Lar Doce Lar (SEGUNDA TEMPORADA)

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À noite parecia não se mover, a Hemaga caminhava por baixo da chuva, de um lado parao outro, a situação era crítica, estava apreensiva, Usana demorava para retornar com os seus colegas, a distância Pauna olhava contente, o local estava cheio de pessoas, algumas orando aos céus. Os cânticos vindos da igreja eram bem audíveis, a senhora Ena continuava preocupada com a Sany, sua filha, lágrimas continuavam a cair do seu rosto, com a chuva não era notável, Lyzan, Mãe do Nyzan, estava aflita por dentro, por fora conseguia manter a calma roendo as unhas.

Saindo das sombras, Usana estava de volta com Ten, Sany, Nyzan, Djony, Mel e Nina que carregava o corpo da Dane já sem vida. A Hemaga correu até eles.

- Estão todos bem? — As palavras da Hemaga saíram muito rápido, era notável o medo em sua voz.

- Vamos ficar, Hemaga. — Sany estava exausta, sua voz mal saiu, não conseguia ficar em pé sem um encosto, Ten era o seu apoio. Nyzan continuava deitado com os olhos abertos em direção ao céu, seu corpo estava repleto de arranhões, o sangue do seu adversário sumiu com a água da chuva. Djony levantou-se com dificuldade, seu corpo estava cheio de hematomas, mancando, queria ir à casa, Nina entregou Dane aos seis médicos que estavam à espera delas.

- Ela está morta? — Com a voz trêmula, a Hemaga perguntou. Pauna deu uma leve gargalhada discreta.

- Eu cheguei tarde para a ajudar, a culpa foi minha, desculpa, Hemaga. — Com a cabeça para baixo, voz baixa, Nina falou. A Hemaga vendo como ela estava, se aproximou, a puxou para perto de si para a tranquilizar, estavam todos por baixo da chuva, as pessoas ao redor continuaram orando, agora agradecendo por eles terem voltando.

- A culpa não foi sua, Nina. — Puxando-a para os seus braços, a Hemaga Marie falou.

- FILHA! — Gritou a senhora Ena vendo sua filha de longe, alegre saiu correndo até sua filha. Sany sorriu ouvindo a voz de sua Mãe, deixando Ten, fez o esforço de correr até a sua Mãe.

- MÃEEEEEEEEE. — Gritou no percurso para abraçar ela.

- FILHAAAAA. — Voltou a gritar, chegando perto de sua filha, abraçou Sany com muita força, Sany retribuiu o abraço caloroso, se olharam, sorriam juntas com lágrimas no rosto, Sany deu um beijo na testa de sua Mãe. Ten sorriu vendo-as, com dificuldade caminhou para perto de Mel, chegando perto da amiga sorriu para ela, deu-lhe um abraçou, terminando o abraço, com dificuldade foi ter com Nina, enquanto andava, procurou sua Mãe e irmã no meio da multidão.

- Posso? — Perguntou Ten chegando perto da Nina, a Hemaga se afastou, Nina virou-se com lágrimas no rosto, se soltou da Hemaga, se aproximou do Ten para o abraçar, sem soltar nenhuma palavra eles ficaram grudados por uns longos minutos. Conversavam no silêncio, a chuva não parava. Mel se levantou, foi até eles, também os abraçou, estavam os três grudados na chuva.

As pessoas pertos da Sany e sua Mãe murmurava, "Essa é a menina do pecado, aquela que seus pais são irmãos", "devia ter morrido!", "que nojento, nós também oramos por essa pecadora?", uma jovem foi mais ousada, chegou perto da Sany, cuspiu para o chão, virando-se para ela, falou.

- Sua suja, morra de uma vez! — A jovem falou se dirigindo a Sany, ela chama-se Ponela, é grande em corpo, tem 1,74 m de altura, olhos verdes, cabelo liso, usava vestido justo, da cor branca, e sandálias da mesma cor. Seu comentário gerou um mal-estar entre algumas pessoas que ouviram suas palavras, Sany continuou focada em sua Mãe sem desviar sua atenção.

- Filha, você está bem? — Perguntou Ena preocupada.

- Estou bem e feliz por poder estar de volta à casa. — Falou ela, forçando um sorriso. Pauna se aproximou de Ponela, a pegou pela mão.

- Desculpa pelo modo que a minha filha falou. — Pauna a levou embora. Nyzan se sentou, viu sua Mãe o encarando à distância, cansado, levantou, foi andando lentamente até ela.

- Mãe... — Nyzan não conseguiu falar mais do que isso, sua Mãe o abraçou forte, ao ponto de o causar, permaneceu calado.

- Estava com medo, filho. — Lyzan estava tremendo durante o abraço, ele conseguia sentir.

- Não precisa ter, Mãe, não precisa. — Ainda abraçados, tentou a acalmar.

Bellinda estava na janela a ver tudo, saiu do hospital, ela tinha que estragar os reencontros. Batendo palmas para chamar a atenção, olharam para ela.

- Sei que vocês querem estar com os vossos familiares, mas precisamos cuidar primeiro de vocês, por favor, entrem no hospital. — Em um tom educado, tentando tirar o clima pesado, falou.

- Até mais tarde, Mãe. — Dando mais um abraço forte, Sany se despediu.

- Estarei esperando por ti, filha. — Respondeu Ena. Nyzan e sua Mãe também se despediram.

Os cavaleiros mágicos adentraram ao hospital, cada um deles foi observado pelo pequeno grupo de enfermeiros, para prevenir, eles ficariam no hospital durante uma semana, sem visitas. Cada cavaleiro mágico recebeu uma cama confortável, calças olímpicas, camisas brancas e toalhas. Recarregaram as energias na cozinha, o espaço foi adaptado para dar o devido conforto a eles. Os feridos foram divididos por salas, os mais graves ficariam sobre observação a noite toda. Odin, Adan e Jerna ainda não haviam acordado desde que retornaram. Terminando as refeições, os cavaleiros mágicos foram se deitar.

Nyzan foi o último a sair do refeitório, olhou para as camas, percebeu que alguns cavaleiros se encontravam a dormir, caminhou pelo quarto em busca da sua cama, encontrando, ficou olhando ao redor.

- O que foi, Nyzan? — Levando toalhas em sua mão, Bellinda percebeu que ele estava inquieto.

- Não vejo Rema, o rapaz detesta mesmo hospitais. — Abanando a cabeça para o lado, foi andando para sua cama.

- Nyzan... — Olhando para ele, Bellinda explicou a situação. -Rema morreu em campo de batalha, Nyzan... sinto muito. — Baixando a cabeça, Bellinda terminou a frase. Nyzan se sentou na cama perplexo, colocou as mãos na cabeça, fechou os olhos, Ten estava deitado ao lado, ficou surpreso.

- Quem fez isso? — Voltando a abrir os olhos, questionou.

- Não sei o nome, apenas se que ele se sacrificou para matar o inimigo e proteger Laenny e os outros... Nyzan, ele também foi o responsável pela morte de Posseidon. — Falou com calma, sem pressa. Ten se sentou quando ouviu que Posseidon havia morrido, não entendeu como isso foi acontecer.

- Quantos companheiros irei PERDERRR MAISSSSSS? — Nyzan começou a falar baixo, terminou berrando, sua mão direita segurava o lençol da cama com força. O seu grito foi ouvido por todo o hospital.

- Sinto muito... — Foi o máximo que Bellinda conseguiu falar.

- Vou dormir, obrigado, Bellinda. — Nyzan se deitou, Beliinda saiu chorando em silêncio.

A noite se movia, ainda assim parecia longa, Odan foi ao castelo para conversar com a Hemaga.

- Hemaga, tem um minuto? — À porta da sala de reuniões, Odan questionou vendo a Hemaga estava na varanda.

- Sim, podemos conversar. — A Hemaga olhou sobre os ombros, na varanda ela estava espalhando suas magias pelo reino todo, para saber de tudo que acontecia. Saindo da janela, estendeu as mãos dando permissão para se sentar.

- Não sei por onde começar. — Perdido em si, falou.

- Podemos ter essa conversa amanhã, não há pressa. — Colocando a mão sobre os seus ombros, falou.

- Quanto antes falar, melhor. — Insistiu.

- Está bem, fale.

- Hemaga, quando chegamos ao ponto de encontro, apenas os cavaleiros do reino Kamén estavam esperando por nós, contra a vontade de alguns cavaleiros, tomei a decisão de invadir, devíamos acabar com a maldição a todo custo... E por minha culpa, houve mortes desnecessárias. — Olhando para o chão, sua voz saia com dificuldade. Olhando para ele, ficou pensativa por um tempo.

- Então fomos abandonados na última hora por medo? Covardia? Ou eles nunca tiveram interesse em se juntar a nós? — Com a mão no queixo falava. Odan levantou a cabeça, ficou olhando. Ela voltou a falar. -Há algo estranho, muito estranho mesmo, Odan.

- Hemaga, o Rei dos anjos caídos quer conversar... com a senhora. — Ouvindo essas palavras, a Hemaga ficou pasma.

- Ele ainda está vivo? POR QUÊ ODAN!! — Gritou irritada.

- Eu não podia acabar com ele após ouvir a verdade. — Com o tom sério ele respondeu.

- Espero que os motivos sejam realmente sérios, eu ESPERO! — A Hemaga estava irritada.

- É tudo que tenho a relatar, Hemaga. — Se levantou para ir, o capitão estava sofrendo igual todo mundo. A Hemaga voltou para a varanda irritada com tudo que estava acontecendo.

A noite passava devagar, as lâmpadas do hospital estavam apagadas, Nyzan estava deitado na cama olhando para o teto, lágrimas caiam dos seus olhos, em seu cérebro viam memórias com seu grande amigo. Ten estava em pé a janela, olhando para a chuva que não parava de cair. Laenny estava dormindo igual bebê, se mexia bastante, Sany dormia falando e chorando "não, não, não, desculpaaaaaa, desculpa por nascer... ", o hospital não estava silencioso, mas somente os que estavam acordados ouviam os gritos dos seus companheiros. Quando Ten percebeu que a Sany estava tendo pesadelos, saiu da janela foi para perto dela, ficou passando sua mão no cabelo e rosto para a tranquilizar, os seus gritos foram abrandando.

Djony havia ido para casa sem autorização, não pretendia dormir no hospital. Encontrou sua irmã dormindo na sala, com um bilhete em suas mãos, "moleque, não venha para casa sem ordem do médico!", ficou irritado ao ler, pegou uma coberta para colocar em sua irmã, em seguida voltou para o hospital, as ruas estavam desertas, a água caia, as folhas das árvores mexiam com o vento.

"Pammmmm", ao meio ao silêncio, um pequeno estrondo foi gerado, o baralho vinha do banheiro, todo mundo continuou dormindo, ninguém acordou, Ten saiu correndo para o banheiro, ainda em dificuldade. Nyzan se levantou, foi andando também. Encontraram Nina atirando objetos nas paredes e chorando muito.

- Droga, onde você estava, você devia estar lá para a salvar, a proteger, é isso que significa ser um herói, é isso!!! — Falava enquanto destruía o banheiro.

- Se acalma. — Falou Ten enquanto tentava se aproximava para a tentar pegar.

- NÃOOOO, ME DEIXA EM PAZ! — Chorando muito continuava gritando, Nyzan ficou parado na porta.

- Calma, o pior já passou. — Falou Ten tentando a pegar.

- Como?????? Se eles morreram, como o pior já passou, Ten? Me diz, por favor, como??? — Já nos braços de Ten, ainda chorando e agitada, continuou gritando. Ele ficou calado, sem uma resposta.

- Olha pelo lado positivo, ainda estás viva, diferente deles... — Falou Nyzan calmamente, seu cabelo voava com o vento que entrava pela janela do banheiro.

- Eles também mereciam estar aqui... — Chorando muito, Nina respondeu. Nyzan passou a mão em seu cabelo preto, seu olhar estava diferente, estava magoado, Nyzan não parecia o rapaz arrogante que conheceram antes.

- É isso que significa ser um cavaleiro mágico, devemos estar prontos para tudo... até para dar a nossa vida pelo bem maior. — Nyzan explicou.

- Mesmo que nos preparamos, nunca estaremos prontos para a morte. — Nina respondeu ainda chorando.

- Não precisas estar pronta... Apenas... precisas aceitar que uma hora a morte chega até nós... — Nyzan se aproximou do lavatório, olhou para o seu reflexo no espelho, abriu a torneira, lavou o rosto para esconder a sua vontade de chorar.

- Um dia vamos todos morrer, essa é a verdade... — Nyzan parou de lavar o rosto, sem limpar, olhou de lado para o local que vinha a voz, era Sany que acabara de acordar.

- Mas... — Nina tentou falar.

- Mas eu tenho medo de morrer e perder quem amo, apesar de saber a verdade. — Sany voltou a falar. O silêncio tomou conta do lugar por alguns minutos.

- Vamos todos descansar, chega desse assunto. — Ten quebrou o silêncio.

Eles saíram do banheiro desanimados, foram se deitar. Odan estava ouvindo tudo escondido. Depois de longas horas de chuva, o sol apareceu ao amanhecer.

- Já podemos ir para casa? — Djony questionou Bellinda bem cedo, estava perto dela em pé.

- Não! — Respondeu sem rodeios.

- Eu já estou bem. — Insistiu ele.

- Sairão todos juntos, entendeu? — Bellinda voltou a deixar claro.

- Mulher teimosa! — Foi andando ao refeitório para se alimentar, encontrou seus colegas.

O clima ainda era triste no hospital, mas eles tentavam relaxar enquanto comiam.

- Estás melhor? — Ten questionou Nina enquanto comiam.

- Acho que não... — Respondeu sem certeza. Ele olhou para ela, não voltou a insistir, continuou a comer.

A Hemaga apareceu no hospital, ficou conversando com Bellinda e Odan na entrada do refeitório.

- Como eles estão? — Questionou a Hemaga, as olheiras em seu rosto eram visíveis, aparentemente ele não dormiu.

- Estão melhorando aos poucos, já acordaram e eles conseguem se mover sem problemas. Felizmente, daqui a pouco eles se juntaram aos outros. — Explicou Bellinda feliz.

- Ótimas notícias!! Bom trabalho, Bellinda. — A Hemaga ficou muito feliz, abraçou Bellinda após ouvir a notícia.

- Eu que agradeço, Hemaga, por acreditar em mim. — Falou sorridente.

- Odan, tenho boa notícia.

- Qual? — Sem rodeios questionou.

- Oyana está de volta! — A Hemaga avisou.

- Sua missão foi completada? — Perguntou surpreso.

- Em parte sim, sua irmã regressou durante a madrugada a meu pedido. — Com um ar misterioso, falou.

- Entendi. — Odan sorriu. Eles conversam quando Jerna e Odin apareceram na sala, Adan estava fumando a janela.

"Irmão/Irmã!", Odan e Bellinda falaram ao mesmo tempo, e abraçaram seus irmãos.

- Hui, que dor, pega leve. — Eles falaram, Odan e Bellinda sorriram e os soltaram. Usana se juntou a conversa.

- Hemaga. — Saudou Adan, saindo da janela. Os novatos olharam de lado, viram que todos os veteranos estavam bem, se alegraram.

- Cheguei a pensar que o meu irmão mais velho acabaria morrendo. — Odan e Odin reconheceram a voz que vinha de trás deles, saíram correndo para abraçar Oyana.

- Então, você voltou? — Odin que não sabia, questionou.

- Sim, cheguei pela madrugada, fracote. — Em um tom amigável, sorrindo falou. Oyana tem 1,70 m de altura, é magra, tem os olhos castanhos, cabelos brancos e castanho, tinha sarda na cara. Se aproximaram da Hemaga e os outros, os novatos estavam se perguntando quem é ela.

- Você não mudou nada, continua a mesma. — Jerna elogiou Oyana.

- Mudei sim, estou mais bonita. — Sorrindo falou, todos ao redor deram gargalhadas.

- Sempre modesta. — Jerna respondeu sorrindo.

- Nyzan, quem é ela? — Questionou Ten vendo que o clima havia mudado muito desde que a jovem nova entrou no hospital.

- Fiquem calmos, ela já vai se apresentar. — Com os pés na mesa, braços cruzados, Nyzan respondeu. Oyana reparou que havia jovens sentados, se aproximou, ficou espantada com a quantidade de novatos, colocou a mão no peito, se apresentou.

- Bom dia! Vejo muitas caras novas, estou gostando rsrsrs, chamo-me Oyana Trevo, sou o pilar desses dois, é um prazer. — Apontando para os gêmeos, falou Oyana.

Sorrindo, em pé eles responderam "O prazer é todo nosso". Oyana se despediu deles, saiu com a Hemaga e seu irmão Odan.

Aos familiares dos cavaleiros mágicos foi pedido para aguardar até eles estarem melhor, só assim poderiam os ver. No hospital havia um clima mais calmo, agora todos estavam fora de perigo, os novatos conversavam e se divertiam. Adan terminou o cigarro, jogou no chão, se levantou foi andando até os novatos, chegando perto deles, retirou outro cigarro,

- Hey! — Acedendo outro cigarro, se dirigiu a Sany. Todos que estavam na sala viraram suas atenções para Adan.

- Eu? — Questionou Sany ainda sorrindo.

- Sim. E essa cara? Achas que vim te agradecer por algo? — Voltou a falar de forma grossa, a expressão da Sany acabara de mudar.

- N... — Sany não terminou a frase.

- Quem te deu a autorização para tocar-me? — Com o tom de arrogância, questionou.

- Eu estava seguindo ordens, senhor. — Toda envergonhada, respondeu.

- Não volte a encostar em mim, sua suja! — Soltando o fumo, berrou.

- Desculpa... — Sua cara estava virada para baixo, lágrimas caíram do seu rosto. Ten, Djony e Nina mudaram suas expressões, estavam irritados, Ten pegou na faca que tinha de lado, Sany a pegou nas mãos para ele não fazer nada.

- O que pretendes fazer com essa faca? Imbecil! — Adan falou olhando para Ten.

- Quem você pensa que é! — Ten questionou irritado, pegou forte na faca, se levantou, Nina também, Nyzan permaneceu calado a ver.

- Ten, não! — Chorando, pegando em seu braço, falou, Ten virou a sua atenção para ela.

- Não mereces ser uma cavaleira mágica, sua suja, estás oficialmente fora do esquadrão! — Levantou suas mãos para a magoar, Nyzan e Ten foram rápidos a reagir, batendo os pés no chão, Ten e Sany foram colocados dentro de uma gaiola, Ten adicionou magia em sua faca, colocou na frente, Adan acabou batendo nos ferros, sentiu uma dor tremenda, o estrondo foi grande, todo hospital ouviu, Odin e Jerna estavam dormindo, Bellinda os fez dormir.

- Que merda é essa, Nyzan? — Balançando as mãos de dor, falou.

- Odan saberá disso. — Avisou Nyzan. Ele estava sentado com os pés na mesa, mãos cruzadas.

- Nyzan, desde quando você protege uma pecadora? — Ele ficou irritado.

- Ela não é uma pecadora, Adan, é uma humana igual a mim, a ti e qualquer outro. — Falou Nyzan, deixou todo mundo surpreso, Sany levantou a cabeça, olhou para ele.

- Obrigado. — Falou ela, Ten limpou suas lágrimas.

- Não tens de me agradecer, eu é que devo me desculpar pelas minhas atitudes. — Se levantando, aproximou-se dela para se desculpar. Nyzan retirou os ferros, Adan ainda assim tentou atacar de novo.

- O que você está fazendo? — Questionou Oyana segurando sua mão.

- Me solte! — Adan berrou.

- Você ia bater em uma mulher? — Oyana o soltando questionou.

- Não te devo satisfação, não és nada além da irmã mais nova da família Trevo! — Falou jogando fumo.

- Adan, a partir de hoje você está suspendo até segundas ordens. — Com sua voz meiga, dando as costas a ele, pegou no rosto de Sany.

- Hahahaha não me faças rir. — Falou novamente e se foi. Oyana se sentou com a Sany, os outros cavaleiros ainda estavam ali ao redor.

- Como te chamas? — Sorrindo para ela, perguntou.

- Sany. — Com o rosto ainda úmido, falou. Djony saiu da sala, Nina e Mel se aproximaram, Angel estava na janela olhando a cidade, Nyzan levantou para pegar um copo de água.

- Sany, alguns homens acreditam que as mulheres são as mais fracas. — Começou a falar Oyana.

- Acho... que o problema... dele comigo, é outro. — Falou Sany envergonhada.

- Qual o problema dele?

- Essa marca, todos me julgam por isso. – Sany mostrou a marca da cruz invertida em seu rosto. Oyana sorriu após olhar.

- Ahm, o que aconteceu? Você perdeu o controle? — Em um tom mais sério, questionou, todos ficaram boquiabertas sem entender nada.

- Como assim? — Sany questionou sem entender.

- Ahm, rsrsrs entendi, desculpa. — Se limitou a falar.

- Não entendi o que você quis dizer. — Falou Sany.

- Não se preocupa, falaremos sobre isso quando chegar o momento. E, Sany, não se sinta inferior a ninguém, não deixa essa marca ser motivo de lágrimas, você viverá com ela até morrer, não é? — Oyana falou.

- Sim. — Sany respondeu.

- Nunca se esqueça. E mais uma coisa, és uma verdadeira cavaleira mágica, não importa o que ele diz, mas sim quem está no top, se os meus irmãos te escolheram, eles sabem o motivo, e se não tivessem te escolhido, eu escolheria! — Oyana falou.

- Muito obrigado. — Sany chorou.

- Não chores, não derrame suas lágrimas por besteiras. Pare de dar importância a todas as opiniões, dê apenas a quem é importante para ti. — Oyana falava.

- Mas... — Sany tentou falar, Oyana a interrompeu.

- Sua mãe a julga por isso? — Oyana questionou.

- Não! — Sany falou.

- Então? Se a pessoa que realmente é importante para ti não julga, porquê que das ouvidos a esse monte de lixo? — Oyana falou, colocou um sorriso nos lábios, Sany limpou as lágrimas.

Duas semanas se passaram, finalmente eles poderiam ir para casa.

- Bom dia! – A Hemaga saudou todos que estavam no hospital. Ela estava com um visual diferente, o seu já não estava solto, acabou trançando o cabelo.

- Bom dia, Hemaga! — Responderam. Todos já estavam acordados, alguns ainda na cama, outros já haviam colocado seus tênis pretos, calças pretas, e t-shirts pretas. Ten trançou o seu cabelo branco, seu brinco era mais visível, Sany voltou a usar as franjas, diminuiu o seu cabelo ruivo na parte de trás, agora chega simplesmente até ao pescoço, Nyzan colocou franjas e diminuiu a parte de trás do seu cabelo castanho, Djony diminuiu nas laterais, Jerna e Bellinda soltaram os afros, Bellinda mudou os óculos, Usana cortou o seu cabelo preto, está igual a de um rapaz, Laenny trançou o seu cabelo.

- Ouvi dizer que vocês estão melhores, isso é ótimo. Antes de partirem para as vossas famílias, peço que me acompanhem para honrar os nossos companheiros, dando-lhes um descanso digno, levando-os até ao seu último repouso. — Marie tinha o rosto triste enquanto falava.

- Eles merecem. — Jerna respondeu, começou a bater palmas, seus companheiros fizeram o mesmo.

- Preparem-se, vamos em 20 minutos! — A Hemaga foi andando, Pauna estava fora do hospital, "bom dia" foi o que a Hemaga falou para ela, continuou a caminhar, Pauna sorriu.

No reino dos anjos caídos a cidade estava destruída, a água da chuva limpou o sangue derramado, muita gente morta, outros em estados críticos, milhares de casas foram destruídas com o fogo de Odan, pessoas haviam perdido suas casas.

Hamy, Pyna e Megi estavam a ser cuidados no castelo, os cavaleiros mortos estavam a ser cremados, Hamy já estava acordada, seu irmão mais novo estava preocupado com ela, chorou muito enquanto sua irmã estava desmaiada, sua mãe também. Cismo não foi atrás de um médico, foi logo para cama, cuidou dos seus ferimentos.

- Irmão, você vai sobreviver? — Perguntou Mio pegando em seu irmão que estava na cama fazendo o tratamento.

- Vo... Vou s... — Pogy falava com dificuldade.

- Não esforça a fala, espera quando estiveres totalmente recuperado. — Falou Magui.

O rei ordenou que ficassem em casa, os cavaleiros que sobraram iam cuidar dos mortos e os médicos dos que ainda estavam vivos.

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