•Capítulo 3• Uma missão? - parte I

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Neste tempo que a Joyce se encontra - pandemia da covid-19 - há muitas incertezas, muitas dúvidas a respeito do que virá e há a necessidade, uma extrema necessidade de buscar o Senhor e se apoiar totalmente n'Ele. É o momento de estar em seu suave colo, no seu ombro e segurar suas mãos que, embora furadas pelos pregos que deviam ter sido pregados em nossas mãos, possuem toda a força para nos amparar e fortalecer.

Joyce tinha total confiança n'Ele, mas mesmo assim ela não escapava das incertezas de um futuro desconhecido: ela andava um pouco preocupada com pessoas conhecidas que apanharam o vírus como: a sua vizinha e ainda a sua tia - Anastácia e o seu tio - Norberto. Os seus respectivos pseudónimos são: Ana e Beto.

Entretanto, Joyce orava a Deus todos os dias para que os ajudasse nesse momento e os protegesse...

[...]

Neste momento, Joyce estava a se descontrair ao som de um bom e animado funaná. Ela amava este ritmo musical e se há uma coisa que ela agradece muito é por ter nascido em Cabo Verde em virtude de ter o privilégio de conhecer este ritmo musical que ela ama de paixão. E a dançar? Nem se fala... só que ela é um pouco tímida e por vezes essa timidez não a permite dançar. Cada um tem os seus obstáculos a superar...

Algumas horas depois...

O momento estava preparado para ouvir mais uma vez o número de casos positivos e de óbitos no arquipélago.

Imaginem... ou melhor, sejam realistas: 409 casos positivos e ainda mais 2 óbitos. A situação só piorava. O record de óbitos, até agora era 5.

- Mesmo com esta situação, ainda há pessoas a levarem isto na brincadeira! - declarou José.

- Sem comentário... - disse Maria.

- Quando isto vai acabar, Joyce? - perguntou Ayla toda melancólica.

- Eu não sei Ayla. Mas precisamos confiar em Deus. Ele nos protegerá... Temos de ter fé!

As duas se abraçaram em forma de consolo uma para a outra. As brigas são normais, porém o amor é mais alto.

[...]

No dia seguinte:

Joyce saiu de casa em direção ao seu liceu que, por sua vez, fica muito perto de sua casa. Ela ia atravessar a passadeira, mas antes olhou para os 2 lados da estrada. Todavia, ela olhara mais para o seu lado direito do que o esquerdo e havia uma mota em alta velocidade. O motorista estava bêbado e estava num outro "mundo" sem se importar se ele poderia atropelar alguém ou não.

No entanto, surgiu um rapaz alto, com o cabelo da cor de mel, de olhos esverdeados e bem bonito. Dava para perceber logo que era um estrangeiro. Seu nome é Augusto. Enquanto ele caminhava por este bairro, ele percebera que uma garota que aparentava ser do liceu deste mesmo bairro, ia atravessar a passadeira e também Augusto percebera que uma moto vinha a uma velocidade inadequada.

Augusto correu em direção à garota - Joyce e a segurou levando os dois um forte impulso para fora da passadeira, porém não caíram e o motorista seguiu o seu caminho na mesma velocidade inapropriada.

O coração de Joyce estava a mil, pois ela poderia ter morrido a uns segundos atrás, só que o destino foi diferente segundo os desígnios do Senhor. Foi-lhes reservado uma nova etapa...

Antes de começar a agradecer ao rapaz que salvara a sua vida, Joyce admirava os belos olhos do rapaz, a pupila esverdeada dele a inquietava e mesmo com a máscara, os dois jovens tentavam desifrar os traços de suas fisionomias de modo a tentar ter uma reminiscência caso eles já tivessem se conhecido anteriormente. Porém, a estratégia era inútil. Esse fora o primeiro inusitado encontro dos dois...
Augusto decide quebrar o silêncio:

- Tu estás bem? - perguntou ainda bastante preocupado.

- Si... sim! Estou bem graças a ti... Muito obrigada por ter se arriscado por uma desconhecida. - dissera Joyce mais calma.

- Que bom! Olha, você precisa ter mais cuidado ao atravessar a estrada. Pensava que as meninas da tua idade já soubessem dos cuidados que devem ter ao atravessar uma passadeira. - disse Augusto com um leve sorriso no final.

- É... - Joyce apertava suas mãos, uma na outra. - Desta vez não foi tão cuidadosa assim. - retribuiu o mesmo sorriso.

Naquele momento, Joyce acabara de lembrar que estava atrasada para a sua primeira aula de Língua portuguesa. Agora que a sua professora - Mareska a iria pôr a dançar à frente dos colegas como castigo pelo atraso na próxima aula, isto é, amanhã!

- Eu tenho que ir. Estou bastante atrasada. Obrigada mais uma vez por ter salvo a minha vida, rapaz!

- Chamo-me Augusto e você?

- Joyce! Até a próxima... - dissera Joyce já se encontrando no outro lado da estrada.

- Tome cuidado! - disse Augusto inquietado com a beleza de Joyce, apesar da máscara estar a cobrir o seu semblante.

Joyce respondeu com um aceno com a sua mão direita. Ela correu diretamente para a sua sala e para o seu alívio, ela vira todos os seus colegas conversando e notara que a professora não havia chegado.

"Estou salva pela segunda vez..." - disse Joyce internamente.

- A professora ainda não chegou. - dissera Soraia, uma das suas colegas de turma. - Estás com sorte hoje! - deu um leve sorriso que a Joyce pôde perceber mesmo com a máscara.

- Graças a Deus! - proclamou Joyce indo diretamente para a sua mesa tentando ao mesmo tempo assimilar e organizar tudo o que se passara naquele momento e a pergunta que mais a inquietava era se voltaria a ver o Augusto novamente. - o rapaz que salvara sua vida.

Enquanto isso, ela agradecia a Cristo por ter encaminhado Augusto até ela para poder salvar sua vida naquela hora. Com certeza não era chegado à hora de sua partida!

- Tudo bem, Joyce? - perguntou Carla.

- Sim. Bem melhor agora! - deu ênfase na última parte.

- Pessoal, a professora me enviou uma mensagem! - declarou Amanda. - Ela disse que está no Ministério de Educação e que não chegará à horas. Então, ela disse para fazermos a leitura e interpretação da ficha que iniciámos na última aula e que na próxima aula, ela irá verificar quem fez o trabalho. - concluiu Amanda.

Todos começaram a pegar suas fichas para continuar o trabalho. E Joyce? Ela ainda estava um pouco distante, todavia, seu ego a fez concentrar e prestar atenção no trabalho que ela tinha a fazer.

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<1 Pedro 3:15>

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