Olá, meus amores!
Boa leitura!
...
Luiz Henrique
O funcionário não pestanejou e logo, minha equipe e eu, estávamos dentro da enorme propriedade. Mauro Lins nos encontrou na alameda que levava até o suntuoso jardim, diante da entrada principal da casa.
Me deparei com um homem um tanto assustado, a pele clara estava avermelhada em toda a extensão do seu rosto. Os cabelos, levemente bagunçados. Mais acima, avistei sua esposa, agitada e parada no jardim, vestindo um robe longo e preto. Ainda era o início da manhã.
— Lui, o que está acontecendo, meu filho? — Com toda certeza Mauro não esperava que a polícia fosse até sua casa e muito menos que eu estivesse presente.
— Luiz Henrique Brandão — olhei duro para ele, deixando claro que não haveria qualquer intimidade entre nós, e lhe mostrei os dois mandados. — Estamos em uma operação da Polícia Federal, vamos cumprir a busca e apreensão, bem como conduzi-lo até a delegacia, onde será colhido o seu depoimento. — Minha voz saiu o mais natural possível, até mesmo sem emoção. Eu estava ali para realizar o meu trabalho.
— E eu posso saber do que estou sendo acusado? — Ele não gostou do meu tom, me direcionou a pergunta um tanto petulante. Mas eu tinha a resposta na ponta da língua.
— O senhor está sendo investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, extorsão, e corrupção ativa. Quando constituir um advogado, ele terá acesso ao inquérito policial, senhor Mauro Lins.
— Preciso falar com os meus advogados. — Eu quase ri, já imaginando quem seriam eles. As ironias da vida.
— Os advogados não participam da operação policial, ninguém mais entra ou sai da propriedade, até que estejam liberados. Mas se preferir, pode depor acompanhado do seu procurador. E senhor, nós, representantes da Polícia Federal, prezamos por uma operação tranquila e sem maiores danos. Conto com a sua colaboração, da sua família e funcionários. — Disse cada palavra de forma calculada, não tolerava gracinhas ou qualquer tipo de desrespeito. Minha equipe e eu estávamos ali em nome da lei, não éramos os "errados" da história, ele, investigado, que abaixasse a crista.
— Claro, fiquem à vontade. — Vencido, ele estendeu a mão em direção a casa, para onde direcionei a equipe.
Até aquele momento íamos seguir os passos que tracei na sala de operação da delegacia, e estaria ali atento a toda e qualquer movimentação, se necessário, tínhamos os planos A, B, C...
O agente Rios ficou responsável pela guarda do Mauro; Daniele e outros dois agentes foram para o andar superior; três agentes cobriram o andar térreo, onde estávamos, e Paulo, agente Silva e eu, varremos cada canto da propriedade, conversamos com funcionários e asseguramos que Mauro e toda sua família permanecia sentada no sofá da luxuosa sala durante toda a operação.
— Agente Brandão, na linha? — O rádio comunicador que eu usava apitou, era Daniele me chamando. De pronto, eu vi quando o olhar de Paulo grudou em mim, prestando atenção no que falávamos.
— Positivo, agente Paes.
— Venha até o andar superior, segundo cômodo à esquerda.
Apressado, fui ao encontro dela, que já havia pedido reforço pelo rádio e uma infinidade de computadores, HDs, documentos, dinheiro e armas haviam sido apreendidos. E pelo visto, ainda tinha novidades por ali.
— O que precisa? — Entrei em um cômodo que parecia ser utilizado como sala de TV, havia sofás retráteis, Dani deixou todos abertos e com o fundo, abaixo das almofadas, revirado; uma parede inteira de marcenaria, sistema de som e TV e, claro, quadros. E foi atrás de um deles que a policial achou a parede falsa.
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Meu vizinho federal
Romance"Luiz Henrique, vulgo Brandão, é agente da Polícia Federal, filho de advogados criminalistas e acostumado a investigar e prender clientes dos seus pais. Durante uma Operação policial, descobre que a mulher assustada, que chamou sua atenção, é a dona...