•Capítulo 17• Emergência de uma tribulação

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Augusto contara, detalhadamente, tudo o que aconteceu naquele dia e também sobre os dias seguintes. Enquanto relatava a tragédia, algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto em que as mesmas aumentavam, especialmente, quando falava do sentimento destrutivo que sentia em relação à Deus e que foi por esses mesmos sentimentos que ele afastara-se de seu Pai Celeste, que na verdade, não tinha culpa pelo o que aconteceu.

Essas lágrimas eram lágrimas de muito arrependimento, profundo arrependimento por ter recusado a boa e agradável presença de Deus. Aqueles sentimentos destrutivos, e que devemos evitar a todo o custo, cegaram Augusto de tal maneira em que somente com o passar do tempo e claro, pela infinita graça de Deus, foram abafados.

Todavia, há casos em que o tempo não chega. Não consegue mudar muita coisa, um exemplo disso é o caso de Alan que parece irreversível no seu egocentrismo.

Parecia que Joyce poderia sentir um pouco da dor que Augusto passara através dos relatos que o mesmo fazia. Quando Augusto terminara de falar, Joyce dissera o seguinte:

- Eu... lamento muito pela morte de André. - seus olhos estavam marejados e o coração estava apertado - É bastante difícil a gente aceitar a partida de uma pessoa amada. Por coincidência ou não, o meu avô paterno morreu também nesse mesmo dia, só que neste ano.

Augusto ouvia atentamente à confissão da Joyce, tendo seus olhos esverdeados fixos nos traços faciais desta morena.

- Eu não o conhecia muito. Ele morava em São Tomé e Príncipe. Ele veio nos visitar pela primeira vez em 2019 acompanhado pela minha avó paterna. Ele estava muito feliz por vir para Cabo Verde - sua terra natal, novamente. Parece até que foi uma despedida. Ele queria muito vir para aqui de novo e esse seu desejo fora realizado... - as lembranças desses momentos passavam como um filme na mente de Joyce - Curiosamente, no dia em que eles iriam voltar para São Tomé e Príncipe, as despedidas vieram acompanhadas por lágrimas... - Joyce teve que dar uma breve pausa para poder recompor-se o mínimo possível. - Deus é tão bom e misericórdioso por realizar este desejo dele, anos antes de seu falecimento.

- Lamento muito pela tua perda, Joyce... - a emoção era nítida entre os dois jovens. Seus corações estavam sendo bombardeados por estas emoções e somente a graça de Deus poderia os acalmar.

- A morte é uma coisa certa. A gente querendo ou não. Porém, para aqueles que são cristãos de verdade, podemos ter uma consoladora certeza: que a morte não é o fim de um filho (a) de Deus, mas é só o começo de algo muito melhor. - declarou Joyce, sentindo-se consolada pelo Santo Espírito de seu Amado.

- Podes ter a certeza que eu creio, Joyce. Nada mais me fará mudar isso: nenhuma circunstância, nenhuma filosofia, nenhuma perspetiva. Eu amo Deus e nunca mais quero voltar a soltar a mão d'Ele. - declarou Augusto, enquanto derramava mais lágrimas.

- Com toda a certeza, Augusto, tu reencontraste a verdade. - dissera Joyce com um grande sorriso esboçado em seu rosto e esse mesmo sorriso enchia o coração de Augusto de muito regozijo.

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Segunda-feira chegou chegando com uma bela paisagem que agradava e muito Joyce: o tempo estava nublado, as nuvens alinhavam-se, linearmente, de modo a melhorarem sua performance naquela manhã. Em contrapartida, apesar do decorrente tempo o nosso sol não se intimidava,  apesar de estar sendo coberto pelas formosas nuvens invasoras de seu espaço, isso não era um obstáculo para que alguns raios de sol fossem disparados de modo a poderem iluminar melhor aquela manhã e esses raios juntamente com as formosas nuvens formavam uma verdadeira obra de arte esculpida no céu, e pintada por um maravilhoso Pintor e Artista que, por sua vez, fazia questão de que Joyce e que todos os seus filhos e filhas contemplassem a Sua obra.

Nada Além Da Esperança ▪︎ Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora