O Mundo Amaldiçoado

Líderes

Alguns dias antes da invasão em Herz, a Hemaga Marie havia ido ao Reino Kamén acompanhada de Jerna e Usana, os líderes dos 7 reinos teriam uma reunião. Chegaram ao destino, foram escoltadas até ao palácio onde se juntaram aos outros líderes, Usana e Jerna após deixarem a Hemaga foram andar pela cidade. A sala onde seria a reunião é enorme, está cheia de estátuas dos antigos líderes do reino, havia no meio da sala uma mesa redonda de pedra.

O reino Kamén tem casas antigas, um reino pequeno, tem poucas lojas, há casas de magia, o jovens aprende magia desde cedo.

- É bom voltar a ver-vos! — Com a sua voz grossa, disse Uno, o líder do reino Drak, se aproximando dos seus colegas, é um velho de 80 anos, apesar da idade o seu cabelo permanece preto, anda numa cadeira de rodas.

- Olá, Uno, há quanto tempo, você ainda está vivo! — Respondeu Gano, líder do reino Rodáctilo, idoso de 85 anos bem-humorado, as suas rugas eram bem visíveis, os seus cabelos haviam caído, apesar da idade, andava normalmente.

- Marie, você chega e nem vens saudar-me? Estou triste. — Se aproximando do local em que Marie estava sentada, Werna, líder do reino Betelp, deferia essas palavras. Ela é jovem, magra, os seus cabelos são vermelhos e curto.

- Hahahaha eu acabei de chegar! O trabalho está-te a matar, não é? — Se levantando para abraçar a amiga, ela disse.

- Porquê que falas isso, Marie? — Já abraçadas perguntou.

- Estás magra, minha irmã. Da última vez que te vi, estavas tão cheia que pensei que irias explodir hahahah. — Respondeu ela.

- Hahahahaha comecei a fazer dieta, sabes quem agora está gorda? Hahaha – Falou ela.

- Quem? conta-me, Werna. — Respondeu sorridente.

- Olá! — Era Werna, a rainha de Ice, ela é bonita, os seus olhos são verdes, os seus cabelos são os mais longos que alguma vez Marie viu, o cabelo dela quase que toca no chão.

- Olá, Werna, há quanto tempo! — Respondeu Marie enquanto esticava os braços para abraçar a sua amiga.

- Como estás, Werna Danzol? — Questionou Werna Gen.

- Estou bem, sentia saudades das nossas reuniões. — Falou ela com um sorriso na cara.

- Pelo que vejo ganhaste uns kilos! — Disse Marie.

- Uns kilos? Ela ganhou kilões hahahahah! — Respondeu Werna Gen.

Enquanto elas conversavam foram a servir bebidas para as pessoas que já ali estavam.

- Desculpa o atraso! — O líder de Kamén adentrou a sala se desculpando, o seu nome é Kanu Une, foi ele quem marcou a reunião. Agora todos presentes, a reunião iria começar.

- Bom, fico feliz por ter-vos aqui, espero que estejam todos bem... — Enquanto falava, a Hemaga Marie olhou ao redor e percebeu faltar alguém.

- Desculpa interromper, mas não estamos completos, onde está a Vema Nana, a líder do reino Fire? — Questionou ela.

- Não sabes o que aconteceu em Fire? – Uno Uno questionou com o rosto seco.

- Como ela saberia se apenas se preocupa com o seu reino? Claro que ela não sabe! — Respondeu Gono Ret num tom de desprezo.

- Por favor, não me faltem ao respeito para que eu não desça ao vosso nível. — Tranquilamente Marie falou. Eles irritaram-se com esse comentário.

- Marie, houve um golpe de estado em Fire, a Vema Nana foi morta, o povo estava a sofrer opressão, a igreja tomou o controlo do reino, é tudo. — Respondeu Werna Danzol para acalmar os ânimos.

- Como assim? A Vema está morta? Não acredito nisso! — A notícia a deixou transtornada.

- Não venha aqui fingir que sentes algo, você não se importa com ela! Você não se importa com nada que esteja fora do seu reino! — Atirou Uno Uno.

- Até certo ponto tens razão, eu sou a Hemaga de Herz, o meu dever é proteger o meu povo, mas eu importo-me com as minhas amigas! — Respondeu completamente irritada.

- Se você se importa tanto, como não sabes do ocorrido? Já faz três meses desde o ocorrido! — Atirou Werna Danzol, Marie olhou para ela surpresa, não respondeu.

- Vejo que vocês estão a julgar a Marie, mas não vi ninguém a se disponibilizar para ajudar a Vema! Então, essa é a vossa forma de se importar? Saber do ocorrido e ficar parado? — Atirou Werna Gen.

- Temos algo mais importante a fazer, vamos prosseguir! — Kanu Une, o homem que marcou a reunião não tinha interesse nesse debate, o seu foco era outro.

- Ela morreu, mas o seu povo não, eles precisam da nossa ajuda! — Falou Marie.

- Marie, não temos tempo, és livre para ir lá, eu não mandarei os meus homens para lá! — Voltou a falar Kanu Une. "Nem eu", o restante, menos Werna Gen concordaram.

- Agora, vamos ao que realmente nos trouxe aqui. — Começou por falar, Kanu parecia ansioso. — Como todos sabemos, o tempo da maldição está prestes a recomeçar, até agora não sabíamos como parar ela, mas já encontramos a solução. — Todos eles ficaram surpresos com a notícia, essa era nova, caso fosse verdade o mundo seria salvo.

- E como faremos para quebrar essa maldição? — Questionou Marie esperançosa.

- Os pergaminhos deixados por Uzuka foram encontrados, nesse pergaminho ele fala sobre a maldição. — Explicou Kanu.

- Depois de tantas guerras que presenciei, finalmente vamos por fim a isso, fantástico! — Com a sua voz grossa. Uno festejou.

- E como será quebrada a maldição? — Perguntou Werna Gen, ansiosa pela resposta.

- Para que a paz habite entre vocês, todos os descendentes dos pecadores devem ser mortos. — Com o pergaminho nas mãos ele leu.

- Então a maldição nunca será quebrada, que m#rda! — Bateu na mesa, Gano.

- Nos chamaste até aqui para isso? Vim perder o meu tempo! — Werna Danzol estava entediada.

- Não! Faz já um tempo que tenho essa informação, mas de tudo eu precisava saber onde estavam e como identificar os descendentes dos pecadores, não sei se sabem, mas o que trouxe o pecado ao mundo são os anjos caídos ou seres espirituais como são mais conhecidos. — Falou Kanu.

- E? — Sem rodeios questionou Werna Gen.

- Nós sabemos quem são os verdadeiros pecadores, isso não é novidade, mas também sabemos que eles já foram mortos quando o novo mundo apareceu. — Falou Uno.

- O reino que aparentemente havia sido destruído quando a máquina espiritual foi detonada, na verdade, não foi, eles conseguiram proteger os seus filhos usando uma magia proibida, consequentemente essa magia os colocou fora do mundo por anos e anos. Aparentemente eles já pagaram pelo preço da magia proibida, e agora estão novamente no mundo. A população no reino deles cresceu durante esses anos, eles não presenciaram as guerras que eles mesmo geraram! Eles são os pecadores, eles devem ser executados!! — Explicou Kanu.

- Vocês pretendem começar uma matança, é isso? — Questionou Marie.

- Sim! Para dar a paz a esse mundo eu estou disposto a matar todos eles! — Sem rodeios, Kanu falou.

- Então, todos os descendentes do pecado estão de volta? — Indagou Werna Danzol.

- Sim! — Kanu respondeu.

- Como eles são? — Questionou Werna novamente

- Fisicamente iguais a nós, o resto ainda não tem resposta. — Respondeu Kanu.

- Qual é o seu plano, Kanu? – Indo direto ao assunto, Gano perguntou.

- Sozinho não consigo vencer, esperava que pudéssemos unir forças para derrubar o reino dos anjos caídos e quebrar de vez a maldição. — Disse ele.

- Eu não concordo com isso! — Deixou claro Marie.

- Marie, eu sei que a paz e vida do seu reino é prioridade igual a de todos nós, se não acabarmos com a maldição logo, haverá guerra sempre, e haverá morte de inocentes sempre, é mesmo isso que queres? – a sua amiga Werna Gen falou.

- Não há outra escolha, quebrar a maldição ou a guerra, você escolhe! — Disse Kanu.

- Estás pronta para ver novamente sangue de inocentes derramado? — Questionou o mais velho da sala.

"Estou cansada de guerras, eu vivi duas guerras infernais, vi muita criança morrendo, vi o inferno na terra, estou cansada... Eu não quero matar inocentes para acabar com a maldição, não quero ver crianças a morrer..., mas eu coloco o meu reino acima de tudo e todos, por isso não tenho escolha, nós também iremos! Mas ainda acho errado", falou a Hemaga dentro de si, sem ânimo para o que estava por vir, balançou a cabeça dizendo "sim". Os outros líderes ficaram felizes com a resposta dela.

- Seguindo. O meu plano é simples, os melhores cavaleiros de todos os reinos serão reunidos para a batalha. O reino é grande, por isso vamos precisar de muitos homens, após entrar, será colocada uma barreira para que ninguém saia, atacando juntos, pela terra e pelo ar, poderemos executar todos! — Disse Kanu sem rodeios. Eles acharam o plano bom.

- Tenho uma exigência! — Falou o mais velho Uno, do reino Drak.

- Qual seria, seu velho! — Respondeu o velho Gono.

- Antes do ataque, quero um torneio no reino Drak entre os reinos todos, levem os seus melhores soldados! — Disse ele.

- Não, não temos tempo para isso! — Falou Gono.

- Se for assim, não levarei os meus homens para a batalha! — Atirou ele.

- Uno, qual seria a finalidade dessa batalha? — Kanu questionou.

- Além da diversão e dinheiro que isso ia gerar, os cavaleiros teriam o prazer de presenciar a qualidade uns dos outros, assim ninguém teria medo de ir à guerra com um estranho. E mostraria que estamos todos em sintonia. E... Se o ataque não correr como o esperado, teremos nos divertidos antes da guerra começar. — Explicou os seus motivos. Ficaram pensativos por um tempo, depois todos cederam, o acordo estava feito, antes do ataque, haveria um torneio em Drak.