Cap 3

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*Pov Jade*



Alguns dias haviam se passado, anteontem eu  enviei um vídeo meu para a audição da Hollywood arts, que felizmente fez com que eu seja aceita. Amanhã será meu primeiro dia!

Meu tornozelo melhorou. Não sinto mais dor. Eu nunca mais soube do Beck.

- Jade? – meu pai me chamou batendo na porta do quarto, me tirando de meus pensamentos.

- Oi.

- Eu preciso que Oito horas você vá até o correio mandar a correspondência que vou deixar em cima da mesa da cozinha – revirei os olhos – Ouviu? Tem que ser oito horas.

- Aham – respondi sem animação alguma. Ele  saiu do meu quarto para ir para o trabalho.

Quando deu o horário para mim ir no correio, vesti uma regata preta, uma jaqueta de couro preta, minha calça também preta e meus clássicos coturnos. Peguei a correspondência em cima da mesa da cozinha e fui caminhando a pé até os correios, que não fica longe da minha casa.

Depois de deixar a correspondência lá tudo certinho, fui a caminho de volta para casa.

- Jade? – ouvi uma voz familiar vinda de atrás de mim. Me virei automaticamente. Vi um garoto alto de cabelo cacheado e roupa esportiva.

- Conan? Mas que porra você tá fazendo aqui?

Conan é meu ex namorado. Nós terminamos faz 2 anos, mas o desgraçado parece que nunca supera. Nosso relacionamento foi o mais abusivo possível. Nós brigávamos feio o tempo todo e até saiamos no soco. Ele odiava as roupas que eu usava, mas eu não deixava de jeito nenhum de vestir o que eu gostava. Nos seus momentos de raiva, o que era sempre, ele me humilhava e me deixava mal. Ele me dizia que meus pais não me aguentavam mais e que logo iriam me jogar em um internato. Ele é machista, babaca e tóxico!

- Eu finalmente consegui vir para cá te ver – eu voltei a caminhar – Não foi fácil achar seu endereço – ele riu.

- Talvez seja porque fosse para você não achar mesmo – ele pegou meu braço e em seguida o outro, me forçando a parar de andar – Me solta!

- Eu vim até aqui te ver e você me trata assim? – olhei para os lados na esperança de alguém aparecer, mas é uma rua um tanto quanto deserta.

- Se você não me soltar, eu juro que arranco os  seus braços fora! – ameacei com fúria nos olhos e ele sorriu.

- Esta é Jade West que eu conheço!

- O que você quer caralho?

- Você! Eu quero você... – ele começou a aproximar seu rosto do meu na tentativa de um beijo. Eu tentei de todos os jeitos me soltar.

"Solta ela!" Ouço o Beck gritar. Conan se assustou, se virando com a cabeça para ver quem era. Nisso, eu proveitei e mordi com força o braço dele.

- Aí! Filha da puta! – ele gritou enquanto agarrava meu cabelo com a outra mão, me puxando para mim parar de morder.

- Sai de perto dela! – Beck o puxou com força para longe de mim e Conan me jogou no chão.

*Jade off*

*pov Beck*

Eu puxei o cara para longe de Jade. Ele jogou Jade no chão, eu posso ver o medo em seus olhos e isso me encheu ainda mais de raiva por aquele sujeito. Eu agarrei a gola da camisa daquele idiota e dou vários socos. Ele tentou revidar, mas eu continuei até perceber o sangue em minha mão, vindo de seu nariz. Ele riu em deboche.

- Nunca mais chegue perto dela de novo! Se não você terá problemas comigo e com a polícia – eu soltei a agola de sua camisa. Ele me encarou, olhou uma última vez para a Jade e depois foi embora.

Jade ainda estava no chão, apenas observando. Eu estendi a mão para ajudar ela a levantar. Ela pegou minha mão e se levantou.

- Por que fez isso por mim?

- Eu faria por qualquer outra garota. Aquele cara é um babaca!

- Sim, ele é! – Jade pareceu muito abalada, por mais que ela negasse.

- Você conhece ele?

- Sim. Ele é meu ex namorado. Eu preciso ir para casa.

- Eu te acompanho – voltamos a caminhar – Ele parece ser perigoso.

- Um pouco. Não era para ele estar aqui. Eu ainda morava no Canadá quando estávamos juntos.

- Você precisa falar com a polícia! – ela revirou os olhos.

- Beck, relaxa! Eu vou falar com meu pai. Ele sabe de tudo que já aconteceu. Ele também odeia o Conan – ficamos alguns segundos em silêncio – Você apareceu na hora certa.

- Ainda bem! Eu estava voltando da casa de um amigo meu do colégio.

Nós chegamos até a casa de Jade.

- Deixa eu ficar um tempo com você? – ela franziu o cenho e eu logo me justifiquei – Você não parece bem – ela abriu a porta da casa.

- Está bem – ela abre caminho pra mim entrar. Antes de fechar a porta, ela olhou para os lados para ver se alguém está perto de sua casa. Ela fechou a porta e virou de frente pra mim olhando em meus olhos. Ela veio em minha direção, me abraçou forte e começou  a se desmoronar em lágrimas.

- Obrigada! – ela susurrou com a voz enfraquecida em meu ouvido.

Eu nunca imaginei vê-la assim. Ela saiu do abraço, enxugando desesperadamente rápido suas lágrimas.

- Jade, você pode sempre contar comigo!

- Por que? Você nem me conhece direito. Por que você tenta me ajudar? – ela perguntou sério.

- Porque você é uma boa pessoa, Jade!

- Não, Beck! Eu não sou! Eu só sou legal com você, bom, mais ou menos – ela deu de ombros.

- E por que só comigo? – ela ficou em silêncio, procurando uma boa resposta.

- Eu já estou melhor! – ela abriu a porta – Você pode ir. Obrigada Beck – eu apenas dei um sorriso pra ela e me retirei da casa dela.

Eu não sei por que ela não me respondeu, mas não insisti. Acho que ela precisa de um tempo sozinha.

As the World Caves In (Bade)Onde histórias criam vida. Descubra agora