Capítulo 30

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Olívia

Não era a primeira vez que dormíamos juntos, ainda naquela semana eu havia acordado em seus braços. Mas a situação era tão diferente. Na noite após a perseguição que sofremos, por exemplo, ele dormiu vestido.

Abri os olhos e, embora estivesse entrando uma intensa luz dentro do quarto, pois fechar as cortinas, na noite anterior, não foi algo que teve a nossa atenção, não me incomodava.

Pelo contrário. A vista que eu tinha direto da cama, através das paredes envidraçadas, era infinitamente atraente. Muito verde, a vegetação brilhava sob os raios solares e eu ainda não havia acrescido à cena o homem que estava ali do meu lado, beijando minha nuca e o topo das minhas costas nuas.

Lui passeou as mãos pelo meu abdômen e as subiu até os meus seios, fazendo-me prender o ar. Provocava-me, apertava-me, subia e descia chegando ao meu centro sensível, fazendo-me delirar quando mal havia despertado.

— Estratégias de tortura? — Nem sei como consegui pronunciar algo, ainda sonolenta e com a respiração entrecortada. Empinei o corpo em sua direção, fazendo com que ficássemos ainda mais colados, sentindo-o em mim e recebendo sua risada rouca em meu ouvido.

— Servindo bem para servir sempre, seu prazer é a minha missão! — antes que eu tivesse a chance de tecer algum comentário, ele intensificou seus toques e de olhos fechados encontrei o paraíso.

— Não tenho do que reclamar, senhor Brandão! — disse, finalmente. Lui enfiou o rosto no vão do meu pescoço, depois de dar algumas mordidinhas em meu ombro. Lânguida, aconcheguei-me em seus braços, o corpo, recuperando-se da descarga de adrenalina e de prazer de segundos atrás.

— Bom dia, linda! — O que aquela voz rouca era capaz de provocar em mim, meu Deus! Segurou-me firme e respirou em meu pescoço. Mesmo embaixo do grosso edredom, dava para sentir que lá fora o dia estava gelado e o corpo dele me esquentava inteira. O conceito de dormir agarrado havia sido atualizado para mim, pois Lui, de um jeito que me deixou incrédula, entrelaçou nossos corpos. E foi uma delícia dormir e acordar grudada nele.

— Posso me acostumar a ser despertada deste jeitinho! — eu não falava apenas das nossas brincadeiras sexuais, mas também do calor dos seus braços ao meu redor, do ruído da sua respiração enquanto dormia, do seu cheiro gostoso ao acordar e do seu corpo quente.

— E eu vou gostar muito... — passou o nariz pela minha pele nua, o pequeno pedaço do meu corpo fora do edredom — Cheirosa!

Ergueu um pouco o corpo em minha direção, apoiando a cabeça sobre o cotovelo.

— O que acha de pedirmos o café da manhã e aproveitar um pouco o lugar? Depois do almoço, podemos curtir a preguiça!

— Acho que sua ideia é muito boa! — Respondi animada, já imaginando as tantas coisas gostosas que, certamente, seriam servidas. Com o pouco do que havia visto da pousada, deu para perceber que era um lugar bem legal, para não dizer luxuoso. Pois era e muito.

— Como pode um ser tão pequeno comer tanto? — Jogou seu corpo enorme em cima do meu, arrumando o edredom sobre nós dois.

Eu estava a ponto de perguntar se ele tinha algum fetiche com o meu pescoço, pois não perdia a oportunidade de me cheirar, beijar e morder.

— Que deselegante falar para uma mulher que ela come muito, Lui. — enlacei seu pescoço e mordi seu queixo.

— Ahh, mas a minha mulher é quase uma draguinha... — meu coração perdeu algumas batidas ao ouvi-lo pronunciar a minha mulher. — Uma draguinha linda, gostosa, que tem esse cheiro enlouquecedor. E come pra caralho. — Eu ia reclamar, mas ele foi mais ágil e rindo, colou nossas bocas.

Meu vizinho federalOnde histórias criam vida. Descubra agora