os seus choros.
- Eu estarei sempre com vocês, filho. — Ela respondeu, sorriu. Ten olhava fixamente para ela, inconscientemente lembrou do seu passado.

Quando Ten tinha 8 anos.
- Papai, quero ser o herói da família. — Ten falou enquanto treinava com o seu Pai. Eles estavam fora de casa, treinavam juntos todos os dias, a mesma hora perto do mar. Ten sorria muito, estava sempre alegre ao lado o seu Pai.
- Você será capaz de nos proteger sempre? — O Sr Anon questionou.
- SIM, PAPAI. — Alegre Ten respondeu, seu cabelo branco estava curto.
- Eu vou confiar em ti, filho. Prometes, certo? — Sorridente Sr. Anon questionou.
- Eu prometo, PAPAI, eu vou cuidar da família. — Ten recebeu um abraço de seu Pai.
- E o reino, filho? — Seu Pai questionou.
- Papai? — Ten não percebeu.
- Você vai proteger o reino também? — o seu Pai questionou com a rosto diferente.
- Sim, Papai, eu serei um bom cavaleiro. — Animado o pequeno Ten respondeu.
- Ahm, entendo. Mas se o reino estiver contra a família? — o seu Pai olhou para o nada, indagou, Ten olhou para o seu Pai sempre sorridente. -Filho, não importa o que aconteça, proteja sempre o reino para o bem da sua irmã. — Voltando a falar, Sr. Anon, pegou o seu filho pela mão.
- Eu sempre vou proteger a minha família, antes do reino, primeiro a família. — Ten respondeu.
- Vou confiar em ti, espero que mudas o futuro que eu vi, mas já saberemos, se eu ainda estiver aqui em dois meses, você será capaz. — Ten não percebeu o que ele quis dizer. Seu Pai conseguia ver o futuro, essa era a sua magia.
Depois de uma semana, seu Pai foi preso, Ten foi até a cadeia acompanhado da sua Mãe, mas não os deixaram entrar para ver o seu Pai, depois de um mês ficaram sabendo que o seu Pai foi morto na cadeia, o corpo foi entregue a família, Ten chorou muito ao ver.
- Papai, desculpa. — De frente ao corpo de seu Pai, Ten chorou, abraçou o corpo do seu Pai já sem vida.
- Seja forte, filho. — a sua Mãe tentou o acalmar.
- Papai morreu por minha culpa, mamãe. — Ten não parava de chorar.
- Não foi sua culpa, filho. — Ela puxou-a para perto. Chegou perto do seu marido, retirou os seus brincos.
- O que a Mamãe está fazendo? — Ten perguntou.
- Esses brincos agora serão vossos. — Colocando um brinco em cada um dos seus filhos, ela falou. - o vosso Pai vai andar sempre com vocês. — Ten limpou a lágrima.
Distante dos filhos, pegou o bilhete que o seu marido deixou "infelizmente esse mundo será destruído pelas mãos do nosso filho e mais pessoas".
Voltando ao hospital.
- Filhos, eu amo-vos. — Dona Tany fez um esforço, deu um beijo na testa dos seus filhos, voltou a deitar na cama.
- Mãe, eu amo você! — Dona Tany agradeceu "obrigado", e infelizmente morreu. Ten olhou para ela, aumentou o choro, "MÃEEEEE", gritou muito alto, a sua irmã acordou com o grito, olhou para ele de relance, voltou a dormir. Seus amigos entraram na sala, Sany se ajoelhou ao seu lado, a abraçou por trás, Nina passou a mão na sua cabeça. Todos estavam tristes.
- Muito obrigado. — Limpando as lágrimas, Ten falou balbuciando para todos que estavam ali. Se levantou, olhou para a sua Mãe morta, baixou, retirou os seus brincos, todos ficaram olhando-o, colocou um dos brincos, e o outro na sua irmã.
- Quer dizer??? — Djony questionou vendo-o a colocar um brinco.
- Sim, o primeiro é o do seu Pai. — Mel respondeu chorando.
- Desculpa Pai, eu não consegui proteger ninguém. — Colocando o brinco, ele falou alto deixando os seus amigos perdidos.
- Ten, desculpa incomodar, mas o que devemos fazer? — Bellinda questionou.
- O mesmo procedimento, vou a enterrar hoje. — Ten saiu da sala com a sua irmã no colo, deixando todos para trás.
- Ten? — Sany esticou a sua mão enquanto ele saia.
- O deixem de momento, ele precisa de espaço. — Marie falou para os presentes na sala. Nina e Mel estavam abraçadas a chorar. Nyzan estava calado olhando para o chão pensativo, Odan se retirou da sala.
Ele foi andando com a sua irmã no seu colo em silêncio, ela dormia. Chegando à praia, se sentou na areia, acordou a sua irmã.
- Mano. — Acordando, passou a mão no rosto.
- Tina. — Sorriu, deu-lhe um beijo na testa.
- Para onde foi a Mamãe? — Tina questionou ainda com a cara amarrotada. Ten olhou para o mar.
- Ahm, quem sabe? Ela foi para perto do Papai, mas disse para ficarmos com os seus brincos. — Tina pegou em suas orelhas após ouvir o seu irmão, se alegrou.
- Se ela foi para perto do Papai, quer dizer que ela ficará bem. — Tina colocou a sua cabeça no colo do seu irmão e falou. Ten olhou para ela, sorriu, olhou para o mar.
- Sim, eles vão ficar bem e nós também. — Passou a sua mão no rosto dela.
- Sim, mano. — Tina respondeu.
- Agora estamos os dois, apenas os dois. — Ten limpou a lágrima com o braço.
- Estou a ser deixada fora da família? É isso mesmo? — Nina se sentando ao seu lado, questionou com um sorriso. Ten ficou surpreso ouvindo-a.
- Pensei que era para estarmos juntos até o fim. — Mel se sentando do outro lado, também falou.

- A sua namorada já não importa? Que triste. — Sany estava por trás dele. Ten se emocionou ouvindo-as. Nyzan, Djony, Jerna, Odan e a Hemaga foram para frente. Odin, Oyana, Usana, Bellinda, Laenny, Dona Marta, Luna, Sr Ena, e a Avó da Sany acabaram de chegar. Ten olhou para todos eles, chorou. -Obrigado, muito obrigado! — Ten se levantou, limpou a lágrima, pegou a sua irmã.
- Ten, está aqui. — Bellinda entregou a caixa, Ten olhou para ela, recebeu, agradeceu. -Obrigado, Bellinda. — Olhou para a sua irmã, sorriu com lágrimas no seu rosto. Os seus amigos estavam todos por trás deles, Ten caminhou para dentro da água.
- Mãe, eu não consigo falar... — Tremia o corpo todo, respirou fundo, baixou com a pedra brilhante em sua mão, juntamente com sua irmã. -Nós amamos você, mamãe. Muito obrigado por ser a nossa Mãe, por ter nos dado todo o amor possível, te amamos. Até um dia, minha eterna Rainha. — Colocaram a pedra no fundo do mar, caiu de joelhos, não aguentou. Os seus amigos emocionaram-se, Sany, Nina, Mel e a Marie foram as mais sentidas.
Ten saiu da água chorando, Sany se aproximou dele, o abraçou muito forte. -Eu estou aqui para ti, meu amor. — Sany falou. -Sei, muito obrigado. — Agradeceu, ficaram abraçados por um tempo, depois Sany se virou para Tina, Nina se aproximou dele. -Meu irmão. — Nina o abraçou também forte, depois Mel e os outros vieram dar-lhe o apoio. A noite acabava de chegar. No bosque, Katarina Ana, a maga olhava para o fogo na lenha, sorriu, falou "a profecia está quase completa, agora só falta... ", se levantou, foi para dentro.

O Mundo AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora