•Capítulo 5• Augusto

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"Existe apenas um bem - o conhecimento, e um mal - a ignorância" - Sócrates

Augusto podia-se caraterizar como um filósofo pois o seu amor pela sabedoria era de se admirar. Ele sempre está interessado em saber mais, usar as suas estruturas cognitivas da melhor forma possível e, se possível, ser diferente em relação ao "ouvir e não duvidar".

Alguns até poderiam dizer que ele seria a "reencarnação" de Platão pelo simples facto de possuir uma enorme admiração por Sócrates, o filósofo do "só sei que nada sei".

Augusto o admirava pela sua força, perseverança, por não temer as injustiças que poderia sofrer - inclusive a morte e por estar sempre disposto e determinado a dar "voz" à verdade e a "calar" a ignorância.

No entanto, além da filosofia, ele era um apaixonado pela economia ou a ciência do bem-estar tal como ele gostava de denominar e seu pai - Alan ficara muito satisfeito em saber que o filho queria seguir a área dos negócios e um dia, ocupar o seu cargo quando ele, por sua vez, estiver reformado. E o recíproco era verdadeiro.

Augusto possuía um forte desejo de um dia gerir os negócios empreendidos por seu pai e até empreender os seus próprios negócios.

Contudo, recentemente, a mente deste jovem de vinte anos passou a ser ocupada pela imagem de uma bela jovem, morena, aparentava ter uns 1,70 metros de altura e mesmo usando uma máscara, para Augusto isso não era um obstáculo perante tamanha beleza exposta.

Se os seus pensamentos filosóficos tivessem voz própria, eles expressariam em todas as quatro línguas que Augusto possuí domínio (inglês, português, francês e o crioulo - Augusto sabe desenrascar-se às vezes nesta língua) o quão enciumados estavam perante todas as recordações da jovem misteriosa.

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Uma semana havia-se passado desde o encontro inusitado entre a jovem desconhecida - Joyce e ele. Por ironia do destino, até então, eles ainda não haviam se reencontrado novamente - e pelos vistos, a ansiedade era enorme para os dois.

Em uma forma de escape ou fuga da sua ansiedade, Augusto decide ir navegar na Internet, solta gargalhadas ao ver um vídeo compartilhado pelo seu amigo Cristiano do comediante Vittor Fernando e depois disso, ele decide entrar no facebook.

Enquanto Augusto explorava o mesmo, por coincidência ou não, na parte de "pessoas que talvez conheças", ele viu um rosto que lhe parecia familiar.

Decidiu ir confirmar se realmente era a mesma pessoa e ao ver uma jovem morena e a usar uma máscara descartável, surge em sua mente o dia em que salvou essa mesma jovem da morte.

Joyce Fernandes - dissera Augusto estupefacto e numa mistura de alegria e indecisão, ele faz o pedido de amizade para Joyce.

A partir daí já sabem o que aconteceu...

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Faltavam 15 minutos para às 9h da noite, Augusto encostou sua cabeça na sua confortável e macia almofada e, enquanto dava ao seu corpo o devido descanso, ele estava tendo uma reminiscência (lembrança) acerca da conversa que teve com a Joyce e que talvez ele tenha sido um pouco insensível com ela a respeito de sua crença nesse Deus.

Augusto tinha muito orgulho de ter-se tornado ateu, de não se deixar levar pelas crenças que só levavam aos falsos saberes. Contudo, isso não quer dizer que poderia distratar quem fosse crente.

Ele tinha plena consciência de que um dos grandes males do mundo era a falta de respeito, de amor e de empatia com o próximo. Logo, conclui que poderia ter sido mais tolerante em sua resposta.

E isso não era a primeira vez que acontecia: isso já ocorreu enquanto conversava (ou melhor dizendo discutia) com sua mãe a respeito de Deus.

Sua mãe, Olivia, é cristã, é uma advogada, mora na Inglaterra e é divorciada de Alan.

Também discutiu este assunto com um amigo de sua mãe que, por sua vez, era um pastor e até trocou algumas alfinetadas com seu melhor amigo - Cristiano Collins.

E com toda esta bagagem, Augusto tinha a noção de que devia mudar seu comportamento de modo a ser mais tolerante e respeitoso com as ideias dos outros. Do momento que chegou à Cabo Verde até agora, não houve nada que o poderia inquietar mais do que o feliz encontro que teve com a Joyce naquele dia.

Nele surgia uma grande vontade de conhecer ela e de estar mais perto dela, só que Augusto temia ter algum atrito com ela novamente a respeito da sua crença e definitivamente, ele não queria a magoar de jeito nenhum.

Entretanto, havia uma frase que Joyce colocara na sua biografia no seu perfil do facebook que, por sua vez, suscitara várias interrogações na mente de Augusto: "Meu amor nunca falha mesmo que ele te faça sofrer."

Qual seria a lógica disto?

"Qualquer filosofia que trate apenas do aqui e agora não serve para o homem." - Billy Graham

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<1 Pedro 3:15>

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