As the World Caves In (Bade)

like a theater but no audience

No dia seguinte, Jade passou a maior parte do tempo em seu quarto. Sua mãe tentou de tudo para anima-la, mas nada a tirava daquela cama.

- Jade? – ela ouviu a voz de sua mãe na porta do quarto – Você precisa tomar o remédio.
- Não.
- Por favor! – sua mãe se sentou na beira da cama, segurando um copo de água e um comprimido – É muito importante que você tome – Jade encarou o comprimido na mão de sua mãe.
- Eu não ligo! – ela voltou a olhar para a parede.
- Sabe o que vai acontecer se você não tomar o medicamento e se cuidar? Você vai acabar sendo internada – Jade a olhou assustada – É isso que você quer? Acredito que não.
- Eu sei o que você está fazendo. Você não vai me manipular.
- Eu não estou tentando te manipular. É verdade o que eu estou falando. Tome o remédio, por favor!

Jade revirou os olhos e engoliu o comprimido com a ajuda da água. Para ela, não fazia sentido algum fazer aquilo. Nada realmente importava para ela naquele momento.

- Tá feliz? – ela perguntou com sarcasmo.
- Abra a boca – Jade franziu o cenho com o pedido de sua mãe – Abra! – Hillary se certificou de que a filha havia mesmo engolido o comprimido – Muito bem!
- Pronto, agora me deixe em paz – ela se aconchegou melhor na cama.
- Nossa! – Hillary falou colocando a mão na barriga e sorrindo – Acho que seu irmão também ficou feliz por você ter tomado o remédio – ela contou sorridente.
- Ele está chutando?
- Sim. Você quer sentir? – Jade assentiu.

Jade tocou a barriga de sua mãe e sentiu os chutes que seu irmão estava dando.

- Tenho certeza que vocês vão se dar bem.
- Talvez – Jade deu um pequeno sorriso.

[...]

Os dias se passavam lentamente, a cada dia que passava o vazio instalado no peito de Jade ia crescendo mais e mais. A medicação parecia não estar fazendo efeito.

Cat mal conseguia levantar da cama. Ela tomava seus medicamentos todos os dias, mas ainda sim continuava difícil de ter energia para fazer qualquer coisa do cotidiano. Sam tentava anima-la, mas não funcionava mais, nada conseguia deixar cat sorridente de novamente. As duas estarem morando na casa de Beck não ajudava muito a seguir em frente, mas Cat se recusava a deixar de morar lá.

Andre não conseguia encontrar refúgio nem mesmo na música, que era o que ele tanto amava, mas que agora não parecem ser nada demais. Tudo o que ele mais desejava era ver o melhor amigo de novo. Uma última vez, para dizer o quanto ele ama e se importa com Beck.

Tori não cantava mais. Não como antes e não com brilho nos olhos e paixão em sua voz. A dor da perda estava sufocando sua garganta.

Robbie se trancou em seu quarto e só saia de lá quando realmente era necessário. Seus pais estavam preocupados, mas não sabiam o que fazer. Robbie deixava Rex de lado e chorava todos os dias em silêncio.

Na Hollywood arts todos sentiam saudades do Beck, principalmente as garotas. Mas elas não estavam tristes de verdade, não como Jade e os amigos do Beck. Elas sentiam saudades apenas do que ele era por fora, de suas beleza e status.

Ninguém ouviu mais falar sobre os pais de Beck, como se eles tivessem desaparecido do mapa.
Jade se questionou sobre o velório do Beck, mas ela supôs que obviamente a mãe dele não iria convidá-la. Certamente Jade poderia ir atrás dela e arrumar uma briga, mas ela estava exausta demais para isso.

- Jade? – Chloe apareceu na porta do quarto da irmã.
- O que você quer? – Jade perguntou deitada na cama enquanto assistia série em seu celular.
- O papai pediu para avisar que o almoço está pronto e que é pra você ir comer – ela contou encostada no batente da porta.
- Não tô com fome.
- O papai disse que  uma ordem – Jade revirou os olhos.

"Jade! Venha comer!" O Sr. West gritou do andar de baixo.

- Por favor! Você nunca mais saiu dessa cama – Jade ouviu sua irmã dizer e quando olhou nos olhos da pequena ela viu lágrimas predestinadas a cair.
- Está feliz? – Jade se levantou da cama erguendo as mãos em rendição.
- Sim!! – Chloe soltou o maior dos sorrisos.