Capítulo 9

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Nem me preocupei em bater na porta, entrei na minha antiga casa, ano passado resolvi alugar meu próprio espaço e me mudar. Depois que deixei o Matt com um bebê calmo e bem tratado, acompanhado pelo tio Tyler, vim direto, espero que aqueles dois idiotas cuidem bem do meu bebê, tadinho.

- Mãe, cheguei! Onde você está?

- Na cozinha querida vem aqui! – Caminho até lá me sentindo tensa pela conversa que nem começamos e ela nem sabia ainda, vamos comer primeiro, porque sinto que não vou gostar de nada que vai acontecer.

- Ei, que cheiro gostoso nessa casa. Salivei vendo a minha lasanha preferida em cima da bancada.

- Acabei de tirar do forno querida, pega os pratos e copos, para comermos antes que esfrie e estou curiosa com essa conversa misteriosa sua.

- Credo mãe deixa eu aproveitar a comida primeiro, depois comentamos essas partes, me conte sobre sua viagem. - Passamos o resto do jantar conversando coisas bobas, que saudade de ficar assim com ela, juro que comi uns três pedaços de pudim, me sentia tão cheia que mal conseguia respirar.

Sentadas confortáveis na sala, minha mão não parava de mexer, no cabelo, na blusa, não sabia como começar a falar.

- Pelo amor de deus, fala logo que estou ficando assustada. - Dei um pulo assustada com o grito dela. Vamos lá colocar as cartas na mesa.

- Ok. A senhora já sabe por mim de todos os acontecimentos da Caroline na nossa vida, um detalhe ficou fora e não contei ainda, na hora que ela morreu eu estava junto e ela me disse algumas coisas meio estranhas, sobre um irmão que eu tinha, uma mulher perigosa e o Joshua ser meu sobrinho. Quero saber se a senhora sabe algo sobre isso, porque não faz nenhum sentido!!! Ou você teve outro filho e não me falou ou o papai teve um antes de morrer.

- Filha da Puta!

- Mãe! Que isso nunca te ouvi falar um palavrão?

- Desculpa querida, escapuliu. Ela se levantou de uma vez e começou a andar de um lado para o outro sem parar, com um semblante muito estranho, fiquei observando assustada tudo aquilo.

- Vai falar alguma coisa ou vai fazer um buraco no tapete primeiro. - Solto um suspiro indignada mesmo, que merda é essa!

Parou e se sentou numa cadeira bem longe de mim, olhando fixamente para a janela.

- Chegou a hora de você saber conhecer uma história Gabriele, não me interrompa por favor, escute tudo e depois você pode falar o que quiser.

- Era meu primeiro dia na universidade de pedagogia, sempre quis ser professora, pela posição social razoável que os meus pais tinham, não me negaram essa escolha. Eu era a filha perfeita, obediente, estudiosa, bonita, um enfeite na minha casa, que meu pai gostava de mostrar, ao contrário da Samantha que já tinha saído de casa. Nesse dia tinha vários trotes de todos os cursos, quando avistei seu pai pela primeira vez, ele estava começando seu último semestre em medicina, tinha um grupo separado, como era bem popular, não foi difícil saber da sua vida quase toda.

- Se tinha um garoto desejado era ele, seus pais eram bem ricos, mesmo assim bateu o pé contra uma ordem de advogados e foi o primeiro deles depois de anos a fazer outro curso. Mesmo com tudo para ser um mauricinho idiota, ele não era assim, como todas eu cai de amores, só que não o suficiente para acreditar que ele sequer me olharia alguma vez.

- O semestre passou voando, com muitas provas, seminários, adorava essa agitação universitária. Um dia de chuva mudou tudo, não tinha como eu ir embora para casa, resolvi ir para a biblioteca estudar até parar, peguei um livro e comecei a ler, sem ver desmaiei de sono em cima dele. Quando acordei um par de olhos verdes me encaravam divertidos.

Fica comigo! (Retirada 27/07)Onde histórias criam vida. Descubra agora