Capítulo 17

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Olívia

Não foi difícil encerrar a noite com as meninas, elas também se mostraram ansiosas para que eu fosse jantar com o meu vizinho. Não me lembrava de estar tão animada. Tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, sentia-me feliz e realizada.

E jantar com Lui era quase uma comemoração, o fechar com chave de ouro daquele dia tão especial.

Fui até a minha suíte, soltei o coque que tinha feito no cabelo e passei a escova pelos fios. Dei uma pincelada de blush nas bochechas e renovei o perfume. Estava pronta.

Na cozinha, arrumei dentro da embalagem a torta intocada de palmito com catupiry e em outro vasilhame coloquei os mini sanduíches e salgadinhos. Despedi-me da Chanel que estava exausta das tantas visitas que recebemos e fui ao apartamento dele.

Toquei a campainha e, rapidamente a porta foi aberta.

— Muito tarde? — Seus olhos pousaram firmes sobre os meus. Não me lembrava de algum dia já ter sido olhada da forma como Lui fazia, intenso, firme, como se fosse me devorar inteirinha.

— Eu disse que te esperava! — Ele deu uma piscadinha, sorriso torto e pegou as embalagens da minha mão, apontando, na sequência, com a cabeça para dentro do apartamento. — Deixa que eu levo isso, entre!

— É, sua irmã vai se divertir, ela praticamente tem todos os cômodos para se esbaldar na decoração! — Dei uma olhada por todo o ambiente, enquanto ele colocava as comidas sobre a bancada da cozinha.

A planta do nosso apartamento era mesmo igual, ele parou ao meu lado, também observando os espaços praticamente vazios. Tinha uma excelente aparência, pintura bem feita e parecendo novinha, assim como a marcenaria e os poucos móveis.

— Já estou me preparando mentalmente. Marquei com ela para amanhã... — comentou preguiçoso, deixando claro que não teria ânimo para escolher móveis.

— Legal! Nossa casa é lugar de descanso, de paz, faz bem deixar tudo do seu jeito.

— Concordo. Mas me conta como foi com as garotas? Estou te achando animada! — Puxou-me para o balcão da cozinha, abriu uma garrafa de vinho e eu me sentei em uma das banquetas.

— E estou! Sério, muito animada e feliz. — Estendemos as taças e brindamos. — Bom, as meninas amaram todas as peças, agora tenho que produzir em tempo recorde. Amanhã mesmo minha mãe irá me passar todo o material que preciso, assim que comprar irei para Taubaté, levar a matéria-prima para a produção. — Contei-lhe e escutou-me atencioso.

Em uma das nossas conversas eu havia contado sobre a minha cidade natal, que minha mãe tinha uma confecção e, que foi lá, inclusive, que eu comecei a brincar de moda quando produzia as roupinhas das minhas bonecas.

— Terá dias de muito trabalho, então. Se precisar de alguma ajuda, não hesite em me pedir.

— Pode deixar!

Ele organizou sobre o balcão o nosso jantar improvisado, comemos e o tempo passou sem que percebêssemos.

Tínhamos assunto, era incrível como conversávamos sobre tudo naturalmente. Ele só se retraía quando eu perguntava algo do seu trabalho, percebi que, talvez por serem investigações sigilosas e que envolviam a Justiça, ele não se sentia à vontade para falar. No entanto, contava com animação sobre seu dia a dia e a relação com os colegas do trabalho.

Depois que limpamos tudo, pegamos nossas taças e fomos para a varanda. A noite, mais uma vez, estava linda. Paramos diante do guarda-corpo e ficamos um longo instante em silêncio, ouvindo um rock baixinho que tocava quando cheguei ao apartamento.

Meu vizinho federalOnde histórias criam vida. Descubra agora