•Capítulo 24• Digo fraco, sou forte!

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|Joyce|

Digo fraco, mas na verdade sou forte pois em meio às fraquezas, o Pai Celeste vem em toda a Sua glória e misericórdia e, sem mais delongas, Ele enche-me de força.

Ah, como eu gostaria que os outros "enraizassem" esta verdade. Especialmente, as pessoas que estão a sofrer com este vírus (Covid-19) e também aquelas pessoas - os adolescentes - que estão a desaparecer aqui no arquipélago e não só tendo em conta as notícias internacionais.

Curiosamente e estranhamente, são adolescentes como eu. Tudo isto é muito apavorante. Até onde o ser humano irá com a sua maldade? E já tendo a resposta: o mesmo irá até aos extremos de modo que ele não conseguirá voltar a ser o que era ou que, pelo menos, deveria ser. E dependendo das escolhas de cada pessoa, o Pai irá aproximá-los (ficarem juntos por toda a eternidade) ou irá afastá-los (fazendo-os pagar por suas iniquidades longe da Sua presença insubstituível).

Que o Senhor ajude a todos nós e nos dê forças!

Digo-vos que estou animada por esta tarde, além de poder ajudar o Augusto neste delicado momento, também em virtude de conhecer muito bem as minhas amigas e saber que farão alguma coisa - 99% de certeza que será bom. E hoje de manhã no liceu até combinamos os textos bíblicos que cada uma iria ler de modo a trazer consolo e confiança para ele.

Curiosamente, hoje de manhã também pude perceber que Marco estava no liceu e ele estava sozinho e graças a Deus ele não me viu. Ele estava indo em direção à secretaria.

O que será que ele está aprontando? Só o Senhor sabe.

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Enquanto Emma, Isa e eu estávamos a conversar à frente do pequeno muro de pedras, avistei um belo rapaz de olhos esverdeados e intensos chegando cada vez mais perto de nós.

Augusto cumprimentara-nos com o toque entre os nossos cotovelos e quando eu o toquei e, involuntariamente, fitei seus olhos, aquelas famosas coisas estranhas voltaram com toda a sua força.

Agora sim percebo que essas coisas estranhas são as famosas e eloquentes borboletas do estômago ou da barriga. Para mim era impossível evitar esta reação do meu organismo. É só olhar para ele, pensar nele ou ouvir sua voz que logo sou atacada por essas minhas amiguinhas invisíveis dentro de mim.

Pai, será que estou mesmo apaixonada?
Bom, com certeza o Pai Celeste deveria estar a dar-me várias luzes verdes para confirmar isto.

No decorrer do caminho, Emma e Isa falavam sobre vários assuntos: primeiramente enquanto contemplavam o lindo céu azul, elas discursavam o quão maravilhoso é o nosso Pai. Havia momentos em que eu e o Augusto nos entreolhavamos e quando eu sentia uma ligeira vergonha, eu olhava para frente, suspirando silenciosamente e sentindo meu coração, de certa forma, fatigado.

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Chegamos na casa da Rhana rapidamente. Ela mora no primeiro andar de um prédio simples e elegante ao mesmo tempo. Quando entramos na porta de entrada, eu pude ver que diferente do habitual, as paredes eram da cor creme ao invés da cor branca - isso combinava com os sofás da cor castanha bem leve e com o tapete macio que, por sua vez, tinha a mesma cor, só que com um tom mais escuro.

Nas paredes estavam pendurados alguns quadros: em um deles aparentava estar Rhana juntamente com a sua família, em um outro estava pintado o continente africano, em um outro quadro jazia a imagem da bandeira de Cabo Verde e um outro quadro possui a imagem do tio Sam (símbolo dos EUA).

Nada Além Da Esperança ▪︎ Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora