•Capítulo 20• Honrar a fé

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"Aquieta coração, aquieta-te!" - dizia Augusto pela centésima vez para si mesmo.

Ele não havia se arrependido de ter-se entregado e convertido, verdadeiramente e amplamente, a Deus. Jamais!

Porém, ele sentia-se um pouco desconfortável internamente e até já desconfiava da possível razão deste desconforto interno e contínuo.

Augusto ainda estava ocultando ao seu pai sobre a questão de sua conversão e ele já sabia que não seria fácil contar-lhe em virtude do sentimento destrutivo que Alan ainda nutria por Deus e que antes, assim Augusto fazia.

Alan ficava sempre irredutível quando se toca neste assunto. Por vezes, transtornado até. É como se Alan tivesse erguido uma barreira aonde ele isolava-se estando submerso nos sentimentos tóxicos que ele fomentava com o passar do tempo.

Esta ansiedade fazia com que o coração de Augusto ficasse cada vez mais pesado e sem pensar duas vezes, Augusto foi refugiar-se nas palavras da bíblia de modo que o seu Pai lhe proporciona-se a paz que excede todo o entendimento.

Ele caminhara até a estante que ficava ao lado da sua escrivaninha e pegou na sua bíblia. Todavia, antes de voltar a sentar em sua cama, Augusto ouvira Rhana - a empregada - que aparentava estar a falar com alguém através do telemóvel e enquanto Augusto ajustava a posição de alguns livros em virtude de ter apanhado a sua bíblia que, por sua vez, estava entre os mesmos de modo a ficar camuflada, o mesmo ouvia o seguinte:

- Não te preocupes, G.L! Está tudo bem com ele. Eu estou de olho nele sempre que possível e nestes últimos tempos, ele aparenta estar mesmo diferente, sabe? Ele parece estar mais leve e jovial.

Augusto pôde perceber que Rhana pronunciava as letras "G.L" em inglês.

Mesmo tendo terminado de ajustar os livros, Augusto não desviava sua atenção auditiva - mesmo com a porta de seu quarto entre eles - da estranha conversa em que Rhana travava com alguém. Augusto precisava focar-se nessa conversa de modo a poder entender, o máximo possível, do sentido da mesma.

Mesmo sendo "invasão de privacidade" e sem perceber direito, algo insistia em Augusto de modo que o mesmo não deixasse de ouvir a inusitada conversa.

No entanto, essa dúvida não duraria por muito tempo, tendo em conta que o Redentor da preciosa existência de Augusto não daria um ponto sem um nó em seguida.

- Não... não precisas de agradecer, G.L! É por uma boa causa. Fique bem! Deus te abençoe também.

"G.L?"

"Quem será esse tal G.L?"

Essas inquietações são exemplos das interrogações que formaram-se na mente de Augusto, porém logo as abrandara e foi, diretamente, focar-se em Deus.

Augusto fora certificar-se se realmente a porta de seu quarto estava fechada e, de seguida, ele sentou-se na cama e abriu sua bíblia na parte em que há um post-it da cor azul e ele leu as passagens bíblicas que possuíam bordas azuis em volta das mesmas.

A primeira dizia o seguinte: "Sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até ao fim será salvo." - Mateus 10:22

Algumas lágrimas escorriam, sem permissão, de modo que o coração de Augusto ficava mais aliviado (Eclesiastes 7:3). Ele passou a mão direita pela sua fisionomia para poder limpar as lágrimas que molhavam a mesma e logo ele direcionara seu olhar até a outra passagem bíblica que possuía a borda da cor azul:

"Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim." - Mateus 10:37-38

Ao terminar de ler, Augusto fechou a sua bíblia, a beijara na capa, colocou em seu devido lugar - obviamente camuflado - e ele pôs-se de joelhos em frente da sua cama e orou, proferindo as seguintes palavras ao seu Amado Senhor:

"Meu Pai, o Senhor sabe da aflição que sinto em meu coração por ocultar de meu pai sobre a minha conversão a Ti. Por isso, humildemente, venho a Ti pedir-Lhe que num período de quatro dias que o Senhor me ajude a fortalecer o meu espírito através do jejum e da oração de modo a estar preparado para contar ao meu pai a boa nova que fora derramada sobre a minha vida, sem receio das consequências.

Senhor, não permita que eu desanime em função das mesmas e peço que o Teu Santo Espírito envolva-me e dê-me sabedoria para viver os Teus desígnios em minha vida, pelo preço que for!

Eu te amo imensuravelmente. Em nome do Senhor Jesus Cristo, eu Te agradeço por ouvir a minha oração. Amém!"

Inevitavelmente, Augusto sentira a paz que excede todo o entendimento provido pelo Santo Espírito de Deus e, sem mais cerimónias, Augusto começara a preparar-se, espiritualmente, até chegar o momento em que ele terá de honrar sua fé no Senhor.

"De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos." - 2 Coríntios 4:8-9

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<1 Pedro 3:15>

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