•Capítulo 23• Unidos no Amor que habita em nós

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|Joyce|

Santo Deus! Imaginem vocês sendo expulsos de suas casas, agora mesmo, por causa daquilo que vocês acreditam. No meu caso, o meu frágil coração estaria a mil por segundo visto que a primeira coisa que me veria a cabeça seria o seguinte: o que irei fazer agora, Senhor? E eu estou respirando bem fundo agora...

No entanto, se tem algo que me alegra em meio a momentos difíceis e delicados é saber que eu, Joyce, não estou sozinho. Eu sou muito amada pelo Deus que criou tudo o que existe e que me garante que sempre, sempre estará ao meu lado, mesmo que eu não O veja, porém eu O sinto.


Sem sombra de dúvidas, é a minha esperança n'Ele que, por sua vez, mantém-me viva e forte nesta árdua caminhada. É sempre a esperança e nada além disso.

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Depois de ter terminado a minha conversa com o Augusto e que declaro desde já que este rapaz faz com que a minha admiração por ele aumente a cada dia.

A sua gentileza, a sua inteligência, a sua postura, o seu carinho, o seu lado divertido juntamente com o facto dele ter aceitado a Cristo e através de sua fala, o mesmo transmite o quanto ele ama Cristo e, tudo isto faz-me sentir coisas. Coisas estranhas.

Nem sei se é a palavra certa. São coisas que eu nunca senti por um outro rapaz. Por isso, durante a minha oração matinal da noite, eu preciso desabafar com Deus sobre isto.

Antes de mais nada - antes de ir ver a novela das vinte e uma horas na record tv - eu fui falar com os meus pais sobre a questão da expulsão do Augusto e também de pedir autorização para ir na casa da Rhana - a empregada que, na verdade, é uma agente do FBI - para poder dar o meu apoio a ele neste delicado momento, tendo em conta que pertencemos a mesma unidade - somos o corpo de Cristo e logo, devemos nos apoiar mutuamente.

Quando terminei de falar com eles, automaticamente, minha mãe colocara sua mão direita em seu peito - em gesto de espanto - ao passo que a mesma sentou-se no sofá castanho. Já meu pai permanecia em uma expressão facial séria e preocupada. Realmente, esta questão traz o espanto e a tristeza até aos mais elevados patamares.

No início, fiquei com muito receio deles não permitirem a minha ida à casa da Rhana em virtude do contexto pandémico em que nos encontramos, porém para a Glória de Deus e pela Sua infinita bondade e misericórdia, ele amolecera o coração dos meus pais e implementou uma nova visão ou análise final a respeito desta questão.

E sim, eles permitiram que eu fosse. Graças a Deus!

Nossa... Isso trouxe-me um alívio, mas um grande alívio. Eu iria ficar muito desiludida e triste caso eu não conseguisse ir. O Augusto precisa muito de mim neste momento. E eu quero muito dar o meu apoio.

Entretanto, segundo eles, eu não deveria baixar a guarda em relação aos cuidados preventivos contra a Covid-19. Também este pormenor nunca estivera fora de cogitação. Todos os cuidados serão tomados pois a Rhana garantiu-me isso.

Antes de sair da sala, senti meu coração a apertar e a acelerar os seus batimentos cardíacos em virtude da notícia que passava-se na TCV (Televisão de Cabo Verde) a respeito de mais um caso de desaparecimento de uma adolescente. Ela tem 17 anos, tal como eu, e nesse momento senti uma grande necessidade de fazer uma súplica ao Senhor a favor das adolescentes que estão a desaparecer, do nada. É algo surreal e assustador. Para além de nós termos de nos preocupar com este vírus, ainda surge este infortúnio.

Nada Além Da Esperança ▪︎ Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora