Nada Além Da Esperança ▪︎ Livro 1

•Capítulo 7• Visita surpresa

Mais uma sexta-feira, com aquela velha rotina pela manhã: levantar às 06:40, ir realizar a higiene matinal, depois voltar a deitar só que desta vez será na cama de seus pais. Joyce ocupava sempre o lugar da mãe que era a primeira a levantar-se.

Quando a mãe termina de realizar a sua higiene matinal, chega a vez da Ayla, que sempre reluta com a mãe de sair da sua cama quentinha.

Segundo a Ayla, levantar cedo da cama era a pior do mundo. Ela realmente detestava isso. E não só ela...

Após pentear o cabelo de Joyce, ela veste-se para mais um dia de aula - que é, por sua vez, o último dia de aula desta semana.

A dona Maria e Ayla fazem o mesmo, enquanto que o pai está um pouco mais descontraído pois agora ele trabalha em casa. O típico home office. Portanto, o senhor José não tinha que se levantar tão cedo. Esta preocupação passava a ser agora só das mulheres desta casa.

|Joyce|

Já terminei minha última aula no período da manhã - economia. Já terminamos o capítulo acerca do mercado e eu estou pronta para relaxar um pouco.

- Meus caros, não se esqueçam que hoje temos uma palestra no salão e todos devem comparecer à horas, caso contrário serão descontados algumas décimas na nota. - declarou o professor de economia - Samuel ao passo que arrumava os seus pertences.

- A alegria de pobre dura pouco... - dissera Carla numa melancolia cómica.

Todos riram muito baixo. No entanto, isso não impediu que o professor ouvisse e em contrapartida dissera o seguinte:

- Bom, senhorita Carla... já que está muito animada para fazer piadas, para além do trabalho individual que todos terão de fazer - um relatório sobre a palestra - a menina fará na próxima aula uma síntese sobre o que fora abordado na palestra a frente de seus colegas.

Carla ficara chateada consigo mesma por ter aberto a boca no momento errado e que agora, para além de fazer um relatório, ela teria ainda que fazer uma síntese a frente de todos.

Nós devemos sempre diferenciar a hora do trabalho e a hora das brincadeiras.

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Após sair dessa última aula, Joyce já não tinha outras aulas por assistir naquele dia, por isso foi logo ir conversar com as suas amigas e rapidamente percebera que já começaram a discutir.

- Isa, por favor, combinámos no grupo que serias tu a comprar e a fazer as decorações no cartaz. - constatou Emma com os olhos esbugalhados e com as mãos na sua cintura.

- Não, Emma! O combinado foi eu comprar o cartaz e em conjunto fazermos as decorações, para além das outras coisas. - reiterou Isa com uma sobrancelha levantada.

- Então vamos falar com a Erica, o Diego e o Wilson.

Emma puxou o braço da Isa de modo a irem para a sala delas. No entanto, Emma deu uma meia volta no seu próprio eixo corporal olhando para a Joyce que estava atenta ao cenário.

Isa revirou seus olhos, Joyce sorriu sem mostrar os dentes, tendo seus braços cruzados e a Emma foi até ela, consequentemente levando a Isa junto com ela e fez uma careta de desculpas.

- Temos de ver-nos depois, Joyce. Não te importas, certo? - indagou Emma que segurava bem firme o pulso da sua amiga do cabelo crespo castanho-escuro.

- Não há problemas meninas. Eu vou para casa agora. Já não tenho mais aulas hoje. Então, vemo-nos na segunda.

- Sim, ok. - Emma sorriu.

- Tchau, Joyce. - retrocou Isa cansada do feitio teimoso da sua amiga do cabelo moreno ondulado que fazia um contraste com a sua pele mais clara.

- Tchau meninas. - Joyce despediu-se delas e dava passos largos até ao portão do liceu.

Apesar dessas briguinhas, elas amavam-se muito. Não havia jeito, nada podia derrubar a forte amizade delas. Não importava o tempo ou a distância.

Somos seres diferentes, com nossas peculiaridades inusitadas, por sinal. É super normal surgir uma discussão mesmo por um motivo fútil - o ser humano é complexo. Bastante até.

Porém, aquilo que é bom sempre prevalece e sempre reina: o bem prevalece, o amor prevalece, o carinho prevalece, etc.

E com este trio, o amor, a amizade, o carinho e o respeito sempre prevalece. Visto que o Ser que habita nelas é o mais forte - Deus, o Senhor Altíssimo.

No caminho para casa, Joyce surpreende-se ao ver uma certa pessoa sentada num pequeno muro de pedras que fica ao lado do seu liceu. Essa pessoa era o Augusto e ele aparentava estar pensativo. Joyce suponha que ele talvez quisesse ter uma conversa frente a frente com ela.

Quando Augusto notara a presença de Joyce do outro lado da passadeira, ele acenara para ela e Joyce, por sua vez, retribuiu o mesmo gesto.

Enquanto caminhava até ele, Joyce pedia a Deus que tudo decorre-se bem nesta conversa e que ninguém ficasse magoado com alguma coisa. Neste caso, sobre Ele.

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<1 Pedro 3:15>