MORTE

14 2 0
                                    

Deixando a lua assumir o comando, o sol pôs-se, em Herz ainda era inverno, na calada da noite o frio era mais intenso.
- Marie. — Oyana chamou a sua atenção durante o jantar.
- Sim? — Com comida na boca respondeu. Ten, Tina e Werna também estavam à mesa.
- Recebi relatos vindo da Jerna e da Sany que as mortes têm aumentando. — Oyana falou, Ten parou os talheres.
- Precisamos ajudar o povo. — Marie respondeu após engolir a comida.
- O mais rápido possível! — Oyana respondeu.
- Hemaga! — Ten a chamou.
-Sim? — Virando o seu olhar para ele, disse.
- O que está acontecendo? — Ten parecia perdido.
- Desde que Pauna assumiu o controle, o reino tem decaído dia após dia. — Werna parou os talheres no ar, respondeu, Marie suspirou fundo, Ten ficou boquiaberta.
- Eu não sabia disso. — Ten mostrou-se perdido.
- Você não tem saído de casa, e nós evitamos falar sobre isso ao seu lado, não é Oyana! — Marie falou virando-se para ela mostrando a sua insatisfação.
- Desculpa, escapou, up. — Oyana colocou as suas mãos perto da boca. Ten ficou calado por um tempo, no seu pensamento ouviu a sua Mãe "proteja o reino, para o bem da sua irmã", colocou a mão por cima da cabeça.
- O que podemos fazer para resolver isso? — Ten mostrou interesse.
- O meu mano vai voltar a salvar o mundo. — Tina se alegrou ouvindo seu irmão, levantou da mesa e saiu correndo. Ten sorriu acompanhando ela com o olhar.
- Estou a pensar, Ten. — Marie pegou na taça de vinho, olhou para ele firme, falou.
- Mas Ten, enquanto isso, mesmo sem sermos cavaleiros, nós estamos a tentar ajudar estando na rua. — Oyana falou sorridente.
- Vou ajudar! — Ten estava alegre.


Fora da casa da Marie, Odin se despedia do seu irmão.
- Tenta não demorar, e se cuida, irmão. — Odan falou.
- Quem você pensa que eu sou? — Odin respondeu.
- Meu irmão, por isso preocupo-me.
- Calma, não precisa ficar assim. — Odin abraçou o seu irmão e foi andando para Fire.
Lanel, Mael e Angel vagavam pelo reino, Lanel aparentava estar irritado desde manhã, chutava tudo que encontrava pelo caminho, Ponela surgiu.
- Rapazes!
- O que foi, Ponela? — Bicando mais uma pedra, irritado falou com ela.
- Tenha maneiras! Tenho uma missão. — Ponela olhou para Lanel com desprezo.

- Faremos amanhã, estou cansado. — Mael reclamou.

- Cansado? Ahm? Você ficou o dia todo vagando pela cidade! — Ponela o lembrou.
- E você acha que isso não é cansativo? — Mael voltou a reclamar.
- Calado! — Ponela mostrou autoridade sobre os seus companheiros.
- Ponela, qual a missão? — Angel questionou sem reclamar.
- Devemos matar a Sany, ainda essa noite. — Ponela anunciou, Angel não mostrou nenhuma reação, Lanel mudou logo a sua expressão, um sorriso largo formou-se no seu lábio.
- Vou poder vingar-me, obrigado, PONELA! — Lanel agradeceu.
- Pensei que ainda não era o momento. — Mael lembrou.
- Isso não está em discussão, vamos! — Ponela saiu na frente.
Foram andando para a casa da Sany, as ruas estavam desertas, a neve espalhada pelo chão, chegando em casa dela, pela porta Ponela usou a sua magia para as fazer desmaiar antes de invadir a casa, depois de cinco minutos, entraram, Sany estava no sofá da sala, a retiraram sem barulho, fecharam a porta. Angel carregou a cruz invertida, Ponela juntamente com Angel a colocaram amarrada sobre ela, colocaram a cruz presa no chão, espalharam combustível ao seu corpo, Sany estava desacordada.



- Hoje o mundo se livra de uma pecadora. — Arrogante como sempre, Ponela falou antes de acender o fósforo, os seus colegas estavam ao seu lado, felizes.
- Tens que saber quem provocar, idiota. — Lanel falou dando gargalhadas loucas. Ponela acendeu o fósforo, o fogo começou a se espalhar aos poucos, se afastaram, ficaram distantes, num local em que podiam ver ela morrer, mas não podiam ser vistos pelos demais. O fogo foi aumentando, Sany acordou quando as chamas chegaram ao seu corpo, gritou "SOCORROOOOOOOOOOOOO", tentava se mover para sair, mas não conseguia, olhou ao redor, não conseguia ver ninguém, "alguém ajuda-me, por favor", começou a chorar de desespero, o fogo estava sobre ela, Ponela e os seus amigos riam bastante da situação.

A Sr Ena acordou, foi a cozinha beber um copo de água, pasando pela sala, percebeu que a sua filha não se encontrava no sofá, achou estranho, procurou pela casa, não a encontrava em lugar algum, pela janela viu uma chama enorme, abriu a porta, olhou bem, viu. "FILHAAAAAAAAAAAAAAAA", saiu correndo e gritando, chegou perto, tentou procurar um local de fuga, não encontrava, foi correndo para casa pegar baldes de água, o seu barulho acordou a comunidade perto, um a um foi saindo, vendo o fogo correram para ajudar. Djony abriu a porta da sua casa, saiu correndo para a soltar, não conseguiu também, felizmente Odan e os outros surgiram para ajudar, se aproximando, Odan colocou a mão no chão, absorveu todo fogo, Sany estava com a cabeça virada para baixo, as suas roupas haviam queimadas, Nina retirou o seu casaco para a cobrir o seu corpo pelado, Jerna a retirou da estaca, a sua Mãe caiu em choros, colocaram a sua filha morta no seu corpo. Todos ali choravam, Djony chorava igual uma criança, Mel aproximou-se dele, o abraçou para o consolar, Jerna ativou os seus poderes para tentar encontrar o culpado. "Porquê que eles fizeram isso com a minha bebê? O que ela fez de mal?", chorando bastante, em soluços lamentava, Sany tinha o corpo queimado, o seu rosto estava danificado, Sr Ena olhou para ela, "olha o que fizeram com o seu rosto lindo, filha, olha". Odan se aproximou, colocou a sua mão sobre o ombro dela.
- Nyzan? — Nina viu que ele estava com a mão no coração.
- Sinto o meu coração em chamas, é como se estivesse morrendo. — Em dificuldade Nyzan respondeu.
- Calma, venha! — Nina a abraçou forte.
- O que está acontecendo aqui? — Ten gritou, estava correndo até ao local onde os outros se encontravam. Marie, Oyana e Werna vinham juntos. Chegando ao local, Ten ficou parado, não conseguiu se mover, falar, não se movia, lágrimas em seus olhos começaram a cair. Marie fechou os olhos, "que merda acabou de acontecer", falou baixinho, ficou ao lado da Sr Ena em silêncio, Werna fechou os olhos.

- Eu gostava dela, não pode ser. — Oyana ficou admirada, Odan a deu força.
- Eu estou a ter um pesadelo, certo? — Em um tom triste, voz rouca, Ten questionou, ninguém respondeu. — Isso não pode estar a acontecer, não é, Sany? — Ten começou a chorar bastante, o seu olhar firme estava somente nela – Sany, acorda, por favor, não me abandone também. — Ten voltou a falar, Jerna se aproximou dele, a abraçou forte, ele continuava chorando sem se mover. Em momento de tamanha aflição, dona Ena lembrou nascimento da sua filha.
- Parabéns, eles são gêmeos. — O médico informou alegre.
- Os meus filhos. — Emocionada respondeu.
- Podem trazer as crianças para ficarem um pouco com a Mãe. — O médico pediu aos enfermeiros.
- Eles são fofos, se chamarão Sany e Larry. Os meus preciosos filhos. – os seus filhos acabaram de nascer, depois de um tempo com a mãe, foram levados de volta e ela descansou.

Quando Ena acordou recebeu uma péssima notícia, foi informada que o menino acabou falecendo, chorou muito com a notícia, para a confortar, o médico a lembrou que tinha ainda a menina, ela devia ser forte para a cuidar. Após um mês, Ena saiu do hospital com a sua filha nas mãos. Chegando à casa, percebeu que a sua filha tinha o símbolo da cruz invertida na sua testa. "O que é isso?", se perguntou assustada, " a minha filha carrega o meu pecado?", com o rosto triste questionou-se. A pequena Sany acordou, passou a sua mão pequena pelo cabelo da sua mãe, olhando de volta, sorriu, "eu vou cuidar de ti, meu amor". Desde muito cedo ela começou a colocar franja em sua filha para esconder o símbolo da cruz. Sany cresceu sem Pai, ele matou-se, a sua Mãe sempre a protegeu, durante o seu crescimento foi entendendo o porquê da franja, e a distância da cidade. Em um dia de calor, quando Sany tinha seis anos, regressou da escola chorando até a casa. A sua mãe sempre a esperava fora de casa, notando que a sua filha vinha com a cabeça para baixo, e moveu rapidamente ao seu encontro. "FILHA", a distância berrou, ouvindo-a, Sany levantou a cabeça, saiu correndo, se encontraram no meio do caminho.

- Filha, o que foi? – Pegando a sua filha, questionou, antes mesmo dela responder, Ena percebeu o que aconteceu. - Quem fez isso com você? — Sr. Ena questionou chateada.
- Foram as meninas da escola. — Sany chorava contando. - Elas colocaram-me na parede, falaram que sou pecadora, por isso cortaram essa parte do cabelo. — Indicando onde foi cortado, a sua Mãe ouvia atenta. — Dois meninos ajudaram-me, se não iam cortar todo o meu cabelo, mamãe. — Sany voltou a falar.
- Como se chamam? Você agradeceu? — Ena limpou as lágrimas da filha.
- Djo e Ny. Sim, agradeci. — Sany falou mal os nomes, a sua mãe riu.
- O nome deles é mesmo esse, filha? — Ena riu.
- Djony e Nyzan. Lembrei. — Sany lembrou do nome certo.
- Muito bem. São teus colegas? — Ena perguntou enquanto voltavam para casa.
- O Djony, sim, Nyzan, não. — Sany contou.
- Muito Bem.



- Mãe, um dia, eu vou orgulhar você, eu prometo! — A pequena Sany prometeu a sua Mãe.
- Por seres minha filha, eu já me sinto orgulhosa. — Ena deu um beijo na testa da sua filha após falar.
Voltando para a atualidade, Sr. Ena continuava chorando pela morte da sua filha.

O Mundo AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora