Capítulo 3

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Olá, meus amores!

Boa leitura!

...

Luiz Henrique

O funcionário não pestanejou e logo, minha equipe e eu, estávamos dentro da enorme propriedade. Mauro Lins nos encontrou na alameda que levava até o suntuoso jardim, diante da entrada principal da casa.

Me deparei com um homem um tanto assustado, a pele clara estava avermelhada em toda a extensão do seu rosto. Os cabelos, levemente bagunçados. Mais acima, avistei sua esposa, agitada e parada no jardim, vestindo um robe longo e preto. Ainda era o início da manhã.

— Lui, o que está acontecendo, meu filho? — Com toda certeza Mauro não esperava que a polícia fosse até sua casa e muito menos que eu estivesse presente.

— Luiz Henrique Brandão — olhei duro para ele, deixando claro que não haveria qualquer intimidade entre nós, e lhe mostrei os dois mandados. — Estamos em uma operação da Polícia Federal, vamos cumprir a busca e apreensão, bem como conduzi-lo até a delegacia, onde será colhido o seu depoimento. — Minha voz saiu o mais natural possível, até mesmo sem emoção. Eu estava ali para realizar o meu trabalho.

— E eu posso saber do que estou sendo acusado? — Ele não gostou do meu tom, me direcionou a pergunta um tanto petulante. Mas eu tinha a resposta na ponta da língua.

— O senhor está sendo investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, extorsão, e corrupção ativa. Quando constituir um advogado, ele terá acesso ao inquérito policial, senhor Mauro Lins.

— Preciso falar com os meus advogados. — Eu quase ri, já imaginando quem seriam eles. As ironias da vida.

— Os advogados não participam da operação policial, ninguém mais entra ou sai da propriedade, até que estejam liberados. Mas se preferir, pode depor acompanhado do seu procurador. E senhor, nós, representantes da Polícia Federal, prezamos por uma operação tranquila e sem maiores danos. Conto com a sua colaboração, da sua família e funcionários. — Disse cada palavra de forma calculada, não tolerava gracinhas ou qualquer tipo de desrespeito. Minha equipe e eu estávamos ali em nome da lei, não éramos os "errados" da história, ele, investigado, que abaixasse a crista.

— Claro, fiquem à vontade. — Vencido, ele estendeu a mão em direção a casa, para onde direcionei a equipe.

Até aquele momento íamos seguir os passos que tracei na sala de operação da delegacia, e estaria ali atento a toda e qualquer movimentação, se necessário, tínhamos os planos A, B, C...

O agente Rios ficou responsável pela guarda do Mauro; Daniele e outros dois agentes foram para o andar superior; três agentes cobriram o andar térreo, onde estávamos, e Paulo, agente Silva e eu, varremos cada canto da propriedade, conversamos com funcionários e asseguramos que Mauro e toda sua família permanecia sentada no sofá da luxuosa sala durante toda a operação.

— Agente Brandão, na linha? — O rádio comunicador que eu usava apitou, era Daniele me chamando. De pronto, eu vi quando o olhar de Paulo grudou em mim, prestando atenção no que falávamos.

— Positivo, agente Paes.

— Venha até o andar superior, segundo cômodo à esquerda.

Apressado, fui ao encontro dela, que já havia pedido reforço pelo rádio e uma infinidade de computadores, HDs, documentos, dinheiro e armas haviam sido apreendidos. E pelo visto, ainda tinha novidades por ali.

— O que precisa? — Entrei em um cômodo que parecia ser utilizado como sala de TV, havia sofás retráteis, Dani deixou todos abertos e com o fundo, abaixo das almofadas, revirado; uma parede inteira de marcenaria, sistema de som e TV e, claro, quadros. E foi atrás de um deles que a policial achou a parede falsa.

Meu vizinho federalOnde histórias criam vida. Descubra agora