Capítulo 13

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Bom dia, meus amores!

Venham ver um pouco mais do encontro desses vizinhos!

...

Olívia

— Que inspiração, minha diva, que inspiração! — Du comentou animado, quando lhe mostrei, em uma chamada de vídeo, os desenhos que fiz durante a semana que passei em Taubaté.

— Gostou mesmo? — Logo após a conversa que tive com a minha mãe na cozinha da sua confecção, decidi que ia, ao menos, fazer alguns esboços de uma coleção. Algo pequeno, sem pretensões, pois já estava com várias ideias na cabeça. Comigo funcionava assim, enquanto produzia um trabalho, o próximo já estava borbulhando na mente, pronto para ser colocado no papel.

— Preciso dessa coleção sendo produzida para ontem! — Ele esticou as pernas sobre a sua mesa de trabalho, que era um pequeno anexo a que eu ocupei por alguns anos na Soraya Lins. Contou que minha vaga ainda não havia sido ocupada e uma das filhas dela estava lá tentando apagar o incêndio, tanto da minha saída, quanto da visitinha da Polícia Federal.

— Não tenho certeza. — Mordi o lábio, o que a minha mãe e Du me mandavam fazer importaria em um bom gasto de dinheiro, sem que eu tivesse a mínima noção de retorno, somado ao fato que eu não possuía mais renda fixa.

— Vamos almoçar juntos, você está precisando de alguém para te falar que é incrível, que está no caminho certo e que as suas inseguranças não fazem o menor sentido.

— Bobo, mas não irei recusar.

— Nos encontramos meio-dia?

— Pode ser, estou com saudades da comida do Vittorio. — Era o meu restaurante italiano preferido para almoçar em São Paulo e ficava próximo ao meu antigo trabalho.

— Seu desejo é uma ordem. Agora preciso ir, Oli.

Nos despedimos e voltei minha atenção para os desenhos. Eram bons, não, eles eram muito bons. Mas estando apenas no papel não tinham o menor valor.

"Roupa tem que sair do molde, filha. Não estou entendendo essa sua falta de coragem, nunca foi assim". Mamãe disse no dia anterior ao meu retorno a São Paulo. Não sossegou até que eu sentasse em um dos cômodos do ateliê e começasse a desenhar. A inspiração veio fácil, era o que eu amava fazer. No entanto, tirá-los do papel estava sendo o meu dilema.

Suspirei, um nome não saía da minha cabeça. Na verdade, dois. Meneei a cabeça, rindo. Foca no trabalho, Olívia, homem bonito, gostoso, atraente e inteligente não enche barriga. Mas me leva para tomar café da manhã, pensei, digladiando comigo mesma.

Peguei o celular, abri o aplicativo de mensagens, o nome da Bruna estava no topo, havíamos conversado na noite anterior. A pocket coleção que criei foi inspirada em uma conversa que tive com as influencers no último evento que comandei na Soraya, quando me convidaram para acompanhá-las em uma viagem a Nova York.

O que eu colocaria na mala delas? Fui lá e desenhei.

Elas entraram em contato comigo assim que souberam que eu estava fora da marca, foram queridas, e sondei Bruna sobre a viagem. Ocorreria em um mês.

Fiquei olhando para o seu nome, mas desistir de falar com ela sobre a coleção, primeiro ia ouvir Du e ver se ele tinha alguma ideia melhor que a minha.

***

Havia anoitecido, estava animada com o dia produtivo que tive, acertei detalhes nos desenhos e após o almoço com o meu amigo e ex-assistente, criei coragem para fazer uma oferta às influencers.

Meu vizinho federalOnde histórias criam vida. Descubra agora