Fica comigo! (Retirada 27/07)

Capítulo 16 - Parte 2

Thomas

Acompanhei o detetive responsável pela investigação até a sala de vigilância interna.

- Acabamos de encontrar uma coisa interessante, olha isso.

Na tela mostrava uma mulher entrando no banheiro, alguns minutos depois a ruiva que pegou o bebê sai, mais alguns instantes e nada da outra mulher sair.

- Isso mesmo garoto, não encontramos o momento que a ruiva entra e nem a hora que a loira sai, o que pode significar uma coisa.

- São a mesma pessoa sim, ela veio intencionada. Parece que não foi ao acaso.

- Vamos começar a pegar a foto do rosto dela das duas maneiras e jogar na mídia.

- Assim que tiver as imagens, vamos mostrar para a família, em caso de reconhecerem.

Meia hora depois voltei para a sala com as imagens nas mãos, da possível suspeita.

Gabriele

Estávamos num silêncio incômodo o Nick afastado de todos, mas sem tirar os olhos de mim, eu via pesar e ressentimento ali. O Matt não largava minha mão nem por um minuto. Resolvemos esperar mais um pouco para avisar a família toda. O Thomas passou pelo corredor e parou na nossa frente.

- Eu tenho uma coisa para mostrar para vocês, cara você pode se sentar mais aqui perto. — Ele diz para o Nick que se aproxima.

- Temos a imagem da possível suspeita, pode ser familiar para algum de vocês. Quem sabe uma namorada ou amante com raiva, alguém querendo se vingar ou cobrar algo.

- Duvido muito que seja isso Thomas.

Ele estende duas fotos e na mesma hora, não posso acreditar. Eu conheço essa mulher. Aponto para a foto da mulher que tinha conversado comigo sobre a filha dela na sessão de bebês.

- Eu a conheço!

- Eu também conheço, é minha mãe. – Deixando todos em choque, ele sai batendo a porta com força, sem dizer nada. Ai deus! Que merda é essa?

Nick

Dessa vez ela tinha passado todos os limites, se eu tinha alguma dúvida que a Gabi era minha irmã, não tenho mais. Passei minha vida, sendo usado pela minha mãe para prender meu pai. Os dois não se aguentavam por anos, se ela não tivesse tentando se matar nas duas vezes que saímos de casa, não estaria mais perto dela.

Nunca foi realmente minha mãe, sempre fui cuidado pelas minhas babás e meu pai. Ela só ficava perto de mim quando queria alguma coisa. A Caroline foi mais uma das que arrumei só para irritá-la e conseguia ao extremo. Depois de um tempo juntos, até que comecei a realmente sentir algo por ela, quando sumiu do nada, dei por entendido que mais uma vez minha mãe a subornou para se afastar de mim.

Chego ao hotel e vou direto para o quarto, não tinha outra escolha, minha mãe se meteu na maior encrenca de todas e nessa ninguém poderia ajudá-la. Meu pai precisava vir para cá.

- Alô, Nick meu filho?

- Oi pai, a mamãe aprontou de novo, preciso que você venha para cá.

- Como assim ela aprontou? Você ainda está em Greenville?

- Dessa vez é bem sério pai, preciso de você aqui o mais rápido possível, ai te conto tudo pessoalmente é o melhor.

- Ok, estou preocupado agora. Vou o mais rápido que puder filho.

- Não demore pai, é sério.

- Tranquilo filho. Ela se meteu em outra briga?

- Nada disso pai, mas posso te dizer que dessa vez ela vai sair presa, tem muita coisa envolvida que acho que você não sabe.

- Você está me assustando filho cada vez mais. Me dá três horas que vou estar ai.

Fiquei nessa espera e trocando mensagens constantes com o Matt, que me avisava como seguia as investigações, até agora não conseguiram achar nada. A família já estava toda envolvida, eles resolveram ir para a casa do Matt e aguardar lá, junto com alguns policiais, com a esperança de que pedissem um resgate, que até agora não tinha acontecido. Minha irmã estava um caco emocional, e eu não ajudei muito indo para cima dela.

Tinham acabado de ligar dizendo que meu pai estava na recepção, enquanto eu esperava ele subir, me sentia muito ansioso, como ficava toda vez que minha mãe estava perto, só que pior. A batida na porta me tirou do meu devaneio.

- Oi pai. – Andei rapidamente até ele e o envolvi em um abraço.

- Nick o que diabos está acontecendo? – Sua voz é tensa e ele me afasta olhando no meu rosto, tentando encontrar respostas.

- Eu tenho uma coisa séria para te contar, vamos nos sentar. – Eu vou até a cadeira mais próxima e ele me segue em silêncio.

- Começa logo antes que eu tenha um infarto aqui garoto.

- Tem um tempo que conheci algumas pessoas e fiquei bastante amigo deles.

- Cuidado para não ser nenhum aproveitador.

- Pai, me deixa falar. Eles têm um bebê, que a mãe morreu no parto, nesse dia ela contou algumas coisas para essa minha amiga, que depois disso descobriu algumas coisas que a mãe dela escondia. Eu preciso te perguntar uma coisa, tem alguma possibilidade de eu ter uma irmã?

Agora eu fiquei em choque, pensei que ele ia surtar ou algo do tipo e simplesmente me deu um olhar resignado e concordou.

- Espera ai! Você sabia? Por que nunca me disse?

- Olha filho eu descobri ao acaso, tem pouco tempo, porque você acha que eu e sua mãe estamos nesse pé de guerra atualmente. Cheguei em casa um dia, mais cedo que o normal e ela estava no banho, fui procurar uma camiseta no armário e sem querer derrubei a bolsa dela, junto mil coisas se espalharam, entre elas tinha uma foto de uma garota linda, querendo ou não me vi nela, além de me lembrar de uma pessoa que foi importante no meu passado. Ela saiu do banheiro e me encontrou ali com a foto na mão, eu a questionei e ela no primeiro momento negou de todas as maneiras, mas eu tinha uma prova nas mãos. Eu a ameacei dizendo que ia investigar se não me dissesse a verdade.

- Então ela estourou me dizendo que eu sempre a suportei e que só ficava pensando na Emma e que não se arrependia de ter feito de tudo para nos afastar. Lógico que eu não sabia o que ela estava dizendo, mas fez sentido. A perda inesperada do bebê que esperávamos e o sumiço dela. Eu me resignei por todos esses anos que não era para ser e a deixei ir, porque minha vida era muito caótica e ela não merecia isso, queria que fosse feliz.

- Era ela a mulher que íamos visitar e praticamente moramos por um tempo na primeira vez que você ia deixar a mamãe?

- Sim ela mesma, você a adorava e ela também gostava muito de você. Eu sentia que realmente poderíamos ser uma família de verdade, mas os planos mudaram. Eu descobri tudo na época que a sua irmã sofreu o acidente, eu me desesperei com medo de perdê-la antes mesmo de conhecê-la, os detetives fizeram de tudo para encontrá-la mais demorou um tempo e foi bem nessa época. Não pude deixar de vê-la, puxei alguns favores e consegui que me deixassem entrar na UTI sem ninguém saber. Ela responder a minha presença foi uma coisa que eu não tinha esperado e tenho olhado por ela desde então. Sua mãe fez todas as ameaças possíveis de destruir as duas. Nesse mesmo dia vi a Emma de longe e foi um choque.

- Pai mas tem uma coisa que você não sabe, minha mãe jogou a Caroline na vida da Gabi, eu tenho um filho.

- Como?

- Isso mesmo, a Caroline disse que estava grávida do namorado atual da Gabi, só que era meu, acho que era algum acordo entre as duas e hoje ele foi sequestrado pai. E a pior parte é que foi a mamãe.

- Não acredito que ela teve a coragem de fazer isso, ela me paga dessa vez, todo o dinheiro que ela quer me tomar, não vai ter nenhum centavo. Vou colocar os meus detetives particulares na história também. Nem que eu mova terra e céu vamos encontrá-la.

- Parece brincadeira que minha própria mãe sequestrou meu filho.

- Vamos agora encontrar sua irmã. Preciso conhecê-la formalmente.

- Pai precisa ir com calma, ela não queria que eu te chamasse.

- Está na hora dela passar por cima disso. Anda logo que temos muita coisa para fazer, uma delas que preciso conhecer meu neto.