Capítulo 11

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Bom dia, meus amores!

Vamos de leitura! :)

...

Olívia

— Você é bem curioso, mas quase não fala de si mesmo. — comentei quando entramos em seu carro. Ele riu e depois de colocar os óculos de sol, olhou em minha direção, ainda com o carro parado.

Qual a necessidade daqueles óculos? Só servia para deixá-lo mais lindo, isso sim. E ainda era tão cedo. Uma afronta à comunidade masculina, com toda certeza. E um desafio a mim mesma, que só queria ficar admirando-o.

— Acha isso, Olívia? O que você gostaria de saber?

— Ah. — Vai lá, bonita! Provoca o cara, mas agora não sabe o que dizer. — Hum, o que você gostaria de me contar?

— Bem esperta, hein? — ele deu a partida e dirigiu pegando a via que saía do nosso bairro. — Bom, tenho vinte e nove anos, sou agente da Polícia Federal, seu vizinho...

— Vamos focar em informações que ainda não sei? — Ele fez de novo, deu outro sorriso torto e suspirei baixinho, controle-se, garota. É só um homem bonito.

— Você não sabia a minha idade. — Olhei para ele com a sobrancelha erguida. — Tá, diferente de você, a minha família também mora em São Paulo, no Morumbi. Meus pais e irmãos são advogados.

— Está doendo, contar da sua vida? — Estava bem óbvio que eu estava diante de um homem reservado, então era melhor brincar com o momento.

— Engraçadinha. Não tenho o costume de falar sobre detalhes pessoais.

— E está me contando porque não tenho cara de maníaca.

— Não que maníacos tenham cara, mas, no quesito crime, você me parece bem inofensiva. — Paramos em um semáforo, ele olhou para mim e deu uma piscadinha. Senhor!

— Você não sabe o que eu fiz no verão passado!

— Mas posso saber o que vai fazer no próximo verão. — Nós dois rimos. Estava gostando disso, dele me fazer rir toda hora. — E, assim como você, não tive uma noite muito boa, dormi agitado.

— Quer conversar?

Ele contou por alto sobre o jantar frustrado na casa dos pais, mas achei melhor não fazer perguntas, pois envolvia seu trabalho e imaginei que preferisse não entrar em detalhes.

Mudamos o assunto, ele falou como eram seus dias de folgas, que normalmente dormia, ia à ONG e em um clube de tiro. Fiquei curiosa para saber sobre o tal clube, será que tiro era mesmo o que eu estava pensando, tipo, de armas? Fiquei sem graça de perguntar e ele também não explicou.

Pausamos um pouco a conversa quando meu celular apitou a chegada de uma mensagem nova, era Vivian, minha cunhada. Havíamos confirmado, ela estava grávida! Emocionei-me ao descobrimos juntas, pois levei um teste em sua casa e fiquei com Neto, para que o fizesse. Meu irmão ainda não sabia, ela decidiu contar no aniversário de casamento deles, que aconteceria em duas semanas.

Na mensagem, Vivian contava não saber se ia conseguir esconder a informação, pois havia acordado com enjoos.

— Eu vou ser tia! — Disse ao guardar o celular na bolsa. — De novo!

— Hum, isso é bom! Irmã?

— Não, é minha cunhada, esposa do meu único irmão. Eles já têm um filho, de três anos, e ela descobriu estar grávida novamente.

A gestação da Vivian e o fato dela ainda não ter contado ao Zé, foi o nosso assunto até chegarmos ao bairro da Saúde, onde ele disse que ficava a ONG.

Meu vizinho federalOnde histórias criam vida. Descubra agora