Segurei fortemente a mão do Matt, enquanto observávamos o caixão da Caroline ser abaixado no seu túmulo, tinha somente algumas pessoas da família que a conheceram brevemente, não tínhamos nada sobre a sua família, nem amigos a quem avisar. Depois de organizarmos tudo o bebê enfim foi registrado como filho do Matt e dela. Ele ainda estava no hospital esperando mais um pouco para ser liberado, creio que esta tarde já estará conosco.
Minha maior surpresa foi na nossa conversa sobre o nome ontem, perguntei ao Matt, qual nome ela queria. Simplesmente preferiram escolher depois do nascimento, ver o que iria parecer com ele. As palavras pularam de mim sem nenhum filtro na hora.
- O que acha de Joshua?– Olhou de mim para o bebê algumas vezes, segurando ele perfeitamente nos seus braços, como se já tivesse sido pai antes.
- Você tem razão ele parece com um Joshua, gostei. O que acha pequeno você gosta de Joshua? – Se era possível o bebê deu um pequeno sorriso, que nos fez rir também. Me aproximei dos dois e ficamos admirando aquela coisa minúscula embalada numa roupinha azul.
- Bem vindo ao mundo Joshua.
Minha mãe tinha chegado há algumas horas, como todos os presentes ela sabia o básico da história, não tivemos como conversar e agora não era a hora certa para isso. Logo iria colocá-la na parede sobre o seu passado, sempre fugiu desse assunto que nem o diabo foge da cruz, sempre soube que meu pai morreu num acidente de carro quando estava grávida de mim, tínhamos somente uma foto dele, que eu guardava como um tesouro nas minhas coisas.
Ela estava abraçada com a Victoria e conversavam entre elas, voltei meu foco quando o braço do Matt passou pela minha cintura e ele se aproximou mais de mim, eu segurava a mão do Jeff do outro lado. Todos segurando uma rosa branca caminhamos e jogamos sobre o caixão dela, depois começaram a tampar. Apesar de tudo eu sentia muito sobre a Caroline, não queria que ela tivesse terminado assim.
- Gabi você pode ir comigo no hospital? Deram alta para o bebê. - Senti o aperto do Jeff dizendo que estava tudo bem, ele estava sendo perfeito nessa situação, me ajudou com tudo que podia.
- Claro Matt! Vamos levar o pequeno Joshua para casa. Só me deixa falar com minha mãe rapidinho. - Dei um beijo rápido nos lábios do Jeff me despedindo e fui rápido para onde minha mãe estava.
- Oi Victoria, mamãe, tudo bem com vocês?
- Sim querida estamos bem apesar dessa situação, fico feliz que você esta ajudando meu filho com tudo, é muito triste essa situação.
- Nem fala, pegou todos de surpresa, fica tranquila que vou ajudá-lo com tudo que puder. - Abracei-a forte como já a considerava como minha segunda mãe.
- Mãe posso falar com você rápido?
- Claro querida! Com licença Victoria, depois nos falamos.
- Tranquila Emma, te ligo depois. – Nos afastamos um pouco dela e parei.
- Mãe nem te recebi direito mais com toda essa situação, as coisas ficaram um pouco bagunçada.
- Não se preocupa querida, eu entendo totalmente e sei como essas viagens de trabalho não te agrada tanto.
- Que isso mãe. Acho ótimo agora que você esteja conhecendo o mundo mesmo que a trabalho e não fechada em casa sabe disso. É sua vez de aproveitar um pouco sua vida, se sacrificou muito para me criar. Tenho uma coisa importante para conversar com você, posso ir jantar hoje à noite com a senhora.
- Que isso minha filha nem precisa pedir, lógico que vou te esperar mais tarde então, com sua comida preferida por sinal, deve que nem está comendo direito ultimamente, só bobeira.
- Me conhece, então nem vou contestar. Mais tarde passo por lá, depois que sair do hospital com o Matt.
- Tudo bem querida. - Abraçamo-nos e corri para onde estava o carro do Matt, ainda bem que vim com o Jeff no fim das contas.
Abri a porta do carro e me joguei no banco, com meu amigo sentado do lado olhando para o nada. Me chamou atenção que no banco de trás do carro tinha uma cadeirinha de bebê e uma bolsa azul cheia de coisas, engoli em seco e me foquei nele de novo. Ligou o carro e começou a se movimentar, um silêncio tomava conta do carro, até que ele o quebrou.
- Pode acreditar nisso Gabi, parece uma brincadeira do destino, agora sou um homem viúvo e legalmente um pai, nem sei como cuidar de uma criança. - Senti pena do desespero dele, nem imaginava o que sentia, se eu estava meio louca nem sei como ele está.
- Calma Matt já falei que vou te ajudar.
- Não entende Gabi nós dois temos trabalho e tudo isso, como conciliar essas coisas?
- Vamos dar um jeito, você tem direito a uma licença para cuidar dele. - Nossa conversa foi interrompida assim que estacionamos na porta do hospital, desci do carro e esperei ele dar a volta trazendo a bolsa do bebê, parou do meu lado e pegou a minha mão apertando forte. Sem pensar em mais nada caminhamos para o berçário, tínhamos um bebê para buscar.
Paramos na entrada, comecei a conversar com a enfermeira chefe, ela logo passou todas as recomendações médicas, entregou todos os documentos e fomos em direção ao berço com ela, assim que tirou ele, foi direto me entregando, nem neguei e o peguei nos meus braços. Me virei sorrindo totalmente para o Matt que sorria de volta.
Saindo do hospital quem nos olhasse pensaria que éramos um casal feliz, que tinha acabado de ter o primeiro filho, quem me dera se fosse realmente isso, nunca pensei que queria ser mãe até ter o Joshua nos braços.
Entrei no carro no banco de trás, colocando o bebê na cadeirinha com a ajuda do Matt, continuei atrás enquanto ele dirigia. Chegando em casa fomos para o quarto do bebê. Parei surpresa, tinha tempo que não vinha aqui, era um quarto perfeito, todo azul com pequenos desenhos de planetas e estrelas espalhados pelas paredes, um berço todo branco com um enxoval todo azul e branco. Um belo guarda roupa também branco, cheio de pequenas roupinhas, tudo totalmente completo e perfeito, acho que estava de boca aberta, fizeram um mega trabalho aqui. A poltrona azul era simplesmente perfeita para ficar com o bebê.
- Ficou lindo né, minha mãe gastou um bom tempo com a Caroline aqui. Pelo menos isso está organizado para recebê-lo.
Me abaixei colocando-o no berço e cobrindo-o com uma manta. Fiquei observando um instante, senti o corpo do Matt atrás do meu e quando apoiou seu queixo sobre meu ombro, fiquei totalmente tensa e nervosa, tinha tempo que não ficávamos tão próximos.
- Tenho que admitir que é um belo bebê, não teria coragem de deixá-lo, mesmo que não seja meu. Gabi eu já te agradeci por tudo, você é a melhor amiga de sempre. - Me envolvendo totalmente nos seus braços.
Un minuto de silencio es lo que estoy pidiendo,
Un minuto de tu tiempo no estaría de mas
Para que hoy te enteres que mi alma
Ya no esta muriendo te equivocaste
En lo absoluto ni intentes en regresar
Prefiero vivir mil años sin ti
Que una eternidad pasándola sin ti
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Fica comigo! (Retirada 27/07)
Literatura FemininaSabe aquela vontade de chutar o balde e fazer tudo que você sempre quis e desejou, mas ficou anos guardando esses sentimentos, o destino simplesmente escolhe te mostrar os resultados por ser tão idiota... Conheci o Matt quando tínhamos três anos...