Capítulo 10

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Bom dia, meus amores!

Quem vem comigo?

Boa leitura!

...

Luiz Henrique

— Mauro e Soraya Lins estão entrando — meu pai contou.

— E eu vou nessa. — Abri a lixeira e joguei fora a garrafa de cerveja que tomei. João me olhava sério e, Maria Clara, com o semblante triste.

— Não faz assim, filho. Vamos jantar. — Minha mãe pediu, com a mão em meu ombro. Neguei.

— Eu volto depois. — dei um beijo em sua testa e, rapidamente, despedi-me dos meus irmãos. — E vocês hão de convir que não dá mais para sentar-me com eles à mesa e fingir que nada aconteceu. — Porra, eu estava investigando o casal. Meus pais entendiam, mas não aceitavam. Não quando, além de amigos, atuavam como seus advogados.

— Eu vou dispensá-los. — Meu pai disse, depois de um longo minuto.

— Não precisa. Nem teria como fazer isso e o senhor sabe. Se decidirem ir ao clube, avisem-me para eu encontrá-los lá.

Não dei tempo para mais conversa, eles sabiam que eu não mudaria de ideia. Meu pai me olhou impassível quando passei por ele, indo em direção à porta.

— Ah Lui, que bom vê-lo, rapaz — Eu encarei o velho Lins com uma expressão séria, mas o cara era bom em disfarçar, não se abalava com pouco.

— Boa noite, senhores. Estou de saída. — Passei por eles, sem dar um segundo olhar ou brecha para conversas.

— Não vamos tomar nem um uísque? — Eu já estava no jardim quando Mauro perguntou.

— Não, não vamos. Boa noite.

Ia para casa, mas no meio do caminho decidi passar no 001 e fazer um lanche por lá. Os filhos da puta ainda atrapalharam meu jantar. Encontrei com Pamela e mais uma amiga, a mulher havia começado o curso de tiro e decidiram estender na lanchonete após a aula.

Cheguei a cogitar ter mais uma noite ao lado dela, a morena jogou a isca, mas eu estava bem puto mesmo, sem disposição até para sexo.

Menos de uma hora depois estacionava meu carro na vaga da Olívia e, somente então consegui dar um sorriso, lembrando da expressão brava que ela fez naquela manhã em que precisou parar na vaga do síndico e eu a espiei escondido.

Saí dos meus devaneios, em relação à noite anterior, quando vi um corpo pequeno vagar pela garagem, de cenho franzido, a vizinha me procurava.

Pisquei o farol do enorme Jeep Compass e mais uma vez naquela manhã pude saborear sua expressão de surpresa. Olívia conseguiu ficar ainda mais linda.

Ela caminhou até o carro, vestia calça jeans e um casaco comprido bege clarinho, mas tenho certeza de que, sendo estilista, ela corrigiria o nome da cor. Os dias em São Paulo estavam bem frios.

— Surpresa mais uma vez, vizinha? — Perguntei com um sorriso torto no rosto.

— Pagou mais barato no apartamento e aí ficou sem vaga de garagem, Luiz Henrique? — ela se acomodou ao meu lado, incrível como seu corpo pequeno ornava bem dentro do meu carro enorme e eu gargalhei com a sua pergunta.

— Gosto da sua! — respondi, conseguindo um sorriso dela.

— Que coincidência, eu também! — Uma mulher divertida, eu gostava. Encaramo-nos, e, aos poucos, o sorriso foi esvaindo.

— Podemos ir?

— Sim. — Ela assentiu e eu saí com o carro da garagem.

A padaria ficava há poucos quarteirões de casa, parei o carro no estacionamento privativo do estabelecimento, desci e abri a porta para a Olívia.

Meu vizinho federalOnde histórias criam vida. Descubra agora