Capítulo 5

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Bom dia,  meus amores!

Vamos de mais um capítulo?

"Até mais, vizinha!" - Uma das minhas cenas preferidas...

Vêm ver!!!

...

Olívia

Fui para o ateliê mais cedo que o habitual, havia muitas pendências para resolver, então precisava fazer o dia render.

Parei em uma cafeteria no quarteirão da empresa, comprei um cappuccino e um pedaço generoso de bolo de cenoura com calda de chocolate. O bolo não era tão bom quanto o que mamãe fazia, mas não deixava de ser saboroso, além de satisfazer as taxas de glicose no sangue que eu precisava para começar o dia bem.

Ia levar o lanche para comer em minha sala, no entanto, eu realmente estava bem adiantada no horário, então decidi que uns minutos na cafeteria não me atrapalhariam.

Pouco tempo depois, alimentada e passando mentalmente o que era mais urgente e precisava ser feito ainda na parte da manhã, percorri o corredor da empresa até o meu setor. Ainda estava vazio, girei a maçaneta da porta e quase caí dura quando dei de cara com a minha chefe.

Soraya estava lá, sentada na cadeira atrás da minha mesa, em carne e osso.

— Bom dia, Soraya. Aconteceu algo? Não esperava lhe encontrar tão cedo. — Seu olhar frio me analisava, não respondeu meu cumprimento.

Deixei minha bolsa sobre uma das cadeiras diante da mesa e retirei o casaco trench coat que usava. A peça fez parte da nossa última coleção de inverno e, embora eu evitasse usar roupas que não tínhamos mais disponíveis em nossas lojas, era um item especial e que desenhei quando ainda estava na faculdade. Apenas fiz alguns ajustes na modelagem para colocá-lo na coleção, a pedido da Soraya.

Ela permaneceu muda, ainda me encarando e eu segurando bravamente para não revirar os olhos. Tudo o que não precisava em um dia que tinha tudo para ser tumultuado de trabalho, era lidar com os caprichos dela. Liguei o ar condicionado e já não havia mais nada a fazer senão iniciar o trabalho. Espalmei as mãos sobre a mesa, um tanto irritada e seus olhos frios encontraram os meus.

— Qual o seu nome? — Perguntou raivosa, franzi o cenho porque a mulher diante de mim dava mostras de ter enlouquecido de vez. — Vamos, garota. Diz qual é o teu nome.

— Olívia — ergui o queixo e não desviei o olhar, já não gostando do rumo que a sua presença em minha sala tão cedo, parecia seguir.

— Muito bem. Olívia. Seu nome é Olívia. E não Soraya. Muito menos Soraya Lins... Interessante. — Ela ficou de pé, postura ameaçadora. Eu tremia de raiva por dentro, porque já presenciei seus rompantes sobre os funcionários, inclusive, já fui vítima várias vezes. Minha chefe não era uma mulher muito equilibrada. E tudo indicava que estava diante de mais um deles. — Posso saber o motivo de você, que é somente a Olívia, achar que tem o direito de mandar na minha marca? Isso aqui é meu, meu, Olívia, está escutando? — Ela girou de um lado para o outro, apontando, com o dedo em riste, cada extremidade da sala. Havia raiva em sua voz, mas também um genuíno descontrole. E eu não sabia lidar com aquela Soraya. — Você é minha empregada, você não manda em nada aqui dentro e se eu disse que a cor da paleta tem que ser mudada, não estou pedindo sua opinião, estou mandando que mude a cor.

Quando finalizou, estava aos berros. Eu não tinha reação, apenas a encarava. Tentei pronunciar alguma palavra, não sei se foi melhor assim, mas nenhum som saiu.

De raiva, seu olhar que não desviava de mim, passou para desprezo. Soraya me olhava quase que com asco. Eu, que não esperava por aquele show, tentava organizar as ideias em minha cabeça para então me pronunciar, afinal, não dava para ficar muda para sempre.

Meu vizinho federalOnde histórias criam vida. Descubra agora