Um Reino Quebrado

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Em apenas algumas semanas desde o ocorrido, o reino dos anjos caídos estava quase reconstruído, apesar de tudo, ainda era possível ver em alguns pontos mazelas da batalha e a vontade de dar o troco estava presente em seus rostos. O povo todo estava reunido, esperando o rei sair do castelo, Hamona e sua família saíram do castelo, foram até ao jardim onde a multidão os aguardava.

- Rei Hamona, o que fizemos para merecer isso? — Uma senhora de 41 anos, branca tinha sua filha menor nas mãos, com lágrimas nos olhos, questionou quando o Rei se sentava.

- Nada. — Hamy respondeu quando percebeu que o seu Pai ficou calado.

- Querido Rei, estamos todos aqui para saber quando é que vamos dar o troco? — Magui perguntou, ao seu lado estava Pogy já recuperado e Mio. A multidão começou a fazer barulho.

- Silêncio! — Don berrou. -Deixem o Rei falar. — A multidão se calou, alguns perceberam que ele tinha uma camisa cheia de sangue em suas mãos.

- Vocês querem a vingança, é isso? — Se levantando, o Rei questionou.

- Vingança? Não, nós queremos justiça! — Jaurina gritou, virando toda atenção para ela.

- O que seria justiça para vocês? — Hamy olhou surpresa para o seu Pai com o que ele falou.

- Sangue por sangue! — Don falou levantando a sua mão com a camisa, continuou falando. -Eu perdi um amigo, darei o troco, ou morrerei tentando! — Com a cara mostrando sua ira, voz forte, ele mostrou a camisa de seu amigo Brony. O povo ficou arrepiado com ele, Cismo olhou para a camisa, lembrou de ter lutado lado a lado de Brony.

- Entendo... Vocês acreditam que sangue por sangue será a solução? Isso vai gerar mais mortes, mais sangue, mais choros! — Movendo a mão, ele mostrou os locais em que o sangue foi derramado, era possível ver as casas destruídas.

- Estamos prontos para morrer, se for necessário! — Todo o mundo gritou ao mesmo tempo, com a mão para cima, o Rei colocou um sorriso leve.

- Eu preciso deles, em Herz tem a única fruta que pode salvar a minha mulher. — O Rei contou olhando para eles. O povo ficou chateado com o que ouviu, começaram a assobiar, ofender.

- Você é o nosso rei, nós também somos sua família! — Mio berrou, Magui e Pogy olharam para ele.

- Eu sei! Vou me reunir com eles porque preciso de curar a minha mulher, após curar ela, nós vamos matar um por um, pai, mãe, filho, irmão, irmã, todos eles serão mortos, vamos deixar aquele reino em cinzas, vamos matar até o último deles, pelo sangue que foi derramado neste reino! — Colocando as mãos sobre o chão, com o tom firme, voz arrepiante, cara sádica, o Rei falou. Todos eles colocaram um sorriso nos lábios, berraram "SANGUE POR SANGUE".

- Vamos acabar com eles! — Hamy levantando as mãos falou com o povo.

-Vamos sim! — Eles responderam com as mãos no alto.

A conversa terminou, as pessoas foram saindo do local, o Rei voltou para o castelo, sua filha ficou ainda ali com Hamona Jr, Magui se aproximou deles com um abraço, elas brincavam juntas quando criança. Foram andar pelo reino enquanto conversavam sobre tudo que estava acontecendo.

- Como estás, Hamy? — Magui questionou.

- Recuperada e tu? Ouvi dizer que mataste um dos inimigos, amei. — Hamy falou feliz.

- Estou bem. Obrigado, eu ainda não entendi o que aconteceu, estou perdida aqui desde aquele dia. — Magui não conseguia entender o motivo do problema.

- Eu também não sei bem... Eu soube pelo meu pai que nós éramos pecadores, por isso devíamos morrer. — Hamy falava e gesticulava, Magui abriu bem os olhos, ficou surpresa com o que ouviu.

- Foi o quase o mesmo que ouvi da mulher que mate! — Magui lembrou.

- Talvez eles não sejam do mal. — Um jovem negro, passou por elas e disse. Magui, Hamona Jr e Hamy olharam para ele.

- Cala! — Hamy respondeu.

- Melhor calar mesmo! — Magui também falou.

Don e Laurina foram andando para casa, Cismo colocou a sua preguiça de lado, correu até eles para conversar, disse que sente muito, elogiou Don.

- Nyzan! — Com os dentes serrados, Laurina falou.

- Ahm? — Don não entendeu.

- Este é o homem que matou o Brony! — Cismo falou, sempre com a cara de sono, bocejando toda hora.

- Vou lhe matar lentamente, ele vai se arrepender de tudo que fez. — Don prometeu com as mãos.

- Vamos, eu também vou! — Laurina pegou no ombro de seu amigo, agradeceram ao Cismo, foram andando. Cismo foi andando para casa, ele queria dormir.

O Rei estava no castelo sentado em seu sofá, pensando na visita que recebeu mais cedo, os seus queridos vizinhos que iam ter com ele pendido para unir forças, dizendo que nunca concordaram com o plano da Hemaga, que eles sempre acharam que o pergaminho estava errado e não achavam certo matar inocentes, nem crianças.

- O que está pensando, pai? — Hamona Jr e Hamy adentravam a sala quando Hamy percebeu que seu pai estava longe de casa questionou.

- Nos vizinhos. — Virando-se para eles, respondeu.

- Acredita mesmo neles? — Hamy se sentou no outro sofá.

- Ainda não sei. — Hamona disse.

- Eu acredito neles. — Sua mulher gritou do quarto.

- Esses reinos querem alguma coisa, mãe. — Hamy gritou de volta. Hamona jr estava jogando Akai ao lado do sofá, seu Pai olhou para ele, depois voltou a prestar atenção na conversa.

- Seus tios foram para lá, foram bem recebidos. — Gritou novamente do quarto sua Mãe, ela estava na cama, sua doença tem piorado.

- Estranho! — Hamona Jr gritou, chamou a atenção de seu pai e irmã, ele estava falando sozinho enquanto jogava.

- Eles devem ser justos, diferentes dos outros que nos atacaram de primeira. — O som veio novamente do quarto.

- Em Herz há homens bons, mulher, Odan Trevo não permitiu que Hamy fosse morta. — Hamy ficou admirada, não sabia desse ocorrido.

- Nós sabemos que não deixarias, matarem a sua filha. — Novamente do quarto.

- Eles precisam de uma segunda chance, é isso que pensas, não é? — Hamy para o seu Pai.

- ELES NÃO MERECEM! — Hamona Jr berrou, terminou o jogo com o kai em suas mãos. Seu Pai olhou para ele e o jogo novamente sorriu.

- O kai, não é? — Falou pegando em Hamona Jr.

- Pai, você mentiu para o povo? — Hamy se levantou, ficou olhando para o seu Pai.

- Eu quero matar todos eles! — Firme ele falou.

- Então porquê que disse que em Herz também há pessoas boas? — Ainda em pé, questionou ela, seu cabelo escuro voava para trás.

- Eu sou justo! — Hamona deixou seu filho para beber um pouco.

- Então vamos dar o troco! — Hamy gritou.

- Sim! Não importa se são inocentes ou não, eles devem pagar pela ousadia que tiveram! — Hamona foi até ao quarto ter com a sua mulher.

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