Olá, meus amores!
Como foram de virada de ano?
Desejo um 2022 cheio de realizações e bençãos para vocês!
...
Luiz Henrique
Estendemos ao máximo o nosso momento ali. Foi diferente estar naquele restaurante com Olívia. Não era apenas um esquenta para uma noite de sexo. Muito pelo contrário. Era um tempo a dois, para nos conhecermos mais e nos distrair. E Olívia estava sendo uma excelente distração, tendo em vista que eu esquecia de muitas coisas quando estava ao lado dela. Menos instinto policial.
Sendo assim, não me passou despercebido que, logo após ter dado a partida no carro e saído em uma movimentada avenida, paralela à rua do restaurante, havia um carro com atitudes suspeitas e em nosso encalço.
Uma SUV preta e com vidros escuros andava a uma distância segura. Vi quando saiu de uma vaga há poucos metros de onde estávamos, mas, naquele momento, não havia nada que me chamasse a atenção. No entanto, a velocidade foi mantida muito aquém do necessário para uma via que não estava com trânsito e considerando o porte do automóvel. Além disso, não ocupavam a mesma faixa que a nossa, embora fosse a mais livre, de modo que dificultava ainda mais ter a visão dos ocupantes.
Saí da avenida e peguei uma rua à direita, mantive a conversa em tom normal com Olívia, para não a alarmar. Sem me surpreender, a SUV acompanhou-me, assim como em todas as manobras que fiz, quase que andando em zigue-zague, entrando e saindo da avenida principal. E assim, obviamente, a alarmei.
— Está perdido? — Perguntou-me com o cenho franzido e, se não estivesse emputecido com o carro nos seguindo e sem fazer ideia de quem era, teria me sentido ofendido. Estávamos em nosso bairro, embora no limite com o bairro vizinho, por isso a necessidade de acessar a avenida principal.
Não lhe respondi de imediato, pois ao entrar em mais uma ruazinha, essa mal iluminada e mão única, a SUV praticamente colou na traseira do meu Compass e abriu os vidros.
Eu fui ao limite para não desesperar Olívia, mas, agora, não tinha outra opção, senão reagir. Precisava ser rápido. Não abriram os vidros para tomar um ar, os filhos da puta iam tentar nos alvejar.
— Oli, arrede o banco para trás e abaixe. — Pedi com o máximo de calma que consegui colocar em meu tom de voz. Mas, mesmo sem ter noção do que estava acontecendo, ela me lançou um olhar apavorado.
— O que está acontecendo, Lui? — perguntou gaguejando. Não perdi tempo e saquei a Glock da cintura, observando pelo retrovisor a distância que estavam de nós. — Meu Deus, você está armado? — a voz saiu estrangulada e seus olhos eram puro horror. Gostaria de acalmá-la e, até mesmo, explicar que não havia a mínima possibilidade de sair de casa sem estar armado, não quando era um Policial Federal e lidava com todo tipo de sujeira. Mas realmente não tinha tempo.
— Agora, abaixe. — ordenei e assustada, ela fez o que eu pedi.
Meti o pé no acelerador, a arma empunhada e já destravada. Eu meteria bala em quem estivesse nos seguindo. Olívia falava coisas desconexas ao meu lado, finalmente, tendo se abaixado na frente do banco.
O primeiro tiro ecoou e o segundo veio logo atrás, ambos acertando o para-brisa traseiro do carro. Junto do estrondo causado, ouvi um grito sofrido de Olívia, que chorava encolhida.
— Linda, preciso que você tenha calma. — Que situação de merda. Isso não podia estar acontecendo, não com ela ao meu lado. Não era a primeira vez que me perseguiam e era provável que não seria a última. Eu não era um policial sonso, quando entrava em uma investigação, era para fazer história. E queria muito saber quem eram os mandantes do ataque. — O carro é blindado, ok? Só não posso deixar que eles cheguem ao nosso prédio. — Ela recuperou um pouco da cor ao receber a informação, mas seu olhar ainda era de pânico.
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Meu vizinho federal
Romance"Luiz Henrique, vulgo Brandão, é agente da Polícia Federal, filho de advogados criminalistas e acostumado a investigar e prender clientes dos seus pais. Durante uma Operação policial, descobre que a mulher assustada, que chamou sua atenção, é a dona...