•Capítulo 22• Juntos nessa batalha

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"Mas a vereda dos justos é como a aurora, cujo brilho cresce até o dia pleno." - Provérbios 4:18. :)

|Augusto|

Por um lado, eu me sinto bastante triste e, sendo muito sincero, também estou bastante dececionado com o meu pai. Eu nunca imaginaria que ele seria capaz de fazer isso comigo.

De verdade, eu ainda estou estupefacto com a atitude dele e é nestes casos que percebemos o quão importante é renegarmos certos sentimentos que não nos edificam em nada, muito pelo contrário, os mesmos aceleram a nossa ruína.

Esses sentimentos dilaceram tudo de bom que temos e tornam-nos cegos. E era assim que o meu pai estava. Completamente cego por esses sentimentos letais.

Entretanto, eu me sinto, surrealmente, em paz. É uma paz absurda e que foge a qualquer lógica pois para muitos, neste tipo de situação não há como ter paz, porém o Senhor é o meu Pastor, nada me faltará e em verdes prados Ele me faz repousar. (Salmos 23)

A Rhana está sendo um verdadeiro anjo para mim. Ela acolheu-me em sua casa até as coisas se resolverem, se assim Deus permitir. Ela revelou-me muitas coisas que nunca, mas nunca passaria pela minha mais aflorada imaginação. 

Uma dessas coisas inesperadas tem haver com a tal "G.L". Sim, é "a". É uma mulher, mas primeiramente vou começar pelo início para isto não ficar como uma salada russa.

Rhana Esparza, na verdade, é uma americana de origem cabo-verdiana pois sua mãe é cabo-verdiana e seu pai é americano, e os dois construíram juntos a prestigiada empresa deles.

A Rhana, na verdade, é uma agente do Departamento Federal de Investigação, ou seja, ela é uma agente do FBI da Nova Iorque.

Eu fiquei quase passado quando ela terminou de contar-me aquilo. Eu nunca, nunca, nunca pensaria, sonharia ou suspeitaria de uma coisa dessas.

Falando nisso agora até sinto todo aquele pasmo e descrença a voltar novamente e volto a ficar perplexo por breves segundos. Era muita informação para mim naquela altura, mas ainda não acabou não! Tem mais...

Ela veio para aqui - Cabo Verde - para poder aproveitar o seu tempo de férias e esse seu período de férias é bem extenso pois antes ela havia se abdicado de outras semelhantes. Portanto, ela ainda tem muito a aproveitar antes de voltar para o seu trabalho como capitão da sua unidade de investigação e intervenção.

Sua unidade ou brigada trata de crimes como homicídios e também contrabandos, nomeadamente de armas, de drogas e ainda de pessoas que é o caso do tráfico de pessoas para várias finalidades atrozes.

E durante este período de "férias", Rhana veio realizar um pedido feito pela "G.L" que é nada mais e nada menos que a minha querida mãe, a senhora Olivia. O "G.L" é a abreviação de Good Lawyer - Boa advogada ou advogada do bem.

Minha mãe e Rhana são melhores amigas desde a infância, só que na adolescência elas foram separadas: os pais da Rhana decidiram voltar para os EUA e minha mãe permanecera na Inglaterra, em Londres, que é a minha cidade.

Quando meu pai e minha mãe separaram-se, e eu e o meu pai viemos para Cabo Verde, Rhana já estava aqui em Cabo Verde a passar as suas longas férias e quando ela telefonou para a minha mãe para poder "matar as saudades" a dona Olivia havia-lhe desabafado sobre tudo o que aconteceu e nesse mesmo instante ela teve uma ideia ou melhor, um pedido.

Pelo facto da Rhana ser uma cristã e ter a certeza de que em tudo Deus possui um propósito, a Rhana aceitou.

Rhana realizava quaisquer tipos de trabalhos - desde que sejam dignos - e para ela não havia problema nenhum em ser uma empregada doméstica. Ela não tinha medo de trabalhar - este tipo de estereótipo não a aprisionava, e desde muito nova ela "enraizou" essa certeza.

Nada Além Da Esperança ▪︎ Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora