Olá, meus amores!!!
Vamos para o primeiro capítulo de "Meu vizinho federal"??
Boa leitura!!
...
Olívia
Não dava tempo de esperar pelo elevador, pela terceira vez naquela semana saía de casa atrasada, no limite para enfrentar o trânsito matinal de São Paulo e chegar ao escritório da Soraya Lins, localizada na Rua Oscar Freire.
Há cinco anos eu trabalhava como estilista-chefe na marca que levava o nome da sua proprietária. Iniciei como estagiária, alcei algumas promoções e há dois cheguei ao cargo máximo na área de criação, acima de mim estava apenas a dona.
Desci as escadas em uma velocidade recorde, me equilibrando em cima dos saltos altos da bota escolhida para o dia, carregava em mãos uma bolsa e também uma pasta de couro, que continha uma infinidade de croquis e o meu notebook.
Cheguei à garagem com a respiração ofegante, afinal, foram nove andares abaixo. Talvez esperar o elevador tivesse sido uma decisão mais inteligente. Talvez, não, com toda certeza teria sido, pois quando empurrei a porta corta-fogo ouvi o ruído da caixa de aço chegando à garagem.
Suspirei ruidosa.
Caminhei em direção a minha vaga e no percurso encontrei Afonso, o síndico do prédio.
— Bom dia, senhorita Olívia! Tenha um excelente dia! — Ele pausou os passos e quando me aproximei, passou a andar ao meu lado.
— Bom dia e obrigada, Afonso! Que o seu dia também seja ótimo. — Lhe dei um sorriso e não parei para render conversa, o síndico bem que gostava de se estender, uma brecha e ele me contaria detalhes da sua administração e até mesmo da sua vida.
Eu só precisava entrar logo no carro, sair pelas ruas de São Paulo e com sorte, chegar ao trabalho dentro do meu horário.
Ele me encarou desolado, ao perceber que eu já me acomodava no banco do motorista e não lhe daria a atenção que queria.
— Estou atrasada para o trabalho, vida corrida, Afonso. — Justifiquei, até que ele era legal comigo.
Normalmente, os síndicos de prédios não costumam serem pessoas queridas pelos moradores, afinal, são eles a fiscalizar o cumprimento das regras do condomínio, mas ele sempre aliviava para o meu lado. Por exemplo, ao fazer vista grossa quando eu me estendia no horário noturno com amigos no apartamento ou passeava com Chanel, minha cachorrinha da raça Yorkshire, pelo condomínio, deixando que ela andasse, ao invés de carregá-la no colo. Em geral, ele era bem implicante com os cachorros dos moradores, mas tinham uma relação amigável com Chanel.
— Oh, que coisa chata, senhorita Olívia. Mas vai dar tudo certo e você conseguirá chegar no horário. Bom trabalho.
— Para nós dois, Afonso! Você também tem muitas atribuições. — Ele inflou e deu um sorriso preguiçoso e cheio de orgulho.
A vida dele era bem tranquila, isso sim. Recebia uma gorda pensão de uma tia que morreu e não deixou herdeiros. Além do bônus por sua atuação como síndico.
No entanto, a verdade é que todo mundo reclama, mas quase ninguém quer se arriscar na administração de um prédio.
— Ah, senhorita Olívia, a vida não está mesmo fácil. Mas dias melhores virão. Mais tarde irei passar na porta do seu apartamento e conversar um pouco com Chanel, a pobrezinha deve ficar desolada por estar sozinha.
— Obrigada pelo carinho, ela vai adorar — dei uma piscadinha e liguei o carro, não podia ficar mais nem um minuto dentro da garagem. Passei pelo portão rindo, Chanel não dava a mínima por passar o dia sozinha, desde que eu não atrasasse o horário do seu jantar. Mantinha uma babá eletrônica em casa, com o aplicativo de câmera conectado ao meu celular e tinha uma boa noção de como ela se comportava durante minha ausência.
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Meu vizinho federal
Romance"Luiz Henrique, vulgo Brandão, é agente da Polícia Federal, filho de advogados criminalistas e acostumado a investigar e prender clientes dos seus pais. Durante uma Operação policial, descobre que a mulher assustada, que chamou sua atenção, é a dona...